Petrobras sobe 4% e impulsiona alta dos ADRs brasileiros repercutindo “efeito Bolsonaro”

Índice de ADRs Brazil Titans amenizou alta com fala de Trump de que tarifas adicionais para produtos importados da China estão prestes a ser anunciadas mas, mesmo assim, fechou com fortes ganhos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sexta-feira (7) de feriado no Brasil foi movimentada para os principais ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros negociados na Bolsa de Nova York. Após abrir em alta e chegar a saltar mais de 2,5% ainda digerindo os efeitos políticos do atentado contra Jair Bolsonaro e depois chegar a quase zerar os ganhos após fala de Donald Trump, o  índice de ADRs Brazil Titans 20 fechou com ganhos expressivos de 1,52%, a 18.661 pontos. Já o principal ETF (Exchange Traded Fund) brasileiro, o EWZ, teve alta de 1,47%. Em Wall Street, o Dow Jones fechou em queda de 0,31% e o S&P500 teve queda de cerca de 0,22%. 

Com relação aos papéis brasileiros, a sessão foi de ganhos de olho na política. A avaliação do mercado é de que, o atentado na véspera contra Bolsonaro com uma faca  na véspera, aumenta o sentimento de polarização no País. Isso prejudica principalmente a esquerda, o grande temor do mercado nas eleições por conta da perspectiva de intervencionismo econômico caso assuma o poder. 

 “Bolsonaro, que tinha 9 segundos de propaganda na TV, agora tem 24 horas em todos os veículos de mídia”, aponto o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer. Vale ressaltar que, já na véspera, o Ibovespa subiu 1,76% e o dólar caiu 0,95% com o mercado digerindo as reações do ataque contra o candidato do PSL, reações que se estenderam nesta sexta em Nova York (para ver mais, clique aqui).  

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No destaque entre as altas, estiveram papéis como a da estatal Petrobras (PETR3;PETR4), com os ADRs subindo quase 4%; já Eletrobras (ELET3;ELET6) subiu 1%. Bancos também foram destaque de alta com ganhos de cerca de 2%, caso de Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC3;BBDC4).

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Confira o desempenho dos principais ADRs brasileiros na NYSE:

Empresa ADR Variação Preço
CSN SID +1,98% US$ 2,12
Bradesco BBD +2,48% US$ 7,22
Santander BSBR +2,29% US$ 7,70
Itaú Unibanco ITUB +2,03% US$ 10,90
BRF BRFS +0,85% US$ 6,24
Ultrapar UGP +1,70% US$ 12,16
Sabesp SBS +1,67% US$ 6,21
Pão de Açúcar CBD +1,67% US$ 20,44
Fibria FBR -0,68% US$ 18,76
Copel ELP +1,39% US$ 5,69
Ambev ABEV +1,35% US$ 4,66
Telefônica Brasil VIV +0,70% US$ 11,70
TIM Participações TSU +0,90% US$ 17,25
Embraer ERJ +0,31% US$ 23,37
Cemig CIG +2,02% US$ 1,93
Petrobras PBR.A +4,41% US$ 9,47
Vale VALE +0,12% US$ 13,18
Petrobras PBR +3,81% US$ 10,69
Gerdau GGB +1,57% US$ 3,99

Donald Trump e relatório de emprego 

No destaque internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que tarifas adicionais sobre outros US$ 267 bilhões em produtos chineses estão prontas para serem implementadas e podem ser lançadas no curto prazo, sinalizando um novo passo para a crescente disputa comercial entre os dois países, o que aumentou a aversão a risco do mercado.

A bordo do Air Force One, Trump disse que as tarifas seriam adicionais às barreiras sobre US$ 200 bilhões em bens chineses que o governo americano vem preparando e que, de acordo com o republicano, podem ser lançadas “muito em breve, dependendo do que acontecesse”.

Mais cedo, o mercado repercutiu o relatório de emprego dos EUA. O grande destaque ficou para os dados do relatório de emprego de agosto nos EUA. A economia do país gerou 201 mil vagas em agosto, acelerando ante a criação de 147 mil postos em julho (dado revisado, de 157 mil antes calculado) e superando a mediana das previsões de 193 mil. 

Além disso, os salários ganharam força em agosto, um sinal de que o mercado aquecido leva empregadores a oferecer pagamentos maiores, conforme sobe o custo de vida. O salário médio por hora avançou 0,37% em agosto ante o mês anterior, ou US$ 0,10, para US$ 27,16, e avançou 2,9% na comparação anual. As projeções dos analistas, nesse caso, eram de altas de 0,3% e 2,8%, respectivamente. Os salários não avançam 3% na comparação anual desde a recessão encerrada em 2009.

Esses números reforçaram os temores de que o Federal Reserve possa elevar o ritmo de alta de juros, o que aumentou o sentimento de aversão ao risco do mercado. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.