Suzano salta 8,5% após concluir fusão; Taurus despenca 22% com realização de lucros após decreto de Bolsonaro

Confira os destaques da Bolsa na sessão desta terça-feira (15)

Lara Rizério

Setor de papel e celulose (Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda de 0,44% após renovar máxima histórica, mas seguiu acima dos 94 mil pontos.

Durante a sessão, a China animou com renovação de promessas de estímulo, mas o índice não conseguiu segurar os ganhos. Contudo, algumas ações tiveram um forte desempenho positivo, caso da Suzano. Já a Forjas Taurus passou a despencar após o decreto de Bolsonaro com realização de lucros após disparar 160% desde dezembro. 

Confira esses e mais destaques desta terça-feira:

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Petrobras (PETR3; PETR4)

A sessão foi de ganhos para o petróleo em meio aos cortes de produção feitos pela Opep e Rússia, mas o ambiente de maior cautela global seguiu restringindo um rali mais forte para os papéis da companhia. 

No radar da companhia, ela informou que possui interesse em exercer o direito de preferência em 3 blocos da 6ª rodada de licitação sob o regime de partilha da produção. Os blocos de interesse são Aram, Norte de Brava e Sudoeste de Sagitário, como operador e com percentual de 30%.

O valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago pela companhia, considerando que o resultado do leilão confirme apenas a participação indicada, é de R$ 1,8 bilhão.

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Também no radar da estatal, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) entrou com uma ação civil pública contra o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, por improbidade administrativa, em função da nomeação de Carlos Victor Nagem como novo gerente-executivo de Inteligência e Segurança Corporativa.

De acordo com o movimento sindical, Nagem “não possui as qualificações exigidas pelo PCR (Plano de Cargos e Remuneração) da estatal”.

Para esta quarta-feira (16), a Petrobras manteve inalterado os preços do diesel e da gasolina nas refinarias, em R$ 1,9484 e R$ 1,4624, respectivamente.

Suzano (SUZB3)

A Suzano Papel e Celulose e a Fibria anunciaram a conclusão da fusão entre as duas companhias, o que impulsionou os ativos SUZB3. Essa é a maior alta para os ativos desde 16 de março, quando os papéis saltaram 21,80%. 

A última etapa da fusão foi realizada na segunda-feira após a Suzano ter feito o pagamento de R$ 27,8 bilhões aos acionistas da Fibria. Assim, eles passaram a deter participação na Suzano, nova marca da empresa.

Com a fusão, foi criada uma gigante global  com capacidade de produção de 11 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de toneladas de papel por ano.

Em relatório, a Moody’s Investors Service afirmou que a dívida bruta da Suzano pode cair para 3 vezes o Ebitda (Lucros, Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) até o final deste ano após a conclusão da aquisição da Fibria.

Também no radar da companhia, o Bradesco BBI recomendou compra para as ações da companhia após a conclusão da transação com a Fibria, estimando um preço-alvo de R$ 60 – o que totaliza um upside de 54,40% em relação ao último fechamento. 

Veja mais em:

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Taurus Armas (FJTA3; FJTA4)

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça o decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil, uma das principais promessas de campanha do presidente da República. A medida deve ser publicada ainda em edição extra do “Diário Oficial da União” desta terça. 

Nesta sessão, as ações da Taurus Armas, ex-Forjas Taurus, chegaram a avançar até 11% à espera do decreto, mas amenizaram na hora do pronunciamento e passaram a cair forte durante a tarde, fechando em queda de 22%. Vale ressaltar que, em 2018, os papéis da então Forjas Taurus (que mudou de nome no começo de 2019) foram a maior alta da Bolsa com ganhos de 180% com a expectativa de facilitação do acesso de armas no País. Em 2019, os papéis chegaram a subir 108%. 

O decreto foi assinado durante evento no Palácio do Planalto. “Como o povo soberanamente decidiu, para lhes resguardar o direito à legítima defesa, vou agora, como presidente, usar esta arma”, afirmou Bolsonaro, mostrando a caneta como se fosse sua arma. “Estou restaurando o que o povo quis em 2005”, acrescentou Bolsonaro mencionando o referendo realizado há 14 anos.

