Ibovespa Futuro cai após disparar na véspera com Fed e de olho em cessão onerosa e petróleo

Formação do governo Bolsonaro também está no radar do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a disparada do Ibovespa na véspera com o discurso mais “dovish” (brando) do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apontando que a taxa de juro atual está próxima da neutra, a sessão desta quinta-feira (29) indica para a queda do Ibovespa Futuro, enquanto o dólar oscila próximo à estabilidade.

Às 9h05 (horário de Brasília), o contrato futuro do benchmark da bolsa com vencimento em dezembro registrava queda de 0,64%, a 86.680 pontos, enquanto a divisa americana fica estável a R$ 3,849. 

Contribuindo para o menor ímpeto do índice, está a queda do petróleo, com o WTI caindo abaixo de US$ 50 pela primeira vez em mais de um ano. Há o temor de que a Opep não vá agir decisivamente para limpar excedente da oferta global da
commodity, enquanto as atenções ficam voltadas para encontro entre Vladimir
Putin, presidente da Rússia, e Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita, que deverão discutir como coordenar política de petróleo. Putin disse que os preços atuais se adequam “bem” à Rússia.

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No Brasil, mais uma notícia pode impactar a Petrobras. A votação do projeto de lei (PLC 78/18) que autoriza a estatal a transferir a petroleiras privadas até 70% de seus direitos de exploração de petróleo na área do pré-sal, a cessão onerosa, foi adiada novamente. A matéria, que esteve na pauta do Senado não foi apreciada por falta de um entendimento em torno da partilha de royalties da cessão onerosa do pré-sal com estados e municípios. 

Além disso, o mercado fica de olho nas indicações de Jair Bolsonaro para os ministérios. 

O presidente eleito já admite que pode iniciar o governo com mais de 20 ministérios. Inicialmente, a expectativa da equipe do presidente eleito era ter no máximo 15 pastas. A medida fez parte da campanha eleitoral como promessa para reduzir o número de ministérios pela metade – atualmente são 29. Segundo o Estadão, a indicação ontem de Osmar Terra para a Cidadania irritou bancada evangélica, que tem 180 deputados e ameaça se rebelar caso não tenha cargos na Esplanada.

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Enquanto isso, destaca-se no mercado que a proposta da Previdência de Armínio Fraga e Paulo Tafner ganharia força com possível presença no futuro governo de Leonardo Rolim, assessor da Câmara e um dos autores do projeto.

Vale ressaltar ainda a decisão do Brasil de não sediar a Conferência do Clima (COP-25) em 2019, que foi tomada por Bolsonaro e gerou um mal estar diplomático. “Houve participação minha”, afirmou ele. Bolsonaro disse que existe a possibilidade de o País sair do Acordo do Paris e não quer “anunciar uma possível ruptura dentro do Brasil”. Outro fator mencionado foi o custo para a realização do evento – R$ 400 milhões, segundo estimativas -, que considerou “exagerado” diante da situação das contas públicas.

Segundo disse um membro do alto escalão da entidade ao Estadão, a decisão é um sinal do que deverá ser a política de meio ambiente do novo governo brasileiro. Ele destacou que o Brasil é reconhecido por manter os compromissos assumidos e que a medida é uma quebra dessa postura.

Noticiário corporativo

Além da cessão onerosa, outra notícia ganha destaque no radar da Petrobras, que concluiu o reinício de unidade da Replan em 25 de novembro. Entre as recomendações, o HSBC fez um corte de recomendações no setor de varejo, com Renner e B2W rebaixadas para ’manutenção’, enquanto Magazine Luiza FOI rebaixada a ’reduzir’. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.