Ibovespa se descola do exterior e cai com rumor de denúncia contra Alckmin

SÃO PAULO – Depois de chegar a subir quase 1% junto com o exterior seguindo o alívio nas tensões entre EUA e China, o Ibovespa se fixou no campo negativo na tarde desta quinta-feira (16), chegando a cair 0,90% na mínima do dia, após notícia do G1 de que o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, pode ser alvo de duas denúncias do Ministério Público de São Paulo ainda antes do 1º turno da eleição, dia 7 de outubro.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 0,34%, aos 76.818 pontos, com o volume financeiro chegando a R$ 9,183 bilhões. Com isso, o índice se descolou de Wall Street, onde o Dow Jones saltou 1,58%, enquanto o S&P 500 subiu 0,79%. O dólar comercial, por sua vez teve leves ganhos de 0,12%, cotado a R$ 3,9052 na venda.

De acordo com a reportagem do G1, a perspectiva de denúncia é feita nos corredores do MP, órgão estadual responsável pelas investigações sobre improbidade administrativa envolvendo o candidato. O candidato prestou ontem à tarde depoimento no inquérito que investiga caixa 2 nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

Ontem, o tucano afirmou que era “dever de quem está na vida pública cotidianamente prestar contas”. “Vou esclarecer o que quiserem que esclareça. As minhas campanhas sempre foram modestas e rigorosamente dentro da lei”, ressaltou o candidato do PSDB antes de depor. 

“Como Alckmin é o candidato centrista preferido, ele seria o melhor para os mercados. Se de algum modo ele for comprometido, então nós teremos outra dose de incerteza política”, disse Win Thin, estrategista do BBH, à Bloomberg.

Também em entrevista à Bloomberg, o analista político da XP Investimentos, Richard Back, apontou que se de fato Alckmin for alvo de duas denúncias, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) seria o que mais ganharia, mais até do que o PT. “Enquanto o PT tem de explicar os próprios problemas, o Bolsonaro poderia se concentrar em criticar Alckmin, apontando que ele faz parte da ‘velha política'”.

Além dessa notícia, pesou ainda no mercado o despacho do ministro do STF, Luis Barroso, para que Rosa Weber decida quem será relator da candidatura de Lula (para ver os próximos passos sobre o caso, clique aqui). 

Contudo, o cenário externo voltou ao foco, segurando as perdas do índice. Depois de dias repercutindo a situação turca, o maior ânimo do exterior é justificado por conta do alívio em uma outra fonte de tensão: entre EUA e China. A notícia do governo do gigante asiático de que enviará seu vice-ministro do comércio, Wang Shouwen, para os EUA para conversações comerciais em agosto, a convite dos americanos, anima os investidores pelo mundo.

Enquanto isso, sobre a tensão na Turquia, a Casa Branca condenou a duplicação pelo país das tarifas sobre bens importados dos Estados Unidos em retaliação à investida de Washington em relação aos produtos turcos. As tensões entre os dois países têm se acirrado em meio à detenção de um pastor norte-americano pela Turquia e outras ações diplomáticas. 

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Destaques de ações

Os maiores desempenhos positivos foram de elétricas, sendo seguidas por Ultrapar (UGPA3), que  foi elevada de neutra para compra pelo Goldman Sachs e o preço-alvo foi elevado de R$ 62,50 para R$ 63, enquanto a Embraer (EMBR3) avançou após ser elevada pelo Morgan Stanley.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA