Ibovespa ganha força e supera os 95 mil pontos pela primeira vez; dólar sobe para R$ 3,76

Índice se descola do dia de cautela no exterior e sobe apesar da falta de novidades sobre a Previdência

Weruska Goeking

Painel de cotações (Shutterstock)

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SÃO PAULO – Apesar da cautela que toma conta das bolsas mundiais nesta quinta-feira (17) em meio a tensão entre China e Estados Unidos e o cenário incerto no Reino Unido, o Ibovespa ganha força, chegando a superar pela primeira vez na história o nível dos 95 mil pontos. Investidores seguem no aguardo por notícias concretas sobre a reforma da Previdência. 

Às 14h39 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha alta de 0,53%, aos 94.895 pontos, após chegar a subir 0,74% na máxima do dia, a 95.093 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em fevereiro tinha alta de 0,67%, cotado a R$ 3,763, enquanto o dólar comercial avançava 0,74%, para R$ 3,7618 na venda.

No mercado de DIs, a busca é por novo equilíbrio após queda nos prêmios nos últimos pregões. O contrato de juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 recuava 2 pontos-base, para 7,46%, e o contrato para janeiro de 2023 subia 3 pontos, a 8,55%.

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Na Europa, a primeira-ministra britânica venceu uma partida ao se manter no cargo após votação apertada ontem, mas ainda está longe de ganhar o jogo e o relógio corre contra o tempo para a data limite para a saída do Reino Unido da União Europeia.

Por aqui, a equipe econômica segue focada em entregar um esboço da reforma da Previdência ainda nesta semana enquanto negocia com militares o formato de aposentadoria da classe.

Destaques da bolsa

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RENT3 LOCALIZA ON 30,61 +5,41 +2,89 277,78M
 BRFS3 BRF SA ON 23,17 +4,28 +5,65 89,04M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 29,98 +3,38 +26,18 62,76M
 CYRE3 CYRELA REALTON 16,90 +3,36 +9,24 38,61M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 54,66 +3,02 +2,74 43,60M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON 20,82 -3,16 -3,97 98,89M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 46,45 -3,05 +10,54 58,24M
 LOGG3 LOG COM PROPON ES 18,76 -2,29 +4,11 5,44M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 43,38 -1,77 +13,92 231,11M
 VVAR3 VIAVAREJO ON 4,97 -1,58 +13,21 43,42M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Noticiário político 

Com pouco mais de duas semanas de existência, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é avaliado como ótimo ou bom por 40% dos brasileiros, ao passo que 20% o classificam como ruim ou péssimo. É o que mostra pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 9 e 11 de janeiro.

O olhar positivo sobre o governo Bolsonaro é mais uma evidência de que existe um período de lua de mel para novos presidentes e contrasta com o mau humor mantido pelos eleitores ao longo do mandato do ex-presidente Michel Temer (MDB). Veja a pesquisa completa aqui

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No noticiário do dia, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, disse que a estratégia do governo é enviar a proposta de reforma da Previdência logo no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro para elevar as chances de aprovação. “Este é o momento em que o governo tem fôlego político para apresentar medidas de alto impacto. Exatamente é essa a proposição, e é essa a estratégia”, afirmou o secretário.

Ainda nas discussões sobre a reforma da Previdência, uma das propostas que surgiram é a de criar um sistema de pontos para quem está próximo de se aposentar, segundo fonte ouvida pelo jornal Valor Econômico. A alternativa, contudo, encontra resistência em setores do governo, porque misturaria conceitos diferentes do núcleo da proposta de reforma em gestação.

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Outra proposta é impor um limite para o acúmulo de aposentadoria e pensão, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Um terço dos pensionistas, ou 2,4 milhões de pessoas, acumula o benefício com a aposentadoria e o custo é de R$ 64 bilhões por ano.

Enquanto isso, os militares intensificam lobby para ficar fora da reforma da Previdência. Em conversa com o jornal Folha de S. Paulo, o comandante do Exército, Edson Pujol, disse que, por causa das particularidades da carreira, os militares deveriam ser poupados da reforma.

Entre as medidas que podem afetar seus integrantes estão em estudo o aumento do tempo de serviço mínimo, de 30 para 35 anos, e o recolhimento da contribuição de 11% sobre as pensões das viúvas dos militares.

