Embraer cai 5% em 2 pregões após Justiça suspender fusão com Boeing; Petrobras ameniza, mas fecha em alta com Opep

Confira os destaques da B3 na sessão desta 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira (7) foi de fortes emoções para o Ibovespa, que oscilou entre uma alta de 1,28% e uma queda de 1,06% em meio à reunião da Opep, dados do mercado de trabalho dos EUA e volta da tensão entre os americanos e os chineses. A bolsa chegou a registrar fortes ganhos, mas acabou fechando em queda de 0,82%. 

Na semana, o benchmark da bolsa fechou em baixa de 1,60%, com a Gol (GOLL4) registrando a maior baixa do período em meio à alta de 0,88% do dólar, enquanto o destaque de alta ficou com a Natura (NATU3). 

 Confira os destaques do mercado: 

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Petrobras (PETR3; PETR4)

Após abrir em queda, em um movimento de sequência após a forte baixa da véspera, as ações da Petrobras ganharam muita força com o desfecho da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e Opep+, que tem guiado os contratos futuros de petróleo nas últimas sessões. Os membros da Opep e países aliados, liderados pela Rússia, decidiram cortar em 1,2 milhão de barris por dia a produção do petróleo, o que guia uma disparada de quase 5% do petróleo, levando a uma alta de até 4% dos papéis. Contudo, os ganhos observados no final da sessão foram mais modestos ainda acompanhando o movimento de tensão internacional, com os ativos ON subindo 1,64% e os PNs avançando 0,73%. 

No radar da companhia, a Petrobras vai iniciar a oferta de recompra de até US$ 1,5 bilhão em Global Notes emitidos pela subsidiária Petrobras Global Finance. A oferta será feita em dois grupos: o primeiro será de até US$ 1 bilhão com 4 papéis: um com vencimento em janeiro de 2021 e juros de 5,375%; outro de maio de 2021 e cupom de 8,375%; janeiro de 2022 e cupom de 6,125% e o último com vencimento em maio de 2023 e juros de 4,375%.

O segundo grupo será formado por três papéis: outubro de 2029 e cupom de 5,375%; janeiro de 2040 e cupom de 6,875%; janeiro de 2041 e cupom de 6,750%; maio de 2043 e cupom de 5,625%.  A oferta tem prazo até 4 de janeiro.

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BRF (BRFS3); Marfrig (MRFG3)

A Marfrig acertou a compra de 91,89% da Quickfood, fabricante de hambúrguer da BRF, por US$ 60 milhões. Com isso, a Marfrig passa a fornecer à BRF produtos acabados, como hambúrgueres, almôndegas, quibes, entre outros, pelo prazo de 60 meses.  A BRF informou ainda, que a Marfrig se compromete a comprar um imóvel em Várzea Grande (MT) pelo valor de R$ 100 milhões.

“Vemos o anúncio como positivo para a BRF, mas reconhecemos que ainda há um longo caminho a ser percorrido para materialização de desinvestimentos do plano de reestruturação da companhia”, destaca a equipe de análise da XP Research. 

Rumo (RAIL3)

A Rumo escolheu João Alberto Fernandez de Abreu como novo presidente da companhia. O atual presidente, Julio Fontana, permanece no cargo até 1º de abril, quando assume Fernandez, mas deve continuar até novembro de 2019.

Na opinião do Credit Suisse, o anúncio foi inesperado, o que pode pressionar as ações da companhia, principalmente considerando que os acionistas gostam de Fontana e é que ele que tem conduzido o turnaround da empresa desde a aquisição da ALL. Por outro lado, eles reconhecem que a transição será gradual e que ele vai continuar ativo na companhia por mais um ano.

“Nossos channel checks indicam que o novo CEO parece estar preparado para o novo desafio, com experiência na Raízen por muitos anos, o que não deve trazer grandes mudanças na cultura, estratégia e plano de investimento”, escrevem.

Embraer (EMBR3)

A Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar na tarde de ontem para suspender a fusão entre Embraer e Boeing, o que guiou uma baixa de quase 5% em duas sessões. A decisão ainda visa evitar atos concretos que sejam impossíveis de serem revertidos, diante da proximidade do recesso judiciário e da posse do novo presidente.

