Ibovespa fica estável após saltar 1.200 pontos em 30 minutos, mas não evita queda de 3% na semana

Índice zerou as perdas após chegar a cair 1,8% seguindo movimento parecido com o do México, se descolando do cenário norte-americano

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força no fim do pregão desta sexta-feira (9) em um movimento repentino de ajuste dos investidores aproveitando a queda dos preços das ações após três pregões “selloff” na bolsa.

Com isso, o benchmark da bolsa fechou com leve alta de 0,02%, aos 85.641 pontos – ganhando 1.160 pontos em apenas 30 minutos. Apesar disso, o índice não conseguiu evitar uma queda de 3,14% na semana. O volume financeiro ficou em R$ 16,003 bilhões. No exterior, os três principais índices dos EUA registram queda entre 1% e 1,8%.

O contrato de dólar futuro com vencimento em dezembro, por sua vez, também passou cair forte, registrando perdas de 0,73%, a R$ 3,737, enquanto o dólar comercial fechou com queda de 0,06%, cotado a R$ 3,7361 na venda – lembrando que o mercado à vista fechou antes deste movimento no final do pregão da bolsa.

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Em meio ao cenário de forte queda da bolsa, que se aproximava do seu quarto dia hoje, alguns papéis, principalmente do setor financeiro, ficaram em preços atrativos, o que atraiu de volta os investidores para compra, avalia Ari Santos, gerente da mesa de operações da H.Commcor.

Além disso, chamou atenção o movimento de recuperação, no mesmo horário, do mercado mexicano após o presidente eleito, Andrés Manuel López Obrador, afirmar que não vai mudar as leis bancárias. Com isso, a bolsa virou para alta no México após passar o dia em forte queda. “Na campanha, esclareci que não faríamos nenhuma reforma na primeira parte do governo em questões fiscais”, disse.

No front doméstico, o mercado fica atento às novas tentativas da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de fazer parte da reforma previdenciária sem mudar a Constituição, já que o governo atual não dá sinais de que a aprovação neste ano seja viável. Atenção ainda para os balanços do terceiro trimestre.

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Entre as commodities, destaque para o petróleo WTI, que teve sua 10ª baixa seguida e se aproximou de US$ 60 após entrar em bear market em meio ao aumento da oferta e preocupações com a economia. Esta nova queda marca a pior sequência negativa da commodity em 34 anos.

Destaques da Bolsa

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 35,80 +8,81 +9,34 397,02M
 ELET3 ELETROBRAS ON 23,64 +5,16 +22,23 87,81M
 CPLE6 COPEL PNB 28,09 +4,04 +13,04 21,90M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 15,90 +3,99 -34,95 71,24M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,02 +3,30 +10,59 234,42M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 10,35 -4,61 -42,18 179,94M
 BRAP4 BRADESPAR PN 33,46 -4,45 +20,76 82,55M
 VALE3 VALE ON 54,65 -4,16 +41,24 1,62B
 CIEL3 CIELO ON 10,60 -3,99 -51,81 228,69M
 JBSS3 JBS ON 9,96 -3,21 +2,07 93,11M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 25,46 +0,43 2,37B 2,40B 78.781 
 VALE3 VALE ON 54,65 -4,16 1,62B 1,06B 48.644 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 50,78 +1,26 785,67M 770,01M 33.023 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 35,68 +1,48 548,82M 648,84M 32.407 
 BBAS3 BRASIL ON 41,50 +2,22 520,54M 674,62M 28.357 
 NATU3 NATURA ON 35,80 +8,81 397,02M 78,42M 22.876 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 16,08 +2,36 330,05M 382,18M 24.798 
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 146,40 -0,79 311,26M 284,41M 9.056 
 B3SA3 B3 ON 25,69 +0,55 277,03M 335,81M 32.423 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 34,40 -3,02 251,97M n/d 18.034 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Bolsas mundiais

Ontem, o Fomc (Federal Open Market Committee) confirmou as expectativas e manteve seus juros básicos entre 2% e 2,25% ao ano, mas reiterou que prevê “mais aumentos graduais” e não fez menção à recente turbulência de Wall Street, sugerindo que permanece confiante na recuperação econômica dos EUA. O Fed elevou juros três vezes este ano e espera-se um quarto aumento no encontro de dezembro.

A China também alarma os mercados: as ações de bancos do país recuaram após o governo adotar medida para direcionar o crédito, sugerindo urgência para conter a desaceleração. Já as vendas de carros na China caíram pelo 5º mês seguido em outubro (tendo baixa de 11% no mês) e podem ter a primeira queda anual em ao menos duas décadas. Nesse cenário, cobre e outros metais recuam.

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Noticiário político

Dirigentes de partidos alinhados a Jair Bolsonaro e ministros recém-nomeados têm expressado ao presidente eleito preocupação com os ruídos na comunicação dos seus planos e a ausência de um porta-voz para a equipe de transição, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Desencontros entre o próprio Bolsonaro e seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e manifestações dos filhos do capitão reformado criaram a impressão de que o discurso do novo governo é desconexo e improvisado, dizem esses aliados.

A todo vapor na formação do novo governo, a equipe de transição ainda aguarda um posicionamento de Ilan Goldfajn sobre sua intenção de continuar à frente do Banco Central. Nos bastidores, a leitura é de que a eventual autonomia do Banco Central pode abrir espaço para Ilan ficar no cargo até março de 2020, informa o jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a reportagem, cinco nomes despontam como possíveis substitutos de Ilan: o ex-diretor de Política Econômica do BC Afonso Bevilaqua; o atual diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho; o também ex-diretor do BC e atual economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita; o ex-diretor do BC e sócio da gestora SPX Capital, Benny Parnes; e Roberto Campos Neto, diretor do Santander.

A articulação para a reforma da Previdência continua e Jair Bolsonaro analisa um conjunto de mudanças que podem ser feitas sem alterar a Constituição, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A versão “light” da reforma está baseada em dois projetos de lei já prontos, elaborados por consultores do Congresso. Eles permitem criar uma alíquota previdenciária complementar aos funcionários públicos, acabam com a fórmula 85/95 e mudam a regra de cálculo das pensões, entre outros pontos.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.