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O decreto refere-se exclusivamente à posse de armas. O porte de arma de fogo, ou seja, o direito de andar com a arma na rua ou no carro não está no texto. 

A assinatura do decreto ocorreu logo depois da reunião ministerial coordenada por Bolsonaro todas as terças-feiras, às 9h, no Planalto, desde que assumiu o poder em 1º de janeiro. Veja mais clicando aqui

Vale (VALE3)

A ação da Vale chegou a ter leve alta acompanhando o noticiário chinês, mas fechou em queda em meio ao movimento de realização de lucros. 

No radar internacional, o governo da China reiterou hoje que irá ampliar esforços para estimular sua economia após divulgar números de comércio externo bem mais fracos do que o esperado.

Autoridades econômicas da China prometeram hoje que vão reduzir impostos, intensificar gastos em infraestrutura e melhorar condições de crédito para pequenas empresas, como parte de uma estratégia para combater a maior desaceleração econômica do país desde a crise financeira de 2008.

No radar da mineradora, o Cade aprovou sem restrições a aquisição de controle pela Vale da São Bento, São Galvão e Santo eloy, atualmente detidas pelo FIP Salus e pela Ventos de São Januário.

Os requerentes afirmam que a operação é uma “boa oportunidade para a Vale expandir seus ativos de geração de energia, em especial no segmento de geração eólica”.

Sanepar (SAPR11)

A Sanepar informou que o diretor de investimentos da companhia, Joel de Jesus Macedo, vai acumular a diretoria financeira e de relações com investidores até a eleição dos novos titulares. Na última sexta-feira (11), o conselho da Sanepar destituiu a diretoria e elegeu um novo CEO.

Klabin (KLBN11)

A Klabin está negociando um crédito bancário de US$ 1,1 bilhão para o prazo de 5 anos. De acordo com o jornal Valor Econômico, o objetivo é fazer um refinanciamento de passivos. O custo da operação será de 1,35% mais a taxa Libor e será divida em duas linhas: uma de US$ 600 milhões via pré pagamento de exportação e outra de US$ 500 milhões na modalidade de crédito rotativo.

Siderúrgicas

O governo brasileiro está tentando convencer a União Europeia a não sobretaxar o aço brasileiro. Segundo o jornal O Globo, a UE alega que as indústrias locais sofrem com a concorrência dos produtos importados e anunciou que pretende aplicar salvaguardas a todos os países exportadores. O parlamento europeu deve votar sobre a proposta nesta semana.

Oi (OIBR4)

A Oi informou em comunicado que a Assembleia Geral Ordinária da companhia está marcada para o dia 30 de abril.

Companhia Hering (HGTX3)

A Hering teve um dia de forte volatilidade em dia de prévia operacional. A companhia divulgou o desempenho das vendas no 4º trimestre de 2018 e registrou um crescimento do SSS (Vendas nas Mesmas Lojas, na sigla em inglês) de 13%.  O número de lojas caiu de 799 em 2017 para 761 em 2018.

Apesar do aumento das vendas nas mesmas lojas, a empresa ficou em território negativo para vendas consolidadas, registrando queda de 1,4% na receita líquida.

Para 2018, as vendas caíram 1,9% devido a: (i) a greve dos caminhoneiros impactando principalmente lojas multimarcas e franqueados; (ii) deterioração do tráfego de pedestres durante o período da Copa do Mundo; e (iii) clima mais quente no inverno dificultando as vendas da coleção.

“A nosso ver, apesar dos esforços recentes da empresa para atualizar suas coleções e melhorar suas operações de lojas, ainda não podemos adotar uma postura mais otimista sobre o case. Apesar de acreditar que os resultados podem dar um impulso a Hering, vamos esperar por uma execução mais assertiva e melhor dinâmica de top line antes de ficarmos mais confiantes”, avaliaram mais cedo os analistas do Brasil Plural, que possuem recomendação equalweight para os ativos HGTX3.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.