Suzano segue rali da véspera e sobe mais 2%; Taurus tem novo dia de derrocada pós-decreto e Rumo avança após prévia

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (16)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta quarta-feira é morna para o Ibovespa, que oscila entre leves ganhos e perdas de olho no Brexit e nas notícias sobre a previdência. Contudo, o noticiário corporativo é movimentado nesta quarta-feira (16), com divulgação de prévias operacionais de construtoras, além do noticiário de Petrobras sobre mudanças no Conselho de Administração e de produção de petróleo. Enquanto isso, a Suzano segue o rali da véspera na Bolsa, enquanto a Taurus Armas segue em forte queda. Confira os destaques do mercado nesta sessão:

Suzano (SUZB3)

As ações da Suzano seguem o rali da véspera, quando os papéis saltaram 8,5% na esteira da estabilidade do preço da celulose pela segunda semana consecutiva e conclusão da fusão com a Fibria.

Em relatório, o Bradesco BBI apontou acreditar que os preços de celulose chegaram no piso (de US$ 640 a tonelada) e espera uma volta de US$ 100 a tonelada até o final do ano, com o mercado de celulose sendo positivo nos próximos 2-3 anos. A Suzano segue sendo a top pick do banco no setor. Confira mais sobre a tese de investimentos do mercado na empresa clicando aqui. 

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Taurus Armas (FJTA3;FJTA4)

A Taurus Armas registra forte queda pelo segundo pregão seguido, em um movimento de continuidade da realização dos lucros e digerindo o decreto de flexibilização do porte de armas assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Veja mais clicando aqui. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras registram um dia de estabilidade de olho em uma sessão de leve queda do petróleo e após apresentar dados de produção de petróleo em 2018 praticamente em linha com a meta. 

A produção total de petróleo e gás da Petrobras, incluindo líquidos de gás natural (LGN), em 2018, ficou em 2,63 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). De acordo com a estatal, a produção em 2018 está em conformidade com a meta estabelecida para o ano no Plano de Negócios e Gestão da companhia, que projeta o volume de 2,8 milhões de boed em 2019.

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Do total produzido em 2018, 2,53 milhões boed foram produzidos no Brasil e 101 mil boed no exterior. Já a produção própria de óleo no Brasil, segundo a companhia, ficou em 2,03 milhões de barris por dia (bpd).

Também no ano passado, a média anual da produção total operada pela estatal, que representa a parcela própria e a dos parceiros, atingiu 3,29 milhões boed, sendo 3,16 milhões boed no Brasil.

A produção total de petróleo e gás, incluindo líquidos de gás natural (LGN), registrou no último mês de 2018 um aumento de 3,3% em relação ao mês anterior. Em dezembro atingiu 2,70 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Desse volume, 2,64 milhões boed foram produzidos no Brasil e 63 mil boed no exterior.

A produção total operada da companhia ficou em 3,4 milhões boed, sendo a maior parte (3,3 milhões boed) no Brasil. O crescimento na produção, segundo a estatal, foi causado, principalmente, pela interligação de novos poços no FPSO Cidade de Campos Goytacazes, no campo de Tartaruga Verde, no pós-sal da Bacia de Campos, além do término das paradas para manutenção no FPSO Cidade de Ilhabela, no campo de Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos, e na plataforma P-18, localizada no campo de Marlim, na Bacia de Campos.

Também no noticiário da companhia, um dia depois de ser indicado para o conselho de administração da Petrobras pelo governo de Jair Bolsonaro, o geólogo John Forman desistiu do cargo. Ao site especializado epbr, ele disse ter sido perseguido pela imprensa, que teria a intenção de atingir o governo. Por isso preferiu abrir mão de fazer parte do colegiado da estatal.

Ao noticiar a indicação do geólogo, veículos de imprensa destacaram que Forman foi condenado em processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que tratou do uso de informação privilegiada sobre negócios da petroleira HRT, da qual foi conselheiro. Ele recorreu da decisão.

“Optei por não aceitar a indicação (para conselheiro da Petrobras)”, afirmou Forman no Linkedin da epbr. Ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o geólogo disse apenas que está “muito chateado com a imprensa” e não comentou a desistência. 

