Ibovespa futuro fica no zero e dólar sobe de olho no exterior após ânimo com EUA e China

Confira no que dicar de olho nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após duas sessões de ganhos na esteira do cenário externo mais positivo, o Ibovespa Futuro registra nesta quinta-feira (13) uma nova sessão de alta, mas com ganhos bem mais modestos do que o registrado nos últimos pregões. Às 9h05 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento em fevereiro de 2019 subia 0,07%, a 87.975 pontos, enquanto o dólar com vencimento em janeiro de 2019 sobe 0,40%, a R$ 3,872. 

O dia foi mais uma vez de alta para os principais índices mundiais, puxadas pelos novos sinais de que Estados Unidos e China estão avançando em esforços para superar suas divergências comerciais.

Ontem, circulou notícia de que a China planeja substituir uma política industrial muito criticada pela Casa Branca por um programa que garantirá maior acesso a companhias estrangeiras. Também foi confirmado hoje que os chineses voltaram a comprar soja dos EUA, como parte de um compromisso de Pequim de ampliar importações de produtos agrícolas americanos. O gigante asiático também estaria reduzindo ambições na área tecnológica para amenizar choques com EUA.

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Antes disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, já havia sinalizado nesta semana que está disposto a fechar um acordo comercial com a China, depois da trégua de 90 dias acertada com o presidente chinês, Xi Jinping, no último dia 1º. Na agenda econômica, a China atraiu US$ 13,6 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) em novembro, 27,6% menos do que em igual mês do ano passado, segundo dados publicados hoje pelo Ministério de Comércio do país.

Já na Europa, a sessão é de desempenho misto. Na véspera, os olhos ficaram voltados para o Reino Unido, com a libra avançando após a premiê Theresa May conseguir vencer votação para permanecer como líder do Partido Conservador, permitindo que ela retorne ao front do Brexit.

Além disso, decisão do BCE às 10h45 e conferência de imprensa de Mario Draghi podem ser maiores catalisadores globais hoje após notícia de que o banco poderia cortar sua previsão de inflação para 2019, tornando mais difícil para as autoridades encerrarem o programa de compra de ativos, conforme os investidores esperavam.

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No mercado de commodities, o petróleo tem alta tímida e se mantém acima de US$ 51, enquanto os metais sobem em Londres e o minério avança na China.

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Voltando ao Brasil, no mercado de juros futuros a sessão é de queda para os contratos mais líquidos, como o com vencimento em janeiro de 2021 com baixa de 9 pontos-base, para 7,64%, enquanto o com vencimento em 2023 caiu 5 pontos-base, a 9,02%. 

O movimento ocorre após o Copom “dovish” (brando). Na véspera, o Comitê manteve a taxa básica de juros em 6,50%, em linha com o esperado e BC vê arrefecimento do risco de frustração com reforma. De acordo com economistas, o comunicado apontou adiamento de eventual ciclo de alta e deve retirar prêmio da curva de juros.

O comunicado informou que aumentou o risco de a ociosidade da economia brasileira manter a inflação em níveis baixos e que diminuiu o risco da não aprovação de reformas estruturais. Segundo a nota, o cenário internacional continua desafiador para os países emergentes, com a possibilidade de alta de juros em países avançados e de agravamento de tensões comerciais.

Noticiário corporativo

O radar de empresas é movimentado. O resultado do leilão da distribuidora da Eletrobras no Amazonas está suspenso por ordem judicial, com decisão proferida na segunda-feira, mesmo dia em que se realizou o leilão, e confirmada na quarta pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Região (TRT-1) Mário Sérgio Pinheiro. A Eletrobras diz que “está avaliando as decisões” e seus efeitos.

A CSN informou que investirá US$ 740 milhões em mineração e R$ 1,3 bilhão em siderurgia. A MRV aprovou a cisão e listagem na B3 da Log Commercial Properties, enquanto a Cesp aprovou a emissão R$ 1,80 bilhão em debêntures. Na Coluna do Broad, a Sapore informou que quer ficar com 60% após combinação com IMC. A
Telefônica Brasil aprova Christian Gebara como novo CEO.

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Noticiário político

Na agenda do presidente eleito Jair Bolsonaro, ele vai de Brasília para São Paulo para nova avaliação médica. A cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia está marcada para 19 de janeiro. Mas ele disse que pretende adiar a operação para poder participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, de 22 a 25 de janeiro de 2019. Ontem, em live nas redes sociais, o presidente eleito que pretende propor, via Itamaraty, mudanças ao Acordo de Paris. “Se não mudar, sai fora. Porque temos de ficar? É um acordo possivelmente danoso para a nossa soberania”, afirmou. Ele voltou a criticar “a indústria de multas abusivas e extorsivas do Ibama” e disse  que escolheu seus ministérios sem interferência politica. 

Os últimos dias do ano legislativo também ganham destaque. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse nesta quarta que deixará de votar o Orçamento federal e manterá o Congresso Nacional em funcionamento, caso o governo federal decida vetar um projeto que prorroga benefícios fiscais para empresas instaladas nas áreas de atuação das superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e também cria novos para as instaladas no Centro-Oeste (Sudeco). Eunício Oliveira é autor do projeto e recebeu apoio dos parlamentares ao anunciar sua retaliação à equipe econômica. 

Enquanto isso, de olho na governabilidade,  dono da segunda maior bancada para a Câmara, com 52 parlamentares eleitos, o PSL não deverá disputar o comando da Casa em 2019. A afirmação foi feita pelo atual líder da bancada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP). 

“Eu acho muito difícil [o PSL lançar candidato a presidente da Câmara], acredito que vá ser uma pessoa de outro partido. Essas articulações estão acontecendo dentro do Congresso, estão ventilando, todos que estão ali estão se articulando publicamente ou nos bastidores”, disse em conversa com jornalistas após o encontro. 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.