Em comunicado, a Embraer afirma que a medida é liminar e que “não opõe qualquer tipo de obstáculo à continuidade das negociações entre as duas empresas”. A companhia afirmou que “tomará todas as medidas judiciais cabíveis para reverter a referida decisão”.

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Conforme destaca o Bradesco BBI, apesar da manchete negativa, vale ressaltar que a Justiça federal de SP não é contra o acordo Embraer-Boeing. Além disso, as duas empresas estão concentradas na negociação de um acordo e em uma nova joint venture para o cargueiro KC390.

“Em nossa opinião, embora a Embraer e a Boeing possam requerer aprovação presidencial neste ano, as assembleias extraordinárias de acionistas exigidas para tanto devem ocorrer somente em meados de fevereiro de 2019. A eficácia deste contrato também dependerá da aprovação das autoridades antitruste em vários países. Esperamos que o governo federal e os acionistas da Embraer aprovem a transação no primeiro trimestre de 2019”, apontam os analistas.

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa arquivou um pedido junto à SEC (órgão regulador dos mercados de capitais dos EUA) para “deslistar voluntariamente” suas ações da NYSE. A expectativa da companhia é que as ações sejam deslistadas em 17 de dezembro e que o último dia de negociação seja 14 de dezembro.

As ações ordinárias da Gafisa continuarão listadas e admitidas à negociação no Brasil, no novo mercado da B3.

Carrefour (CRFB3)

De acordo com o Valor Econômico, o Carrefour montou uma equipe multidisciplinar para administrar a crise enfrentada pela empresa desde a agressão e morte de um cachorro na loja da rede em Osasco (SP).

A equipe conta com operações, marketing e comunicação e segurança. Ainda de acordo com o jornal, a rede de supermercados estuda fechar parcerias com entidades de proteção aos animais para apoiar ações envolvendo a saúde de cães e gatos.

Eztec (EZTC3)

A EZTec anunciou ontem a meta para 2019 de lançar um Valor Geral de Vendas (VGV) na faixa de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Os projetos para os padrões médio, médio-alto e alto devem responder por 75% do plano de lançamentos da companhia, enquanto os empreendimentos das faixas 2 e 3 do Minha Casa Minhas Vida ficarão com 25% do total.

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Brasil Plural rebaixou as ações de Transmissão Paulista para ‘equal weight’. De acordo com a equipe de análise, apesar da companhia ser a maior pagadora de dividendos atualmente no universo de cobertura deles e continuar pagando altos dividendos em 2019, a revisão acontece por conta da mudança de tarifas, que pode ser mais desafiadora do que esperada. Além disso, o resultado da disputa em andamento pelo pagamento integral da RBSE (Rede Básica Sistemas Existentes) pode ser um risco no preço-alvo (os analistas já estão incorporando o pagamento integral no PA).

Eletrobras (ELET3; ELET6)

A Eletrobras confirmou que o leilão da Amazonas Energia ficou mantido para o dia 10 de dezembro. De acordo com o jornal o Valor Econômico, ao menos uma oferta, da Oliveira Energia, foi apresentada pela companhia para a privatização da distribuidora. Além da Oliveira, o mercado esperava que a Equatorial, que tem a concessão vizinha do Para, também fizesse uma proposta pela companhia.

SulAmérica (SULA11)

O Bradesco BBI rebaixou para ‘neutro’ as ações de SulAmérica, elevando o preço-alvo de R$ 29,73 para R$ 32 – o que totaliza um upside de 8% com relação ao último fechamento. De acordo com os analistas, após a alta de 20% dos papéis nas últimas duas semanas, as ações já estão precificadas. “Nós vemos SulAmérica bem posicionada para encarar a concorrência, mas os maiores ganhos já estão precificados”, escrevem.

Transmissão Paulista (TRPL4)

A companhia aprovou o pagamento de R$ 1,22 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio aos seus acionistas relativo ao exercício de 2018. O montante corresponde a R$ 7,436826 por ação, equivalente a um dividend yield (dividendo pago por ação dividido pela cotação do papel) de 9,5%. O papel fica ‘ex-dividendos’ nesta sexta-feira (7).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.