JBS salta 5,5% com novo CEO; Petrobras avança com plano de negócios e elétrica dispara 16%

Confira os destaques do mercado acionário nesta quarta-feira (5)

Marcos Mortari

(Bloomberg)

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SÃO PAULO – Após um dia de forte pessimismo na B3, o Ibovespa conseguiu ter um alívio em sessão sem Wall Street, onde as bolsas ficaram fechadas com o luto pela morte do ex-presidente George H. W. Bush.

Do lado das empresas, uma série de ações reagiram ao noticiário corporativo agitado, com destaque para os papéis da Petrobras e do frigorífico JBS. 

Confira os destaques deste pregão:

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Petrobras (PETR3; PETR4)

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode obrigar a Petrobras a vender refinarias. De acordo com o jornal Valor Econômico, será apresentado hoje o resultado de um estudo da área técnica do Cade e da ANP, que conclui que a estatal se aproveita do monopólio no setor para influenciar a formação de preços dos combustíveis no mercado interno. Se o processo for adiante, a Petrobras pode ser obrigada a reduzir sua participação no refino de petróleo no país.

Ainda no radar, a Petrobras voltará a considerar o setor petroquímico como estratégico no plano de negócios 2019-2023, segundo a Bloomberg, abrindo caminho para que a empresa mantenha participação na Braskem.

O impasse sobre a votação da cessão onerosa também segue no radar. Sem acordo, a votação do projeto de lei complementar é adiado novamente. Nesse cenário, a Folha de S. Paulo relata que o futuro ministro da economia, Paulo Guedes, cogita até desistir do PLC da cessão onerosa, dado que integrantes do TCU e de sua equipe defendem que aval do Congresso é desnecessário, pois a cessão é um acordo entre União e Petrobras.

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Além disso, a estatal divulgou seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023, prevendo investimentos de US$ 84,1 bilhões no período. O valor representa um crescimento de 12,9% na comparação com o Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, divulgado no ano passado, que previa investimentos totais de US$ 74,5 bilhões para o período.

Por fim, a Petrobras afirmou ainda que espera uma política de dividendos mais agressiva uma vez que a alavancagem da empresa esteja controlada e novas plataformas que estão entrando em produção elevem a geração de caixa, disse o Diretor Financeiro, Rafael Grisolia, em teleconferência.

JBS (JBSS3)

A JBS nomeou Gilberto Tomazoni como novo presidente-executivo, concluindo um processo de sucessão que se iniciou 15 meses atrás, com a prisão de Wesley Batista. O executivo será o primeiro CEO que não é da família Batista.

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Tomazoni entrou na empresa em 2013 após passagens pela Bunge e Sadia, e atuava como chefe global de operações da JBS desde 2017.

A companhia também indicou Guilherme Cavalcanti (ex-CFO da Fibria) para o cargo de CFO e Diretor de Relações com Investidores da JBS. O executivo assumirá a posição em 15 de janeiro.

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Na opinião do Bradesco BBI, Gilberto Tomazoni é bem visto pelo mercado e pode ser uma peça importante para preparar o IPO da companhia nos EUA em 2019, podendo ser um trigger importante para a ação. Além disso, os analistas afirmam que com Tomazoni como CEO, eles esperam que a companhia tenha maior foco em alimentos processados nos EUA.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

Após um pregão de fortes perdas em meio às incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre EUA e China, as ações da Vale e das siderúrgicas CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) ensaiam leve recuperação neste pregão. Os ganhos, porém, não superam 1%.

Contribui para o tom levemente mais otimista dos investidores, no caso da Vale, o desempenho do minério de ferro no mercado internacional. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dailian subiram 2,58% no último pregão, passando a valer 478,00 iuanes.

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Telefônica Brasil (VIVT4)

O Conselho da Telefônica aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 1,35 bilhão, o equivalente a R$ 0,74973852939 por ação ON e R$ 0,82471238233 por ação PN.

De acordo com a companhia, os proventos serão creditados individualmente aos acionistas, considerando que estes devem manter o papel até o dia 17 de dezembro. Após essa data, as ações serão negociadas ‘ex-juros’.

“Embora este anúncio contribua para aumentar ainda mais o dividend yield da Vivo no ano, ele é esperado e em linha com o anúncio de dezembro do ano anterior. Sendo assim, esperamos uma reação neutra”, comentou o Itaú BBA.

Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4)

Em evento realizado pelo RenovaBR, na noite da última terça-feira (4), em São Paulo, o governador eleito por Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) falou ao InfoMoney sobre a perspectiva de privatizações de Copasa e Cemig, apontando que a prioridade, no momento, é melhorar a gestão delas. 

“Como temos essa tarefa gigantesca com as contas públicas do estado e essas empresas hoje estão apresentando um resultado muito abaixo do que podem vir a apresentar, nossa prioridade é melhorar a gestão delas para, em um segundo momento, elas virem a ser privatizadas. Mas continua no nosso plano, mas não como uma prioridade”, afirmou Zema.

Renova Energia (RNEW11)
A Renova recebeu uma proposta vinculante da AES Tietê para a aquisição da totalidade de sua participação no Complexo Eólico Alto Sertão III. O valor não foi revelado. A proposta também envolve cerca de 1,1 GW em projetos eólicos em desenvolvimento.

A companhia disse que ainda não analisou proposta da Tietê e que “vem estudando outras possibilidades” para equacionar a sua estrutura de capital.

As obras do parque eólico na Bahia estão paralisadas desde o final de 2016 devido à falta de recursos da Renova. O complexo terá cerca de 390 megawatts em capacidade quando concluído. 

Estácio (ESTC3)

A Estácio aprovou a 2ª emissão de notas promissórias, no valor de R$ 600 milhões, com vencimento em 85 dias e remuneração de 105,75% do CDI. A emissão ocorrerá em série única para investidores qualificados.

Cosan (CSAN3)

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Cosan Limited, Marcos Lutz, afirmou que o grupo está “muito otimista” com as perspectivas para a economia brasileira em 2019, com previsão de crescimento dos negócios em todos os segmentos em que atua (energia e logística).

“A perspectiva é muito positiva para o próximo ano, já havendo passado as eleições e com o PIB crescendo. O ambiente é melhor”, disse.

Alpargatas (ALPA4)

A Alpargatas concluiu a venda da fatia de 21,8% em sua operação na Topper na Argentina ao grupo Sforza, do empresário Carlos Wizard Martins. Dessa forma, a companhia recebeu a primeira parte do preço da compra, no valor de R$ 28 milhões, e receberá a segunda parcela (R$ 12 milhões) em 26 de dezembro.

BR Malls (BRML3)

A BR Malls afirmou que “foi convidada a participar de um processo competitivo para uma possível transação envolvendo a aquisição da participação do Grupo Almeida Jr. em seis shoppings centers”, e que apresentou uma proposta “indicativa e não vinculante”. De acordo com a companhia, porém, até o momento não recebeu resposta.

Aes Tietê (TIET11)

A Aes Tietê apresentou uma proposta para a aquisição do parque eólico Alto Sertão III da Renova Energia. A proposta ainda precisa ser aprovada pela administração da Renova e está sujeita a negociação dos pontos definitivos e à obtenção das autoridades necessárias.

A transação vai em linha com o objetivo estratégico da companhia de diversificar seu portfólio para fontes renováveis não convencionais, de forma a reduzir sua exposição a cenários hidrológicos adversos.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.