A Petrobras informou em comunicado que recebeu carta de renúncia de Forman à indicação. “Forman agradeceu o convite para participar do Conselho de Administração e informou que as razões para tal decisão são de ordem pessoal, visando evitar qualquer tipo de constrangimento ou problema para a companhia, considerando as notícias veiculadas na imprensa, desde a sua indicação, sobre condenação em processo na CVM, que se encontra atualmente em discussão no judiciário”, informou a empresa em comunicado. A estatal comunicou que divulgará tempestivamente ao mercado assim que receber nova indicação do acionista controlador para a vaga que permanece aberta no Conselho de Administração da companhia.

Rumo (RAIL3)

Os dados operacionais da Rumo no quarto trimestre apresentaram forte crescimento, com destaque para o aumento de dois dígitos em suas principais frentes de negócios, com destaque para a linha de fertilizantes, que cresceu 293% na base anual. Conforme aponta a Rico, o mercado recebe bem a noticia, uma vez que pode gerar revisões positivas sobre os números da companhia. 

Embraer (EMBR3)

A Embraer reduziu suas projeções de desempenho para 2018 em meio à pressão pela queda nas entregas de jatos executivos ante suas expectativas iniciais e estimou que sua margem de lucro antes de juros e impostos vai sair de próximo de zero neste ano para 2 a 5% em 2020, primeiro ano após a formação da aliança com a Boeing.

A companhia reduziu a previsão de entregas de 105 a 125 jatos executivos em 2018 para 91 unidades e manteve a expectativa sobre aviões comerciais em 85 a 95 aeronaves.

Para 2020, a Embraer estimou ainda uma receita líquida de entre 2,5 bilhões e 2,8 bilhões de dólares e um fluxo de caixa livre próximo de zero. A empresa ainda reiterou que a previsão para 2020 considera a totalidade de suas divisões de jatos executivos e de produtos de defesa, que não foram incluídos na parceria com a Boeing, mas excluem os resultados esperados relativos à participação de 20 por cento da empresa na joint-venture em aviação comercial a ser formada este ano com o grupo norte-americano.

Eletrobras (ELET3;ELET6) e Cemig (CMIG4)

A Eletrobras homologou pedido da Cemig para exercer direito de preferência na aquisição de participação societária na Companhia de Transmissão Centroeste de Minas Gerais, segundo comunicado da estatal mineira.

JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3)

A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República e decidiu abrir 19 inquéritos a partir das informações coletadas na delação premiada de Daniel Gonçalves Filho, primeiro delator da Operação Carne Fraca. Os inquéritos estão sob sigilo e tramitam no Supremo porque envolvem autoridades com foro privilegiado.

A operação cercou os maiores frigoríficos do País e um esquema de corrupção e indicações políticas no Ministério da Agricultura, em especial no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Além de gente da JBS, estão na mira pessoas da gigante BRF.

MRV (MRVE3)

A MRV Engenharia, maior construtora residencial do País e principal operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), encerrou o ano com expansão dos lançamentos e das vendas, além de continuidade da geração de caixa, conforme relatório operacional divulgado nesta terça-feira, 15.

Os lançamentos da companhia totalizaram R$ 2,230 bilhões em valor geral de vendas (VGV) no quarto trimestre de 2018, alta de 33,5% em relação ao mesmo período de 2017. No acumulado de 2018, os lançamentos totalizaram R$ 6,424 bilhões em VGV, alta de 14,2% em relação a 2017.

Em número de unidades, os lançamentos da MRV somaram 41.195 unidades no ano, expansão de 10,9%. Apesar do crescimento dos negócios nos últimos meses de 2018, o montante ficou 17,6% abaixo da meta de 50 mil unidades anunciada, refletindo os entraves na obtenção de licenças e as turbulências econômicas do País durante o primeiro semestre do ano passado.

As vendas líquidas (já descontados os distratos) foram de R$ 1,534 bilhão no quarto trimestre, crescimento de 5,7%. No ano, as vendas líquidas totalizaram R$ 5,228 bilhões, aumento de 5,6%. Os distratos alcançaram R$ 200 milhões no quarto trimestre, baixa de 29,9%. No ano, atingiram R$ 990 milhões, recuo de 10,3%.

