Petrobras perto de vender Pasadena, 11 recomendações, operação da PF envolvendo Brumadinho e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta terça-feira (29)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado. Além dos desdobramentos sobre a Vale após o pior pregão da sua história, o mercado fica de olho na temporada de balanços, com a Cielo divulgando números que não agradaram os analistas. Desinvestimentos da Petrobras, Credit Suisse reiniciando cobertura para 11 varejistas e mais notícias são destaque no mercado. Confira abaixo: 

Cielo (CIEL3)

A Cielo anunciou lucro líquido ajustado de R$ 724,1 milhões no quarto trimestre de 2018, cifra 30,6% menor que a vista um ano antes, de R$ 1,043 bilhão. Em todo o exercício passado, o resultado da adquirente, líder do setor, foi de R$ 3,286 bilhões, baixa de 19% ante 2017, de R$ 4,056 bilhões.

É a primeira vez que a Cielo reporta queda em seu lucro anual desde que abriu capital na bolsa, em junho de 2009, quando emplacou uma das ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) mais rentáveis daquele ano. Em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, a companhia afirma que o ano de 2018 foi “repleto de desafios e com mudanças relevantes dentro e fora” da organização. Desde novembro último, a companhia está sob novo comando, a partir da chegada do ex-Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, que ocupou a vaga deixada por Eduardo Gouveia.

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A Cielo destaca ainda que o mercado de meios de pagamento foi palco de um ambiente competitivo mais acirrado no ano passado, fruto do processo de abertura do segmento e das novas regulações. “Entendendo ser esse o momento de se reafirmar como a líder da indústria, preservando sua posição de liderança nos segmentos em que já atua e procurando conquistá-la em segmentos pouco explorados pela Companhia, a Cielo adotou postura mais arrojada e agressiva, no sentido de capturar parte relevante do crescimento de um mercado que possui enorme potencial”, acrescenta.

De acordo com a companhia, os primeiros sinais positivos dessas iniciativas já podem ser vistos. Cita como exemplo a venda de 483 mil maquininhas da Stelo – com foco em venda e não aluguel de terminais como a PagSeguro (Uol) – em seu primeiro ano de operação como subsidiária integral da Cielo.

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O Ebitda da Cielo foi a R$ 1,092 bilhão no quarto trimestre de 2018, queda de 20,8% ante um ano, de R$ 1,378 bilhão. No ano, ficou em R$ 4,635 bilhões, recuo de 12,2% em relação a 2017, quando a cifra foi de R$ 5,278 bilhões.

A receita líquida da Cielo totalizou R$ 3,012 bilhões no terceiro trimestre, leve queda de 0,8% na comparação com um ano antes, de R$ 3,037 bilhões. Em 2018, a adquirente anunciou montante de R$ 11,686 bilhões, aumento de 0,7% na comparação com o ano anterior, de R$ 11,600 bilhões.

De acordo com o Itaú BBA, os números foram fracos. “Os volumes fracos e deterioração significativa na dinâmica de preço foram os principais drivers para o resultado que deixou a desejar, o que indica que olhando para frente o cenário não é dos melhores”, avaliam os analistas do banco. 

Já a XP Research ressalta que os resultados da Cielo reforçam a visão cautelosa da equipe de análise sobre as ações e as mudanças estruturais pelas quais a indústria está passando. “Embora reconheçamos os esforços da empresa em preservar sua liderança por meio de melhores serviços, presença de mídia e preços competitivos, não há sinais de que estes fatores impactarão significativamente a nossa visão e a do mercado sobre os resultados da Cielo no médio prazo”, avaliam. 

Vale (VALE3)

A Vale enviou na manhã desta terça-feira nota à imprensa dizendo que está contribuindo com as investigações, sem citar nominalmente a operação policial que ocorre em São Paulo atendendo a pedido da Justiça de Minas Gerais.

“Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades. A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”, diz, em nota a companhia.

O Ministério Público de São Paulo, a Polícia Federal e a Polícia Civil cumprem doze mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu na última sexta-feira.

Ainda em destaque, quatro escritórios norte-americanos de advocacia anunciaram na segunda-feira (28) que pretendem entrar com ações coletivas contra a Vale na Justiça dos Estados Unidos após as perdas causadas aos investidores pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A Vale já foi alvo de dois processos semelhantes nos EUA em 2015 após o rompimento de barragem da Samarco em Mariana (MG). 

Banco do Brasil (BBAS3)

A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil e uma das principais sócias da Vale, informou que, apesar da forte queda das ações da mineradora, não terá problema de pagar os benefícios de seus associados, e que também não há necessidade de vender as ações da Vale. 

Cemig (CMIG4)

Furnas e Cemig devem paralisar a hidrelétrica de Retiro Baixo, no rio Paraopeba, após rompimento de barragem da Vale. Uma onda de água turva com sedimentos tem avançado pelo rio e pode alcançar a usina entre os dias 5 e 10 de fevereiro, de acordo com um boletim do Serviço Geológico do Brasil.

Varejistas

O Credit Suisse reiniciou cobertura para onze ações do setor de varejo. São elas: Arezzo (ARZZ3), Cia. Hering (HGTX3), Lojas Renner (LREN3), B2W (BTOW3), Lojas Americanas (LAME4), Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3), Carrefour Brasil (CRFB3), Pão de Açúcar (PCAR4), Hypera (HYPE3) e RD (RADL3). 

Dentre os papéis com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), está a Arezzo com preço-alvo de R$ 65, o que configura um potencial de valorização de 24% em relação ao fechamento da véspera, Via Varejo (preço-alvo de R$ 7, com upside de 27%), e Pão de Açúcar (preço-alvo de R$ 112, com upside de 18%). Para a Arezzo, os analistas ressaltam que a companhia talvez seja a única  que não tenha seu plano de expansão 100% incorporado no preço da ação e que as operações nos EUA possam ser um catalisador de curto prazo para o papel. Já sobre VVAR, apesar de não verem o papel como promissor no curto prazo, exposição da empresa a bens discricionários faz com que a empresa seja altamente alavancada a recuperação macro do Brasil. Com relação ao GPA, a expectativa é de um crescimento consistente na receita. 

Já entre os papéis com recomendação neutra, estão Magazine Luiza (preço-alvo de R$ 170, com 1,5% de upside), apontando que, apesar da qualidade, a companhia  precifica um cenário de expectativas altas, o que não deixa muito espaço para desapontamentos. Americanas, Hering, Carrefour e Hypera também possuem recomendação neutra. Já B2W e RD possuem recomendação underperform. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras pode retomar o plano de vender sua participação na petroquímica Braskem, que havia sido suspensa. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, foi o que Roberto Castello Branco, novo presidente da estatal, disse durante reunião com analistas do mercado financeiro na última sexta-feira (25).

Ainda de acordo com o jornal, Castello Branco afirmou que analisa a possibilidade de vender também a BR Distribuidora. O objetivo seria concentrar esforços na exploração de petróleo na camada pré-sal, intenção que o executivo já havia divulgado antes de assumir o cargo.

A Petrobras divide o controle da Braskem com a Odebrecht, que está negociando a venda de sua participação para a multinacional LyondellBasell.

Já a Reuters informa que a Chevron finalizou uma proposta para adquirir a refinaria de Pasadena, localizada em Houston, da Petrobras. “Se confirmado, veríamos o desinvestimento como positivo para a Petrobras, sinalizando o avanço do programa de venda de ativos e o fim de um capítulo problemático na história da empresa desde que a refinaria foi adquirida em 2006”, destacam os analistas da XP Research. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.