O que esperar de 6 estatais após os primeiros anúncios dos novos governos

Governadores devem seguir discurso de agenda liberal adotado na presidência, segundo equipe de análise

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Desde a corrida eleitoral as ações de empresas estatais mostraram grande volatilidade na B3. Após conhecido os resultados dos pleitos, algumas companhias controladas pela União ou determinados estados registraram forte alta, mas diminuíram rapidamente o ritmo no final de 2018. 

Contudo, com a posse do presidente Jair Bolsonaro e de governadores como os de São Paulo (João Doria) e de Minas Gerais (Romeu Zema), trazendo também os primeiros sinais dos rumos que essas companhias devem tomar nos próximos quatro anos, o mercado entrou em um ritmo eufórico.

Falas de autoridades que sinalizam desde medidas mais pró-mercado como reestruturação e até mesmo privatização guiaram os ganhos dessas empresas na Bolsa, guiados principalmente por Eletrobras (ELET3;ELET6) e Sabesp (SBSP3).

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Mas o que esperar para os papéis das estatais que reagiram ao cenário político? Elas terão mais espaço para subir? 

Conforme destaca o Itaú BBA em nota a clientes, ainda há um risco político por trás de todas as ações em diferentes graus. “No entanto, acreditamos que a interferência política nas estatais será menor no curto/médio prazo em todas as empresas”, o que tende a beneficiar as ações em bolsa.

“Entendemos que o discurso do governo federal provavelmente será imitado pelos governos locais (ou pelo menos os governos locais podem ser obrigados a buscar uma agenda mais liberal a fim de igualar seus próprios déficits fiscais)”, avaliam. 

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Confira a opinião do analista sobre seis estatais que repercutiram bastante o ambiente político: 

Eletrobras (ELET3/ELET6)

A ação registrou um desempenho bastante forte primeiro pregão do ano após a notícia de que Wilson Ferreira Jr permanecerá no comando da empresa. Além disso, o ministro de Minas e Energia almirante Bento Albuquerque Júnior afirmou que dará prosseguimento ao processo de capitalização da Eletrobras.

O processo, iniciado durante o governo do ex-presidente Michel Temer, previa a privatização da elétrica através da emissão de ações. Bento Albuquerque disse que dará continuidade ao processo de privatização e que se terá um diálogo “objetivo, desarmado e pragmático” com a sociedade e o mercado sobre o uso da energia nuclear no país.

“Esperamos que o processo de capitalização vá em frente e, somente então, daremos compra. Também preferimos a ELET6 ante a ELET3, porque acreditamos que o spread justo seja superior a entre R$ 5 e R$ 6”, afirma Manfredini.

Sabesp (SBSP3)

Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do governo do Estado de São Paulo, afirmou ontem que está estudando a privatização da Sabesp ou então que planeja seguir com o seu plano de capitalização (potencialmente diminuindo a participação do estado na companhia.

“Como esperávamos, o mercado está ficando mais otimista em relação à estrutura da holding. Acreditamos que ainda existem motivos na avaliação da empresa para justificar um bom desempenho (com uma alta entre 15% e 20%)”, diz o analista. 

Cemig (CMIG4)

“As ações estão acima do nosso valor justo, mas entendemos a euforia por trás da alta”, ressalta, referindo-se às perspectivas para a gestão da estatal com a eleição de Romeu Zema (Novo).

“A ação ainda pode apresentar um desempenho melhor no curto prazo, devido ao anúncio da nova administração (acreditamos que o anúncio possa ser feito até o final do mês)”, conta o banco, que estima que o papel da Cemig poderia valer até R$ 21 em mãos do setor privado, o que corresponderia a um potencial de valorização de 47% ante o fechamento da última quarta-feira (2).

Copasa (CSMG3)

As ações da empresa seguem o tom de euforia com o novo governo, mais liberal, de Minas Gerais. Por outro lado, o Itaú BBA aponta que a privatização de empresas de saneamento permanece improvável devido a regras contratuais e regulamentares.

“As ações são negociadas no nosso preço alvo de R$ 63/ação (ao fim de 2019). Caso a empresa elimine todas as suas ineficiências, pode valer R$ 83/ação. É arriscado assumir esse cenário, já que apenas a privatização das estatais garantiria os benefícios de uma ‘administração privada”, afirma.

Assim como no caso da Cemig, esse seria o caso de ter uma pequena posição no papel para colher os benefícios do fluxo de notícias. “De qualquer forma, preferimos Cemig a Copasa”, diz. 

Sanepar (SAPR11)

As ações da Sanepar mostram um dos desempenhos mais fracos do setor de utilities. “Entendemos o ceticismo do mercado em relação a esse ativo, mas não podemos ignorar o fato de que a ação está barata em todas as métricas”, aponta o analista.

Para a equipe de análise, a administração da empresa “só precisa fazer o que é ‘certo’: aumentar a tarifa atualmente reprimida”. “Nada mais é necessário (por exemplo, redução de custos, otimização de balanço)”, acrescenta.

Copel (CPLE6)

Manfredini também avalia que a ação da Copel está “barata”, mas ele chama a atenção para a necessidade de venda de ativos e redução de custos. Por isso, ele dá preferência para as ações de Sanepar neste caso.

“Temos reservas sobre a nova gestão e se ela representaria uma grande melhoria em relação à anterior”, explica. 

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