A MRV informou que, no trimestre, as vendas foram impactadas pela indisponibilidade de recursos do FGTS para o repasse dos clientes para o financiamento bancário, postergando portanto o reconhecimento dos imóveis comercializados. Em razão disso, a companhia deixou de reconhecer R$ 279 milhões em vendas.

A construtora registrou ainda geração de caixa pelo 26º trimestre consecutivo. O indicador ficou positivo em R$ 43 milhões no quarto trimestre, 16,2% mais em relação ao registrado em igual etapa de 2017. Em 2018, a geração de caixa atingiu R$ 469 milhões, crescimento de 43,4% em relação a 2017.

O Itaú BBA considerou os números positivos, com destaque para o forte número de lançamentos e reiniciou cobertura para os ativos com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-justo de R$ 17,70 para 2019. 

Tenda (TEND3)

As vendas líquidas da Tenda do quarto trimestre de 2018 caíram 6,2% com relação ao trimestre anterior, reflexo da postergação de alguns lançamentos para a última semana do ano, visando garantir o enquadramento de unidades na nova regulamentação do MCMV.

Como resultado, a VSO líquida do trimestre foi de 28,6%, menor patamar do ano. No acumulado de 2018, as vendas líquidas atingiram, em VGV, R$ 1,85 bilhão, crescimento de 20,1% em relação ao ano de 2017.

Conforme ressalta o Itaú BBA, as pré-vendas e a transferência de recebíveis da Tenda desaceleraram em bases trimestrais, impactadas negativamente por eventos não recorrentes, como a revisão das diretrizes do MCMV e uma escassez de recursos no programa.

“Apesar dos one-offs, a empresa ainda encerrou 2018 com uma sólida demonstração na frente operacional, superando as estimativas para o ano inteiro. A concentração de lançamentos no final do trimestre impactou negativamente as vendas contratadas, levando a velocidade de vendas da empresa para 29% (de 32% no 3Q18). O programa MCMV enfrentou uma escassez de recursos em meados de outubro devido às restrições orçamentárias do FGTS, o que implica uma queda de 21% na transferência de recebíveis em uma base de comparação trimestral”, destacam os analistas do banco. 

Vale (VALE3

 A Vale assinou um contrato com a desenvolvedora de projetos de energia Casa dos Ventos para a compra por longo prazo da produção do parque eólico Folha Larga Sul, na Bahia. O negócio inclui opção de aquisição da usina pela Vale no futuro.

CSN (CSNA3) e mais siderúrgicas

De acordo com notícia da Bloomberg, a CSN está próxima de anunciar o acordo de fornecimento de minério de ferro no valor de US$ 500 milhões a uma empresa de negociação de commodities (trading house). A trading house conseguiu um empréstimo para pagamento antecipado da CSN, disse a fonte. O negócio está estruturado para fornecimento em torno de 5 anos. 

“Vemos a venda de ativos como um passo importante para desalavancagem e mantemos nossa recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 12,50 por ação”, afirma a XP Research.

Ainda no radar de siderúrgicas, a União Europeia decide hoje se colocará restrições para a importação de aço.

Oi (OIBR4)

As recuperandas da Oi tiveram geração de caixa negativa R$ 38 milhões em novembro, saldo que se compara a resultado negativo de R$ 435 milhões em outubro e o número negativo de R$ 454 milhões em novembro de 2017, segundo comunicado.

O saldo final do caixa financeiro das recuperandas ficou em R$ 4,36 bilhões, redução de R$ 17 milhões em relação ao mês anterior. Já os recebimentos de clientes tiveram redução de R$ 83 milhões, totalizando R$ 2,8 bilhões. Os pagamentos tiveram recuo de R$ 319 milhões, atingindo R$ 2,43 bilhões. Já os investimentos no mês foram de R$ 421 milhões, queda de 28% na base mensal. 

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Localiza (RENT3)

O Itaú BBA manteve recomendação outperform e introduziu um novo preço-alvo de R$ 35 para 2019 para as ações da Localiza, o que implica um potencial de valorização de 22% em relação ao fechamento da véspera.

“A Localiza vem reportando taxas de crescimento extraordinárias, e acreditamos que ainda há espaço para uma forte expansão futura devido, principalmente, aos aplicativos de mobilidade e uma gradual recuperação na economia brasileira”, avaliam os analistas do Itaú BBA. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.