CCR e Ecorodovias despencam com nova fase da Lava Jato; Ultrapar e JBS saltam com recomendações

Confira os destaques do mercado na sessão desta quarta-feira (26)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de leves ganhos para o Ibovespa e de perdas para o dólar, com o mercado atento às pesquisas eleitorais, com a divulgação do Paraná Pesquisas e à espera do Ibope, além da decisão de política monetária do Fomc (Federal Open Market Committee). Enquanto novos dados não saem, o mercado repercute recomendações, com destaque para a Ultrapar (UGPA3), Embraer (EMBR3) e JBS (JBSS3).

Enquanto isso, ao mesmo tempo em que a Vale (VALE3) registra queda, a Bradespar (BRAP4) sobe forte pelo segundo pregão seguido na esteira da expectativa pela assinatura de um acordo com a Elétron. 

Confira esse e outros destaques da bolsa desta quarta-feira (26):

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Petrobras (PETR3; PETR4)

A Petrobras manteve o preço médio da gasolina A sem tributo nas refinarias em R$ 2,2381. O preço do diesel, por sua vez, permanece em R$ 2,2964. No começo do mês, a petroleira informou que além dos reajustes diários da gasolina, haverá também a opção de utilizar um mecanismo de proteção.

Banco Inter (BIDI4)

O Banco Inter anunciou em fato relevante que aprovou na última terça-feira (25) o pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio no valor bruto total de R$ 9.166.983,88, o equivalente a R$ 0,091663853 por ação, com retenção de 15% a título de Imposto de Renda Retido na Fonte.

De acordo com o banco, o pagamento será efetuado em 16 de outubro, na proporção da participação de cada acionista no capital social do banco, sendo certo que farão jus ao pagamento os acionistas constantes da base acionária do banco em 28 de setembro. Além disso, a partir de 1º de outubro de 2018, as ações de emissão do banco serão negociadas “ex” estes juros sobre capital próprio.

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Ecorodovias (ECOR3), CCR (CCRO3) e Triunfo (TPIS3)

As ações da Ecorodovias e CCR caem forte com a 55ª fase da Operação Lava Jato, a Integração II, da Polícia Federal, que investiga pagamento de propina em concessões de rodovias federais no Paraná. 

São alvos da PF as concessionárias Econorte (controlada da Triunfo), Ecovia e Ecocataratas (controladas da Ecorodovias), RodoNorte (controlada da CCR), Viapar e Caminhos do Paraná (estas duas últimas administradas por consórcios de construtoras), além de intermediadores e agentes públicos supostamente beneficiários de propina.

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Em comunicado, a CCR confirmou que foram realizadas busca e apreensão de documentos na sede da empresa, na sede de sua controlada Rodonorte e na residência de ex-executivo e executivos do Grupo. Entre eles estão José Alberto do Rêgo, ex-diretor presidente da Rodonorte e Cláudio José Machado Soares, diretor operacional da RodoNorte, que foram presos. Ela  reiterou que um comitê independente de investigação, constituído em fevereiro, segue apurando irregularidades e que “adotará as medidas cabíveis para a apuração dos fatos”. “Ao final da investigação, o comitê independente apresentará suas conclusões ao conselho de administração”, afirmou.

Já a Ecorodovias informou que  está cooperando e fornecendo todas as informações solicitadas e reitera que permanece inteiramente à disposição das autoridades por ocasião da Operação Integração II. 

A empresa confirma que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na Ecorodovias Concessões e Serviços, em São Bernardo do Campo (SP), nas suas controladas Concessionária Ecovia Caminho do Mar, em São José dos Pinhais (PR) e Rodovia das Cataratas – Ecocataratas, em Cascavel (PR).

Além disso, informa que foram decretadas as prisões temporárias de Evandro Couto Vianna e Mario Cezar Xavier Silva, executivos da Ecovia e da Ecocataratas. 

“A ordem judicial teve origem na 23ª Vara Federal de Curitiba. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal, a investigação é realizada em parceria com membros do Ministério Público Federal no Paraná e tem como foco a apuração de eventuais irregularidades relacionadas a administração das rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração”, afirmou a empresa.

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora informou que assiniu termo de acordo extrajudicial com o Estado do Mato Grosso e o ministério Público do Mato Grosso, com a participação e aprovação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-MT), relacionado a um passivo fiscal no valor de R$ 1,3 bilhão.

Segundo o fato relevante, o montante está provisionado no balanço da companhia e é composto por nove processos administrativos. O acordo promoverá um impacto líquido positivo no resultado do exercício de 2018 estimado em R$ 645 milhões, já no terceiro trimestre.

A empresa afirma que esse acordo resulta na quitação do referido passivo fiscal e, com isso, no encerramento das discussões administrativas, por meio de um desembolso pela companhia de R$ 372 milhões e um aproveitamento de R$ 103 milhões em créditos escriturais de ICMS no Estado do Mato Grosso, com compensação em até 24 meses em operações futuras com o Estado.

