Ibovespa opera perto de zero com exterior perdendo ânimo; dólar fica em R$ 3,71

Os investidores também estão de olho nas informações sobre o desenho para a reforma da Previdência e na aprovação do governo da joint venture entre Embraer e Boeing

Weruska Goeking

Painel de cotações (Shutterstock)

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SÃO PAULO – Cautela com o shutdown nos EUA, Brexit e desaceleração da China faz bolsas estrangeiras perder ânimo e mantém o Ibovespa perto da estabilidade nesta sexta-feira (11) após o índice acumular 8 altas em nove pregões e ter encostado nos 94 mil pontos. Os investidores também estão de olho nas informações sobre o desenho para a reforma da Previdência e na aprovação do governo da joint venture entre Embraer e Boeing.

Às 10h31 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,08%, a 93.729 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em fevereiro de 2019 tinha queda de 0,07%, cotado a R$ 3,712, e o dólar comercial tinha alta de 0,16%, para R$ 3,714. 

Os juros futuros operam em queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2021 caem de 7,44% para 7,43% e os contratos para janeiro de 2023 cedem de 8,46% para 8,45%.

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No mercado doméstico, o Palácio do Planalto divulgou nota informando que Bolsonaro não irá exercer o poder de veto a que tem direito no negócio entre a Embraer e a americana Boeing. A nota explica que o presidente foi informado que a proposta final do acordo “preserva a soberania e os interesses nacionais” e, por isso, não irá exercer o poder de veto.

Em nota, a Embraer e a Boeing afirmaram que a aprovação pelo governo brasileiro é bem vinda e que a transação as colocará em posição de acelerar o crescimento nos mercados globais de aeronaves. As empresas acreditam que a transação deve ser concluída até o final de 2019.

Na agenda econômica do dia, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 3,75% em 2018, dentro da meta estabelecida pelo governo federal para o ano, que era de 4,5% com margem de 1,5 pp (ponto percentual) para cima ou para baixo. 

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Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas encerraram em alta seguindo a melhora no mercado norte-americano no pregão da véspera com o aumento do apetite por risco mesmo em meio às preocupações com o shutdown e a desaceleração econômica chinesa. O “shutdown” é a paralisação do governo e isso ocorre porque o orçamento do atual ano fiscal não foi aprovado.

Por outro lado, Estados Unidos e China darão continuidade a discussões comerciais no fim do mês, o que animou o mercado. O vice-primeiro-ministro da China, Liu He, pretende viajar a Washington e se encontrar com o representante de comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, para retomar o diálogo comercial entre as duas maiores economias do mundo nos dias 30 e 31 de janeiro, segundo fontes citadas pela Dow Jones Newswires.

Já as bolsas na Europa operam perto da estabilidade no desenrolar das discussões sobre o Brexit, mas acompanhando o bom humor global. Os índices futuros norte-americanos têm leve queda à espera dos dados de inflação e de novas informações sobre o shutdown.

Há o receio de que o shutdown atual, que está seu 21º dia, se prolongue diante do impasse que se mantém entre os democratas e o presidente Donald Trump, que pede o financiamento de um muro na fronteira com o México. 

Sem solução para o caso, Trump cancelou sua viagem para Davos, prevista para 22 de janeiro, para a abertura do Fórum Econômico Mundial. O presidente norte-americano usou sua conta no Twitter para atribuir aos democratas a ausência no evento.

Os preços do petróleo sobem pelo 10º dia consecutivo deixando de lado as preocupações com as perspectivas econômicas globais e de olho nos acordos de cortes de produção firmados pelos principais exportadores.

Destaques da Bolsa

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GGBR4 GERDAU PN 15,20 -2,50 +2,56 35,48M
 BRFS3 BRF SA ON 22,87 -2,47 +4,29 28,53M
 GOAU4 GERDAU MET PN 7,38 -1,86 +6,34 6,97M
 MULT3 MULTIPLAN ON EJ N2 23,79 -1,57 -1,66 5,01M
 IGTA3 IGUATEMI ON 40,12 -1,57 -3,56 5,19M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON 22,43 +6,86 +3,46 82,17M
 GOLL4 GOL PN N2 23,89 +2,75 -4,82 14,36M
 CYRE3 CYRELA REALTON 16,48 +2,36 +6,53 4,23M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,14 +1,72 +11,44 109,71M
 HYPE3 HYPERA ON 31,36 +1,49 +3,84 1,62M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Reforma da Previdência

Para “desengessar” as regras de aposentadoria no Brasil, o governo quer incluir na proposta de reforma da Previdência regras transitórias para alguns pontos. Segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, a ideia é fixar essas normas deixando um comando para que, no futuro, elas possam ser alteradas por projetos de lei, sem necessidade de nova mudança na Constituição.

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O regime de capitalização previsto na reforma da Previdência deverá incluir um sistema de contas individuais parecido com o Tesouro Direto, informa o jornal Valor Econômico. Uma das fontes de inspiração da proposta em discussão no governo é um texto acadêmico que defende a criação da chamada PIA (Poupança Individual para Aposentadoria).

A ideia é que, em vez do sistema de fundos administrados por entidades abertas e fechadas previdência, os recursos sejam mantidos em contas individuais, movimentados numa plataforma parecida com o Tesouro Direto, em que os cidadãos fazem investimentos em títulos públicos. Essas contas individuais receberiam os mesmos benefícios tributários hoje concedidos para os fundos de pensão e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres).

O texto acadêmico foi escrito pelos economistas Abraham e Arthur Weintraub, pelo atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e pelo professor Giuseppe Ludovico, da Universidade de Milão. 

Sobre o regime de capitalização estudado pelo governo, o sistema deve valer apenas para quem ganha a partir de determinada renda, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O ponto de corte ainda não está fechado pela equipe econômica, mas a vantagem desse modelo é que diminui o custo da transição, pois evita grandes perdas de arrecadação que ocorreriam se todos os novos trabalhadores migrassem e passassem a contribuir apenas pelo novo modelo. 

A capitalização é um regime em que o segurado contribui para uma conta individual, que será remunerada e depois é usada para bancar os benefícios. Hoje o Brasil adota o regime de repartição, em que as contribuições pagas pelos trabalhadores e empregadores ajudam a bancar os benefícios de quem já está aposentado.

Disputa em Brasília

Conexão Brasília desta semana recebe o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores. Na pauta, a disputa pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, as sinalizações e divergências entre forças da base de Jair Bolsonaro acerca da reforma da Previdência e o saldo dos primeiros 10 dias do novo governo. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília) na página do InfoMoney no Facebook e no InfoMoney TV