4 motivos podem levar a bolsa aos 125 mil pontos em 2019; entenda cada um deles

Revisão positiva de estimativas, redução da taxa de desconto, entrada de capital estrangeiro e aumento de alocação de fundos serão positivos para o Ibovespa

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) no último domingo (28), o Ibovespa deve alcançar algo entre 90 mil e 100 mil pontos em 2018 (upside de até 15%) e, em um cenário otimista, até 125 mil pontos em 2019 (valorização de 43% frente o nível atual). A perspectiva é de um relatório da equipe de análise da XP Investimentos, publicado logo após a definição da presidência da república.

Mas não seria qualquer sequência de fatos que abriria possibilidade para estimativa de salto tão substancial para a bolsa brasileira. Para que essa perspectiva se mantenha, é necessária uma congruência específica de fatores econômicos e políticos. Caso contrário, a perspectiva mais pessimista vê a bolsa em 80 mil pontos – o que seria uma queda de 8% frente o nível desta segunda-feira (87 mil pontos). 

Em primeiro lugar, é essencial que o novo presidente se posicione de maneira transparente e garanta prioridade para as reformas, principalmente a da previdência, mas também a fiscal. Sem isso, nenhum dos pontos listados deve vir com a força esperada. Leia mais a respeito clicando aqui.

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A partir do relatório e de uma entrevista com Karel Luketic, analista-chefe da XP, confira a seguir os 4 motivos essenciais para permitir os 125 mil pontos para o Ibovespa já no ano que vem:

  1. 1. Revisão positiva de estimativas para 2019 e 2020

Para as empresas listadas em bolsa, as estimativas dos indicadores operacionais, como margens e lucros, continuam fracas, porque ainda estavam baseados na incerteza eleitoral. Com o fim dessa incerteza, fica mais fácil revisar não apenas os números do curto prazo, mas de todo um ciclo de resultados futuros. “Quando você tem um ciclo de revisão por um período mais longo de tempo, você consegue pagar mais caro pela bolsa hoje”, explica Karel.

Essa revisão depende tanto da capacidade das empresas crescerem, que pode aumentar ou diminuir de acordo com cada indústria, quanto da perspectiva do mercado a respeito dessa capacidade. Mas também passa pela queda na taxa de juros.

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Com a eleição de Bolsonaro, o mercado tem perspectiva que a taxa de básica juros (Selic) se mantenha abaixo da média histórica, ainda que possa subir com relação aos 6,5% atuais. Fala-se em algo próximo a 7,5% ou 8%.

Com juros baixos, também cai o peso do endividamento nas contas das empresas, o que aumenta as margens de lucro.

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  1. 2. Redução da taxa de desconto

Atualmente, a média de taxa de desconto da bolsa é próxima de 5% – isso significa que o valor de mercado das empresas está cerca de 5% abaixo do que elas de fato valem na prática.

Uma redução deste desconto pode ocorrer agora, mas terá um significado ainda maior com essa perspectiva de melhora nos balanços citada no item acima. Isso pode fortalecer a alta da bolsa.

  1. 3. Entrada de capital estrangeiro

Para que os estrangeiros voltem a alocar capital consistentemente no Brasil, é importante que Bolsonaro comprove estar longe de aplicar um governo autoritário no país, além de se comprometer com as reformas.

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Durante as eleições, a mídia mundial noticiou o então candidato como um risco à democracia, com base em posicionamentos defendidos por ele ao longo de sua carreira como deputado e até mesmo em campanha. Isso aumenta a desconfiança e barra a entrada de capital estrangeiro no Brasil.

Caso essa desconfiança seja arrefecida, a tendência é o retorno do “real Money” ao país – ou seja, alocação de recursos com consistência e visão de longo prazo, o que tende a valorizar a nossa bolsa. Vale lembrar que cerca de 50% do volume da B3 vem de capital estrangeiro. 

  1. 4. Aumento da alocação em bolsa no Brasil

Atualmente, o mercado de fundos possui cerca de 5,5% de seus ativos em bolsa de valores. Este número tem média histórica de 8,4%, e já chegou a 14,6%.

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Com a perspectiva de melhores resultados, e, paralelamente, uma taxa de juros baixa (lembrando que, ainda que acima dos 6,5% de agora, ela tende a ficar abaixo do padrão brasileiro), espera-se uma migração de gestores atrás de ativos em bolsa para melhorar suas rentabilidades.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney