Ibovespa devolve ganhos e zera em meio a preocupações no exterior; dólar sobe mais de 1%

Os investidores ainda acompanham o desenrolar do requerimento de urgência para o projeto de lei da cessão onerosa e mais resultados trimestrais

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Após abrir com alta de mais de 1%, o Ibovespa devolveu os ganhos e passou a operar perto de zero em meio a preocupações com o cenário favorável ao aumento de juros nos Estados Unidos, com a tensão comercial entre o país e a China e o imbróglio do orçamento italiano. 

Os investidores ainda acompanham o desenrolar do requerimento de urgência para o projeto de lei da cessão onerosa e mais resultados trimestrais.

Às 11h24 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,06%, a 86.937 pontos, após saltar mais de 1% na primeira hora de pregão. O contrato de dólar futuro com vencimento em novembro tinha alta de 0,85%, cotado a R$ 3,728, e o dólar comercial subia 1,19%, para R$ 3,733 na venda.

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A valorização do dólar é impulsionada pelos números fortes do emprego nos Estados Unidos e a formação da Ptax também traz volatilidade aos negócios. 

Bolsas mundiais

Na Europa, as bolsas operam em forte alta ainda repercutindo o otimismo em Wall Street no pregão anterior e balanços corporativos positivos. Os índices futuros nos Estados Unidos apontam para nova abertura em alta diante de uma enxurrada de resultados trimestrais positivos.

Os dados de emprego privado na pesquisa ADP de outubro apontaram a criação de 227 mil vagas, bem acima da estimativa mediana da Bloomberg, que previa 187 mil novos postos de trabalho. O dado forte veio dois dias antes da divulgação do relatório de emprego mais completo dos EUA, conhecido como “payroll”, na sexta-feira (2), feriado no Brasil.

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Os preços do petróleo operam em alta pela primeira vez em três dias, mas a tensão comercial entre China e Estados Unidos seguem pesando nas perspectivas de aumento da demanda pela commodity. 

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Agenda econômica e de balanços

No mercado doméstico, o destaque fica para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que deve manter a taxa Selic inalterada em 6,50% pela quinta vez consecutiva, conforme indicam as expectativas do mercado. A decisão será conhecida às 18h (de Brasília).

Além dos indicadores, atenção especial para a temporada de resultados corporativos. O destaque fica com B2W, Hering, Engie, IRB, Lojas Americanas e Banco Inter após o fechamento do mercado. Para conferir a agenda completa de indicadores e resultados, clique aqui.

Destaques da Bolsa

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SANB11 SANTANDER BRUNT 42,20 -5,17 +36,28 46,15M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 9,20 -3,56 -22,29 19,18M
 RADL3 RAIADROGASILON 63,06 -2,98 -30,86 74,32M
 GOLL4 GOL PN N2 17,92 -2,66 +22,74 70,66M
 SMLS3 SMILES ON 36,87 -2,46 -48,88 9,66M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 38,45 +5,11 +106,72 102,34M
 VALE3 VALE ON 56,17 +4,27 +45,17 500,89M
 CIEL3 CIELO ON 13,11 +3,80 -40,41 60,89M
 BRAP4 BRADESPAR PN 33,95 +3,35 +22,53 17,24M
 EMBR3 EMBRAER ON 20,88 +2,81 +4,96 22,26M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Noticiário político 

Depois do aceno de Jair Bolsonaro (PSL) de que buscaria a aprovação da reforma da Previdência neste ano, um de seus principais aliados no Congresso, o deputado federal Major Olímpio (PSL-SP) disse que não vê condições de o projeto ser aprovado da forma como se encontra na Câmara até o fim do ano. Eleito senador da República, Major Olímpio afirmou que o assunto ainda não foi discutido entre ele, Bolsonaro e a equipe econômica.

A frente contrária à aprovação tem mais um nome de peso entre os aliados de Bolsonaro. Seu ministro da Casa Civil, o deputado federal reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS) classificou a reforma do governo Temer de “medíocre e pouco inteligente”. Em discurso no plenário da Câmara em junho de 2017, Lorenzoni afirma que “sempre será contrário” à proposta do atual governo e sugere que o sucessor – no discurso ele já apostava que seria Bolsonaro – implemente a chamada “Previdência fásica”. 

Outra movimentação do governo Bolsonaro que não é consenso é a fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente. Para alguns, essa união vai trazer para a agricultura problemas específicos da área ambiental que não devem ser tratados no setor agrícola. Pautas ambientais de vários setores industriais, como os da química e mineração, vão se somar às próprias da agricultura. Para outros, já que Bolsonaro quer reduzir o número de ministérios, essa fusão de Agricultura e Meio Ambiente pode ser um caminho, apurou a Folha.

No caso da incorporação do Ministério da Indústria (Mdic) ao da Fazenda, Paulo Guedes, que deverá ficar à frente do “superministério” disse que ela será usada para desmontar o sistema de lobby e protecionismo que atrapalha o desenvolvimento da indústria nacional. “Vamos salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”, afirmou o economista, após reunião da cúpula do futuro governo Bolsonaro, no Rio.

Entre as estratégias para alavancar investimentos em infraestrutura, Bolsonaro estuda com medidas como privatização gradual das Companhias Docas, troca do critério de menor tarifa de pedágio por maior valor de outorga nos leilões de rodovias federais, novas ferrovias pelo regime de autorização, universalização dos serviços de banda larga em um prazo de quatro anos e isenção de impostos para a compra de debêntures de infraestrutura também por pessoas jurídicas.

O presidente eleito pretende elevar os investimentos em infraestrutura para R$ 180 bilhões em 2019 e chegar à marca de R$ 250 bilhões em 2022, quando termina o mandato presidencial, conforme informações do jornal Valor Econômico. 

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que vai colocar em votação o requerimento de urgência para o projeto de lei da cessão onerosa. O requerimento é de autoria do líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que já obteve o número de assinaturas necessárias para colocar o pedido em votação. “Eu me comprometi a colocar o requerimento em votação. Se o requerimento for aprovado, vou colocar a matéria em pauta para votação de hoje para amanhã”, disse Eunício.