Ibovespa cai 1% com tensão global após prisão de executiva chinesa e derrocada do petróleo

Índice segue os mercados do mundo todo e tem queda expressiva com investidores atentos aos desdobramentos do caso da diretora da Huawei

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa segue o dia de mau humor global e cai nesta quinta-feira (6) com o aumento da tensão após a prisão da diretora executiva da gigante chinesa Huawei Technologies a pedido do governo dos EUA. A notícia apaga o clima de calmaria entre China e EUA e derruba as bolsas no mundo todo.

Às 16h20 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa tinha queda de 1,09%, aos 88.065 pontos, após chegar a cair 1,92% na mínima do dia após a abertura dos índices nos EUA, que recuam cerca de 2%.

O dólar futuro com vencimento em janeiro subia 0,61%, a R$ 3,896, e o dólar comercial tinha ganhos de 0,67%, cotado a R$ 3,893 na venda. Além da prisão da executiva, pesa no mercado a queda de até 4% do petróleo após o início da reunião da Opep.

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O cenário também afeta os juros futuros de médio e longo prazo. Os contratos mais curtos, com vencimento em janeiro de 2019, operam estáveis em 6,41%, enquanto o DI para janeiro de 2021 avança 6 pontos-base, para 8,02%, ao passo que o contrato para janeiro de 2022 tem alta de 7 pontos, em 8,80%. 

Além de sinalizar mais um passo nos esforços dos EUA para responsabilizar as empresas chinesas pela violação das leis norte-americanas, a prisão deve levar a uma reação forte da China, avalia a Eurasia, o que pode piorar o clima após um alívio na reunião do G-20 com o anúncio de uma trégua entre os dois países.

A prisão da executiva fez os índices asiáticos caírem cerca de 2% e também puxou os mercados europeus, onde o setor automotivo é bastante penalizado por esta disputa. Já em Wall Street, os índices futuros também indicam uma sessão de perdas expressivas para os investidores nesta quinta.

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Reunião da Opep
O dia também é marcado pelo início da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e países aliados, liderados pela Rússia, que se reúnem em Viena nesta quinta e sexta-feira para tentar chegar um acordo sobre a crise do setor.

A primeira notícia, porém, é negativa, levando a commodity a desabar mais de 4% durante manhã depois que o ministro da Energia da Arábia Saudita afirmar que um corte de 1 milhão de barris por dia seria suficiente o grupo, um valor abaixo do esperado.

Um painel de economistas da Opep, que revisou cenários para a reunião, recomendou um corte total na produção de 1,3 milhão de barris por dia em relação aos níveis de outubro.

Para analistas do Credit Suisse, a Opep deve passar uma mensagem clara ao mercado de que pretende cortar a produção em cerca de 1,5 milhão de barris por dia para recuperar as perdas recentes no preço do petróleo. Esse corte seria suficiente para rebalancear o mercado ao longo de 2019.

Ao fim do primeiro dia de reunião, a Opep chegou a um acordo preliminar para cortar a produção de petróleo, mas aguarda a Rússia, importante aliada e que está fora do grupo, para decidir os volumes exatos a serem cortados, segundo fontes ouvidas pela Reuters. 

Indicadores
Entre os indicadores, destaque para os dados do ADP, que mostrou que o setor privado dos Estados Unidos adicionou 179 mil empregos no mercado em novembro, abaixo das expectativas dos economistas.

Economistas consultados pela Bloomberg previam que o Relatório Nacional de Empregos mostraria um ganho de 195 mil empregos. Além disso, a geração de empregos no setor privado de outubro foi revisada para baixo, mostrando um aumento de 225 mil em relação aos 227 mil relatados anteriormente.

Destaques de ações

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CPLE6 COPEL PNB 32,46 -5,09 +30,63 22,98M
 PETR3 PETROBRAS ON N2 27,14 -5,07 +61,72 146,40M
 PETR4 PETROBRAS PN N2 24,38 -4,62 +52,72 1,44B
 USIM5 USIMINAS PNA 9,18 -3,27 +1,32 129,86M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 38,63 -2,92 +107,69 95,93M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RENT3 LOCALIZA ON 26,91 +1,55 +22,62 73,36M
 CIEL3 CIELO ON 9,40 +1,40 -57,27 61,00M
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 28,18 +1,37 +5,49 96,49M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 47,63 +0,70 -34,92 36,06M
 MRVE3 MRV ON 12,04 +0,67 -15,98 55,37M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Noticiário político

O principal assunto na política segue sendo a reforma da Previdência e as incertezas sobre sua aprovação. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem falado para os integrantes da equipe de transição que caso a reforma não seja aprovada no primeiro ano, o governo enfrentará enorme dificuldade.

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Segundo o G1, o alerta de Guedes tem chamado atenção até mesmo de Bolsonaro. O economista defende inclusive a aprovação imediata de uma reforma que possa resolver o déficit estrutural, com a adoção da idade mínima e também com a equiparação da Previdência do setor público com a do privado.

Na véspera, o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), que o partido apoiará o governo Bolsonaro em projetos que também sejam do que ele chamou de “agenda tucana”, que contam, entre outros projetos, com as reformas da Previdência e tributária. Segundo ele, esse apoio virá sem a exigência da sigla integrar o governo.

Além disso, segundo o Estadão, o presidente eleito planeja fundir três agência reguladoras do setor de transportes: ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Anac (Agência Nacional de Aviação) e Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

Juntas, elas passariam a ser a Agência Nacional de Transportes. O objetivo seria acabar com o aparelhamento político das agências e ajudar no projeto de concessões do novo governo.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.