Após euforia inicial, Petrobras cai mais de 2%; Forjas Taurus despenca mais de 40% um dia após eleição de Bolsonaro

Confira os destaques do mercado na sessão desta segunda-feira (29) 

Lara Rizério

(Divulgação/Eletrobras)

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SÃO PAULO – A sessão abriu com alta para o mercado brasileiro em meio ao resultado das eleições presidenciais, com Jair Bolsonaro (PSL) sendo eleito presidente com uma diferença de 10,26 pontos percentuais ante o segundo colocado, Fernando Haddad (PT). Contudo, o mercado virou para queda em um movimento de realização de lucros, uma vez que o mercado já havia precificado em grande parte uma eleição do nome do PSL. O exterior também diminuiu os ganhos, o que impactou o mercado brasileiro. 

Com os sinais mais pró-mercado que Bolsonaro emite, ainda mais tendo em vista as ideias liberais do seu guru econômico, Paulo Guedes, as estatais subiram em sua maior parte para depois passarem a registrar fortes quedas. Eletrobras (ELET3;ELET6) e Petrobras (PETR3;PETR4) passaram a cair até 4%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) zerou os ganhos. Enquanto isso, as estatais mineiras como Copasa e Cemig – que operavam próximas da estabilidade após dispararem nas últimas semanas de olho na eleição (confirmada) de Romeu Zema para o governo de Minas Gerais – passaram a registrar forte queda, com a elétrica chegando a cair 6%.

Já as ações da Vale (VALE3) registram queda de cerca de 4% em meio à queda do minério de ferro e com a piora internacional enquanto que a Gol (GOLL4), que chegou a subir 6%, passou a cair 6% de olho na virada do dólar, que subia mais de 0,7%. 

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Confira os destaques desta segunda-feira (29):

Utilities

A Sabesp (SBSP3) foi elevada de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo Bradesco BBI com novo preço-alvo de R$ 38, destacando a eleição de João Doria (PSDB) para o governo do estado de São Paulo, que tem uma visão mais alinhada com o mercado para a estatal. 

“A Sabesp foi um pouco deixada de lada após uma decepcionante 2ª revisão tarifária no início deste ano e, mais recentemente, em virtude das apertadas pesquisas eleitorais para a disputa governamental em São Paulo, o que exacerbou a visão do mercado sobre o risco regulatório potencialmente crescente”, avaliam os analistas. Porém, com um cenário favorável ao mercado definido, agora os analistas modelaram a Sabesp reduzindo os custos operacionais em 10% até 2020, mas mantendo o consumo per capita. 

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Além da Sabesp, outras empresas do setor de utilities são top pick: Cemig (CMIG4), Sanepar (SAPR11),  Cesp (CESP6) e Energisa (ENGI11). Os analistas destacam que a Cemig teve o preço-alvo elevado para R$ 16 para refletir a eleição de Romeu Zema em Minas Gerais, corte de custos, desalavancagem acelerada, redução de despesas financeiras e a venda de Santo Antonio. Por outro lado, a Copasa teve a recomendação reduzida para neutra, basicamente em cima de valuation – no preço atual, os analistas veem Cemig e Sabesp mais atrativos que Copasa.

Forjas Taurus (FJTA3;FJTA4)

Depois de meses de euforia vislumbrando a chance de eleição, depois confirmada, de Jair Bolsonaro para a presidência, com os papéis ON chegando a subir 1000%, a Forjas Taurus registra fortes perdas no pregão pós eleição do nome do PSL. 

Uma das questões principais que guiou essa alta foi a possibilidade de revogação do Estatuto do Desarmamento, o que facilitaria o acesso do cidadão às armas de fogo para defesa pessoal e patrimonial e beneficiaria a Forjas Taurus. Contudo, também havia riscos nessa tese, uma vez que a família de Bolsonaro já citou que quer quebrar o monopólio de vendas da companhia no Brasil, o que seria negativo para ela. 

Petrobras (PETR3; PETR4)

A equipe de research da XP Investimentos elevou para “compra” dos papéis de Petrobras, com preço-alvo de R$ 33 (PETR4) e R$ 32 (PETR3). 

A equipe de análise vê menores riscos de intervenção na política de preços de combustíveis da companhia em 2019 em diante, com base em afirmações do presidente eleito de que manteria repasses de preços de petróleo e câmbio, mesmo que com uma frequência menor.

Ainda no radar da estatal, a companhia somou 1,88 milhão de barris de petróleo por dia em setembro, uma queda de 13% na produção em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a agosto, a produção caiu 2%.

