Ibovespa perde força com petróleo, mas tem 2ª alta seguida; dólar afunda 1,7%

Índice chegou a superar os 87 mil pontos, mas não conseguiu sustentar o patamar acompanhando a redução de ganhos nos Estados Unidos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Assim como na véspera, o Ibovespa reduziu os ganhos na reta final do pregão desta quarta-feira (12), apesar de manter os ganhos. O dia foi guiado pelo tom de alívio nas tensões comerciais entre EUA e China e na discussão sobre o Brexit, com notícias de que a primeira-ministra Theresa May terá um voto de confiança do Parlamento.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,65%, aos 86.977 pontos, após chegar a avançar 1,77% na máxima do dia, pressionado pela virada do petróleo no exterior. O volume financeiro ficou em R$ 14,603 bilhões. Já o dólar comercial teve forte queda de 1,74%, cotado a R$ 3,8524. Nos EUA, os índices tinham alta no momento do fechamento da B3, com o Dow Jones subindo 0,98%, mesma variação do S&P 500.

No exterior, o anúncio da China de corte das tarifas de importação para automóveis dos EUA de 40% para 15%, a libertação da CFO da Huawei, Meng Wanzhou, sob fiança e a declaração de Trump de que intervira no caso Huawei se necessário, trouxeram esperança de um acordo comercial entre EUA e China, dando suporte às principais bolsas mundiais.

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Além disso, os EUA tiveram como destaque na agenda econômica os dados de preços ao consumidor de novembro que saíram no final da manhã. Contudo, não houve um reflexo significativo nos mercados uma vez que ficaram em linha com o esperado ao não haver variação de um mês para outro. 

Enquanto isso, na Europa, a libra se fortalece com o apoio de ministros à premiê britânica Theresa May, que deve enfrentar um voto de confiança nesta quarta-feira em meio à turbulência envolvendo o Brexit no Reino Unido.

O mercado também acompanha os próximos passos do novo governo para a aprovação de reformas e a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2018, com expectativa de manutenção dos juros em 6,5% ao ano pela sexta reunião seguida.

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Neste cenário, os principais contratos de juros futuros tiveram quedas, com os vencimentos mais curtos em movimento mais fraco, caso da taxa do para janeiro de 2020, que recuou 2 pontos-base, a 6,71%. Já o DI com vencimento em janeiro de 2023 teve queda de 11 pontos-base, a 9,08%.

Noticiário corporativo

A Vale assinou acordo com a Hankoe FIP para adquirir por US$ 500 milhões a New Steel, que desenvolve tecnologias de beneficiamento de minério de ferro. 

Já a Alpargatas fechou parceria para criar joint venture na Índia. Alpargatas Índia desenvolverá o negócio de “Havaianas” na Índia e será detida pela Alpargatas e Shoezone Lifestyle, uma sociedade controlada da Periwinkle. 

Entre outros destaques, a Sanepar aprovou investimentos de R$ 7,12 bilhões para o período de 2019 a 2023, o Cade aprovou a compra de fatia da Intesa pela Equatorial, a CVM negou o pedido para alterar a data da assembleia da IMC de 13 de dezembro e a Unidas  aprovou o programa de ADRs nível 1.

O mercado também segue de olho nos desdobramentos do pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil, que fizeram os papéis da Gol e Azul dispararem na véspera com a análise de menor concorrência para o setor aéreo (veja mais clicando aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 9,36 +6,97 +3,31 255,60M
 SBSP3 SABESP ON 30,92 +6,29 -7,26 204,93M
 CSNA3 SID NACIONALON 9,12 +5,19 +8,83 136,40M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 50,00 +3,24 -31,68 175,76M
 BRML3 BR MALLS PARON 13,18 +3,21 +4,24 138,51M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON 11,67 -2,67 -18,57 75,49M
 CYRE3 CYRELA REALTON 14,87 -2,49 +17,02 53,64M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 9,40 -2,39 -17,60 37,32M
 ELET3 ELETROBRAS ON 25,27 -1,94 +30,66 112,61M
 EGIE3 ENGIE BRASILON EB 34,32 -1,88 +3,93 76,72M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 23,30 +0,04 1,49B 1,98B 58.430 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 35,16 +0,69 1,13B 584,17M 48.142 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 37,84 +0,67 916,36M 536,12M 37.229 
 VALE3 VALE ON 50,37 -0,45 805,00M 1,16B 40.613 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 42,98 +0,23 538,90M 498,68M 30.123 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 15,95 0,00 335,44M 306,91M 33.904 
 ITSA4 ITAUSA PN ED 11,91 +1,02 290,53M 260,19M 32.959 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 26,39 +0,34 286,51M 341,91M 18.890 
 B3SA3 B3 ON 28,15 +2,03 268,09M 238,33M 29.796 
 USIM5 USIMINAS PNA 9,36 +6,97 255,60M 152,89M 24.886 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Reformas no radar

Conforme já esperado, o futuro ministro da Economia Paulo Guedes indicou o economista e deputado federal não reeleito Rogério Marinho para a Secretaria da Previdência e Leonardo Rolim, consultor de orçamento da Câmara e especialista em Previdência, como secretário adjunto. 

Marinho é filiado ao PSDB e foi relator da reforma trabalhista, podendo ajudar Guedes a negociar a Reforma da Previdência no Congresso. Marinho afirmou que quer aprovar a reforma ainda no primeiro semestre de 2019.

Já o Globo informa que a equipe de transição estuda amplo plano de revisão de impostos, incluindo aumento da alíquota da Previdência de servidores e militares. Os técnicos avaliam que arrocho fiscal que precisa ser implementado requer cortes de gastos e ajustes do lado das receitas, embora Jair Bolsonaro tenha assumido compromisso de não aumentar impostos. 

No campo econômico, a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou na última terça o relatório da reforma tributária. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 293/04 extingue nove tributos federais (ISS, ICMS, IPI, PIS, Cofins, Cide, salário-educação, IOF e Pasep), o ICMS estadual e o ISS municipal.

Em substituição a esses impostos, serão criados dois novos tributos: o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo, um imposto sobre bens e serviços específicos, de competência federal.

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(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.