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A equipe política, liderada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defende no geral uma versão mais branda e está mais aberta à exclusão dos militares do texto, informa a Folha. Assessores palacianos dizem que caberá a Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, arbitrar.

Bolsas mundiais
Os índices das bolsas asiáticas encerraram em queda diante de preocupações com a desaceleração da economia chinesa a despeito dos esforços do banco central do país para estimular o crescimento. A nova tentativa é o plano da China de lançar fundos de índices atrelados a bônus, como parte de esforços para atrair mais investidores estrangeiros.

No radar ainda estão novidades sobre a guerra comercial. O vice-primeiro-ministro da China, Liu He, irá visitar os Estados Unidos nos dias 30 e 31 de janeiro para uma nova rodada de discussões com o objetivo de superar divergências comerciais entre as duas maiores economia do mundo.

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Na semana passada, negociadores americanos e chineses de médio escalão se reuniram por três dias em Pequim e conversaram sobre uma série de questões, incluindo a ampliação de compras de produtos dos Estados Unidos pela China, maior abertura dos mercados chineses para empresas americanas, reforço da proteção à propriedade intelectual americana e cortes nos subsídios de Pequim a empresas domésticas.

Ao mesmo tempo, crescem as tensões entre China e Estados Unidos com a Huawei no alvo de investigação por autoridades federais em Seattle sobre suposto roubo de segredo comercial de empresas norte-americanas.

As bolsas europeias também operam em queda em meio a resultados trimestrais abaixo do esperado e à espera de solução para o Brexit. A primeira-ministra britânica Theresa May sobreviveu a uma moção de desconfiança apresentada pelo Partido Trabalhista em uma votação apertada, de 325 contra 306. Agora, ela tem até segunda-feira (21) para apresentar nova proposta para a saída do Reino Unido da União Europeia e considera pedir um adiamento do Brexit, previsto para 29 de março. 

O clima de cautela é seguido pelos índices futuros em Wall Street, que também operam em queda. Na última noite, o presidente da unidade de Minneapolis do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Neel Kashkari, disse que, em caso de uma crise econômica, a instituição tem menos espaço hoje para cortar juros do que tinha há 10 anos, no auge da crise financeira.

“Não me oponho a aumentar as taxas para sempre, mas quero ver evidências de que a economia dos EUA está em potência máxima”, disse Kashkari. Segundo ele, quando as evidências sustentarem o aumento das taxas, ele apoiará o aperto monetário. Kashkari também argumentou que se a inflação permanecer baixa apesar de um forte mercado de trabalho, o Fed pode adiar o aumento do custo de empréstimos de curto prazo.

O governo norte-americano segue parcialmente paralisado, com o maior shutdown da história entrando em seu 27º dia. De acordo com a Bloomberg, a Câmara dos Deputados dos EUA, aprovou uma série de projetos de lei para acabar com a paralisação parcial do governo, com pouco apoio republicano. As medidas fornecerão US$12,1 bilhões em ajuda humanitária, reabrirão os nove departamentos federais fechados e dezenas de agências até o dia 8 de fevereiro, mas não inclui o financiamento para o muro da fronteira com o México, exigido por Trump.

O Senado, que é controlado pelos republicanos, não votou em nenhuma legislação para acabar com a paralisação, e o líder Mitch McConnell diz que não votará sem o apoio de Trump.

No mercado de commodities, a produção recorde de petróleo dos Estados Unidos faz pressão sobre os preços, que recuam em meio a preocupações com o enfraquecimento da demanda. 

InfoMoney/Um Brasil sobre governo Bolsonaro

O programa InfoMoney/Um Brasil desta semana entrevista José Eduardo Faria, professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito, da Faculdade de Direito da USP.

Na pauta, os primeiros passos e escorregões do governo de Jair Bolsonaro em duas semanas de mandato, as perspectivas para a governabilidade na nova gestão e o futuro das relações entre os Executivo, Legislativo e Judiciário após o resultado das urnas e turbulências institucionais recentes. A entrevista será transmitida ao vivo, a partir das 17h (horário de Brasília), pela InfoMoneyTV.

Agenda econômica

Na cena doméstica, o destaque fica para o IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central), considerado uma prévia do PIB, que teve alta de 0,29% em novembro ante outubro, acima da estimativa mediana da Bloomberg de avanço de 0,16%. No ano, o crescimento foi de 1,38% e em 12 meses foi de 1,44%.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

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