Segundo a estatal, os principais motivos são as paradas para manutenção das plataformas P-57, no campo de Jubarte, e P-52, no campo Roncador, ambas situadas na Bacia de Campos.

Banco do Brasil (BBAS3)

A XP também elevou para “compra” os papéis de Banco do Brasil, elevando o preço-alvo de R$ 41 para R$ 51.

“Com a definição da eleição, estamos mais confiantes de que o banco será capaz de seguir com as iniciativas de crescimento da rentabilidade. A recuperação econômica do Brasil e a execução das tão necessárias reformas também impulsionarão o BB e outros bancos”, diz a análise. Veja mais clicando aqui. 

Hypera (HYPE3)

A Hypera (antiga Hypermarcas) registrou um lucro líquido de R$ 242,3 milhões no terceiro trimestre de 2018 – um aumento de 46,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a empresa, o resultado deve-se à expansão da linha operacional, que subiu 3,4% para R$ 264,9 milhões, e à redução da taxa efetiva de imposto de renda por conta da declaração de Juros Sobre Capital Próprio no trimestre, no valor de R$ 126,2 milhões.

O Ebitda (Lucros Antes Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) das operações continuadas veio em R$ 288,2 milhões, com margem de 30,4%. A receita líquida veio em R$ 948,8 milhões, 8,4% acima da encontrada no terceiro trimestre de 2017.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado confirmou a resiliência da companhia em expansão de receita, como resultado de crescimento de volume e preço. Por outro lado, registrou uma queda nas margens brutas, com os genéricos tendo uma participação maior no portfólio e câmbio desfavorável. “O resultado em si não trouxe grandes surpresas (a companhia segue resiliente, focada em entregar o guidance de Ebitda para o ano), se beneficiando de uma estrutura de produção e cadeia de distribuição mais assertivas. No entanto, mesmo com a queda das ações, acreditamos que o papel tem poucos catalisadores de curto prazo, considerando as perspectivas de crescimento menos atrativas versus outras teses de consumo e varejo, além do risco de notícias com questões de governança corporativa”, avaliam os analistas. 

Camil (CAML3)

A empresa de alimentos Camil anunciou a aquisição de 100% da companhia agrícola gaúcha SLC. O valor do negócio é de R$ 308 milhões, que inclui dívidas de R$ 128 milhões registradas no fim do ano passado.

A aquisição da SLC Alimentos “consiste em um passo importante para a consolidação do mercado brasileiro de grãos, representando uma oportunidade de crescimento nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil”, informou a Camil em comunicado ao mercado.

MRV Engenharia (MRVE3)

A construtora MRV anunciou nesta segunda-feira que iniciou preparativos para listar a controlada de galpões logísticos Log Commercial Properties no segmento Novo Mercado, da B3.

Como parte da operação, a empresa de imóveis residenciais econômicos anunciou a cisão parcial da Log, que terá seu capital ampliado em pelo menos R$ 100 milhões em uma segunda etapa, que terá como financiadora a família Menin, fundadora da construtora.  A Log atua em 25 cidades em 9 Estados do país, com 1,5 milhão de metros quadrados e teve lucro líquido de R$ 23,12 milhões no primeiro semestre. 

CCR (CCRO3)

A CCR está avaliando pelo menos 63 projetos em mobilidade urbana, rodovias e aeroportos para disputar no Brasil e em outros países da América Latina. Desse total, 13 são concessões de rodovias que vencem até 2022 e serão relicitadas. A empresa, porém, não detalhou os ativos que estão sendo analisados.

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras prorrogou o prazo de adesão ao Plano de Demissão Consensual (PDC) para 9 de novembro. O plano visa o desligamento de 2,281 mil empregados, com economia estimada em cerca de R$ 660 milhões por ano para as empresas envolvidas no plano (além da holding, CGTEE, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Amazonas GT, Eletrosul, Furnas e Cepel.

Klabin (KLBN11)

A Klabin registrou um recorde no Ebitda no terceiro trimestre: R$ 1,25 milhões – 66% acima do apresentado no mesmo trimestre do ano anterior, com margem Ebitda de 44%. A receita líquida de vendas ficou em R$ 2,8 milhões no período, alta de 26%.

O volume total de vendas foi de 854 mil toneladas (sem incluir madeira), ante 843 mil toneladas no terceiro trimestre de 2017. De acordo com a companhia, a boa performance deve-se ao bom desempenho da Unidade Puma, que operou acima de sua capacidade nominal, com produção de 404 mil toneladas nos últimos três meses. De acordo com o Itaú BBA, o resultado foi positivo e a Klabin está pronta para a próxima fase de crescimento. 

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.