“Próximos seis meses serão positivos com novo governo”: Morgan eleva exposição no Brasil e rebaixa o México

"Um novo governo com capital político e disposição para realizar a consolidação fiscal e reformas estruturais pode ter um impacto positivo no crescimento econômico de curto e longo prazos", avaliam os estrategistas do banco sobre o Brasil

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Passadas as eleições, mais um banco reiterou a sua visão mais otimista com o Brasil e elevou as posições em ações no País. 

O Morgan Stanley elevou a exposição do Brasil de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado) no portfólio de emergentes e Ásia-Pacífico, ao mesmo tempo em que rebaixou o México de equalweight para underweight (exposição abaixo da média do mercado).

O Brasil saiu da posição 8 no ranking dos países com maior exposição para a 3ª colocação em um universo de 28 países emergentes, em meio às recentes visões altistas dos estrategistas do Morgan. O País, na visão do estrategista Gui Paiva, tem uma forte narrativa positiva de investimentos nos próximos cinco a seis meses.

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“Um novo governo com capital político e disposição para realizar a consolidação fiscal e reformas estruturais pode ter um impacto positivo no crescimento econômico de curto e longo prazos”, avalia o banco. 

Inicialmente, o mercado estaria olhando para as novas iniciativas do governo em direção à consolidação fiscal, tais como: a) a remoção do subsídio fiscal do diesel e b) prioridade para a reforma da Previdência em 2019.

Com relação ao ponto b, a  avaliação é de que a tramitação da reforma da Previdência Social é complicada no Congresso, uma vez que requer uma maioria de 60%. No entanto, para os próximos cinco a seis meses, os investidores provavelmente permanecerão otimistas, já que a discussão sobre as reformas consideradas complicadas só será possível após o Carnaval, em março de 2019. 

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Outra questão que reforça a visão positiva com o Brasil são as métricas relacionadas à lucratividade, margem líquida e ROE (Retorno sobre o patrimônio líquido) dos ativos brasileiros. O ROE da carteira MSCI Brazil, por exemplo, teve forte aumento desde maio de 2018 em relação ao benchmark combinado de emergentes e ações da Ásia-Pacífico exceto Japão. 

Por outro lado, o estrategista para o México, Nikolaj Lippmann, acredita que, após a recente decisão do governo AMLO cancelar um novo aeroporto na Cidade do México, o que aumentou em muito a percepção de risco político, o debate dos investidores mudou para um possível escorregão fiscal, além de reforma energética, garantias governamentais, estrutura institucional e estatais altamente endividadas. 

Não há expectativa de uma recuperação rápida das ações mexicanas e agora se espera o orçamento do setor público para 2019 como o próximo sinal de orientação política, destaca o relatório. 

Entre outras mudanças, a Indonésia e Singapura foram elevados de equalweight para overweight, Chile saiu de overweight para equalweight, Grécia foi de equalweight para underweight. A Nova Zelândia foi elevada de underweight para equalweight e o Egito foi de underweight para equalweight. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.