 

Embraer (EMBR3)

A Embraer e a Helvetic Airways assinaram um contrato para um pedido firme para 12 jatos E190-E2. A encomenda tem valor de USD 730 milhões, com base nos atuais preços de lista, e será incluído na carteira de pedidos firmes (backlog) da Embraer do terceiro trimestre de 2018.

O contrato inclui também direitos de compra para outras 12 aeronaves E190-E2, com direitos de conversão para o modelo E195-E2, elevando o potencial da encomenda para até 24 aeronaves. Com isso, o acordo tem valor total estimado em mais de USD 1,5 bilhão, pelos atuais preços de lista.

Em relatório, o Bradesco BBI elevou a recomendação para os ADRs (American Depositary Receipts) da Embraer de neutra para outperform (performance acima da média do mercado), e elevou o preço-alvo de US$ 23 para US$ 28 – o que totaliza um upside de 49%. De acordo com os analistas, o upside deve-se principalmente ao risco-retorno atrativo e ao potencial pagamento de dividendos (27% – 53% de dividend yield) após a joint venture com a Boeing.

Suzano (SUZB3)

A Suzano reduziu pela metade o compromisso financeiro com determinados bancos internacionais para financiar uma parcela da operação de fusão com a Fibria. Dessa forma, o empréstimo passou de US$ 4,4 bilhões para US$ 2,2 bilhões.

De acordo com a empresa, a medida está em linha com a estratégia e gestão de endividamento da Suzano e foi possível devido às últimas emissões de dívida e forte geração de caixa.

Leia Mais: Fibria e Suzano: ainda vale a pena investir nas 2 melhores ações da bolsa?

Bradespar (BRAP4)

Bradespar e Litel chegaram a um acordo com a Elétron, veículo de participação do Opportunity na Vale, que põe fim a um contencioso de mais de 10 anos entre as partes. De acordo com o Valor Econômico e o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o acordo deve ser assinado nesta quarta-feira (26) e envolve o pagamento de R$ 2,82 bilhões em dinheiro por parte de Bradespar e Litel, à Elétron. Na véspera, os papéis subiram 7,5% com a notícia do acordo e, nessas duas sessões, os papéis chegaram a avançar mais de 9%, enquanto a controlada Vale avançou cerca de 2% no mesmo período. 

O montante acordado representa metade do valor que Bradespar e Litel teriam que pagar inicialmente. Além disso, pelo acordo, a Elétron abre mão de qualquer novo litígio contra as duas empresas relacionado à Valepar, holding que controlava a Vale, mas que foi extinta.

Para o Itaú BBA, a notícia é positiva para as ações de Bradespar. “Esse acordo pode ser dividido entre a Bradespar e a Litel e gerar benefícios fiscais”, escrevem os analistas.

Cemig (CMIG4)

A Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig) vai realizar em 4 de outubro um leilão de compra de energia de novos empreendimentos de fontes geradoras de energia eólica e solar.

O objetivo é adquirir energia para recompor seu portfólio próprio e atender seus contratos de fornecimento no mercado livre, principalmente após após a perda da concessão das hidrelétricas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, no ano passado, que totalizavam 1.972 megawatts (MW) médios de garantia física.

Ultrapar (UGPA3)

A equipe de Research da XP Investimentos iniciou a cobertura de Ultrapar com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 55. De acordo com Gabriel Francisco, analista que assina o relatório, o potencial de recuperação de participação de mercado e maior geração de caixa com a revisão da estratégia comercial da Ipiranga são pontos positivos para o papel.

Francisco destaca também os níveis atrativos de múltiplos, “com a ação negociando a um desconto em relação a níveis históricos e em linha com a par BR Distribuidora, apesar de sua maior eficiência”.

JBS (JBSS3)

O Bradesco BBI elevou a recomendação para Outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis da JBS, com preço-alvo de R$ 14, o que totaliza um potencial e alta de 50% em relação ao fechamento do dia 25.

De acordo com os analistas, a empresa é o player mais diversificado de proteínas no mercado brasileiro com opções de bife, porco e frango. Além disso, sua presença global permite uma mitigação do risco local (eleições).

Cielo (CIEL3)

A Cielo informou que Antônio Mauricio Maurano, membro do Conselho de Administração da companhia, apresentou sua carta de renúncia na última terça-feira (25). O Conselho aprovou a indicação feita pelo Banco do Brasil, de Gueitiro Matsuo Genso, o qual ocupa o cargo de VP de Distribuição de Varejo e Gestão de Pessoas no Banco do Brasil. A Cielo esclareces que a eleição de Genso está condicionada à aprovação do Banco Central.  

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(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.