Ibovespa salta 1,4% e dólar cai para R$ 3,86 com exterior em meio a alívio na Turquia

Índice ameaçou zerar os ganhos durante a tarde, mas acentuou a alta na reta final do pregão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após a alta de 1,28% na véspera, o Ibovespa voltou a subir nesta terça-feira (14), ganhando força na reta final do pregão com o alívio no exterior sobre a crise na Turquia. O movimento seguiu o exterior, mas foi mais forte que a alta de 0,45% do Dow Jones e de 0,64% do S&P 500. Já o dólar, após chegar a subir brevemente por volta das 14h, passou a cair forte no fim da sessão.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com forte alta de 1,04%, aos 78.259 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 9,531 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, teve queda de 0,78%, cotado a R$ 3,8669 na venda. O dia também foi de alívio nos juros futuros, com o contrato com vencimento em janeiro de 2019 caindo 9 pontos-base, para 6,68%, enquanto o DI para janeiro de 2021 desabou 33 pontos, a 9,23%.  

Vale ressaltar que, após seguidas sessões de alta, a lira turca registrou um “respiro” nesta sessão após rumores de que os Estados Unidos e a Turquia estariam chegando a um acordo sobre a liberação do pastor Andrew Brunson, o que também animou as bolsas europeias e os índices norte-americanos.

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Diversos analistas julgam que um acordo poderia estabilizar a lira, após os Estados Unidos elevarem recentemente as tarifas sobre metais turcos. Contudo, o mercado segue em alerta: ontem o presidente da Turquia, Recep Erdogan, clamou a população a boicotar produtos americanos.

A aversão ao risco registrada nas últimas sessões foi desencadeada após Washington exigir de Ancara a libertação do clérigo protestante, detido na Turquia há dois anos sob acusação de terrorismo. Na sexta-feira passada, o governo do presidente americano, Donald Trump, anunciou uma duplicação das tarifas ao aço e ao alumínio da Turquia, para 50% e 20%, respectivamente. Com isso, a lira registrou uma baixa de 25% só neste início de mês. Nos últimos dias, o  presidente turco manteve um tom desafiador contra os EUA, o que aumentou o temor dos mercados.

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Enquanto isso, as ações chinesas, os metais industriais, aço e minério de ferro recuaram com dados econômicos abaixo do previsto na China. Dados oficiais, divulgados no fim da noite de ontem pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês), mostram que a produção industrial chinesa subiu 6% na comparação anual de julho, mantendo o mesmo ritmo de junho, mas frustrando a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam um ganho mais acentuado, de 6,4%. Com isso, o minério de ferro negociado em Qingdao teve queda de 1,8%. 

Já o petróleo virou para queda durante a tarde, após chegar a subir com os investidores de olho nas sanções ao Irã e corte na produção saudita. Com a leve queda de 0,10%, as ações da Petrobras (PETR3PETR4) também perderam força e fecharam próximas da estabilidade após subirem 1,5% mais cedo. 

Destaques de ações

Atenção para a CVC, que foi destaque de ganhos do índice após acertar a compra da Esferatur por R$ 245,1 milhões, conforme fato relevante enviado à CVM. A Esferatur tem 26 anos de atuação na intermediação de passagens áreas para agências de viagens e possui 14 unidades que atendem diferentes regiões do Brasil com reservas confirmadas anuais de R$ 1,8 bilhão em 2017. O fundador da Esferatur, permanecerá como diretor geral da empresa, assim como executivos chaves, pelo menos até junho de 2021.

Enquanto isso, a Suzano (SUZB3) registrou uma das maiores baixas do índice em meio à queda do dólar. Fora do índice, Locamerica (LCAM3) e M.Dias Branco (MDIA3) subiram forte após os balanços. Confira mais destaques clicando aqui.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRAP4 BRADESPAR PN 30,29 +7,26 +9,32 120,71M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 30,10 +5,76 +46,83 75,94M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 21,37 +5,27 -12,57 54,23M
 UGPA3 ULTRAPAR ON ED 43,75 +4,94 -40,22 65,10M
 FLRY3 FLEURY ON 27,76 +4,75 -3,00 29,14M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRFG3 MARFRIG ON 7,16 -4,28 -2,19 44,69M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 45,98 -2,17 +147,20 189,72M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 14,15 -1,74 +9,10 266,25M
 RADL3 RAIADROGASILON 75,60 -0,90 -17,29 50,35M
 FIBR3 FIBRIA ON 75,29 -0,83 +58,41 132,84M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN EJ N2 19,98 -0,09 1,10B 1,05B 44.375 
 VALE3 VALE ON EDJ 52,76 +0,92 910,82M 926,20M 30.011 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 44,47 +2,07 464,93M 573,66M 30.911 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,41 +1,41 385,57M 270,20M 24.696 
 BBDC4 BRADESCO PN 29,88 +1,70 342,87M 440,32M 20.697 
 JBSS3 JBS ON 8,92 +2,65 340,04M 61,00M 37.785 
 BBAS3 BRASIL ON 33,00 +3,45 276,43M 344,48M 19.818 
 RAIL3 RUMO S.A. ON 14,15 -1,74 266,25M 68,14M 17.104 
 ITSA4 ITAUSA PN 10,20 +2,41 199,65M 208,35M 35.259 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 45,98 -2,17 189,72M n/d 15.852 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Eleições em pauta

Em um momento em que o ambiente eleitoral segue no centro das atenções, com destaque para o fim do prazo para o registro das candidaturas, na quarta-feira (15), a ministra Rosa Weber toma posse hoje (14), às 20h, no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em sessão solene no plenário da Corte. 

Sobre a situação de Lula, o cenário ainda é nebuloso, mas há a expectativa de que seja definida a situação do ex-presidente em breve, podendo marcar também o lançamento da chapa “alternativa” do PT, com Fernando Haddad e Manuela D’Ávila. O partido não considera qualquer hipótese à candidatura de Lula, segundo a a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o Partido Novo já prepara um pedido de impugnação da candidatura de Lula, que precisa ser registrada até 19h de quarta-feira. 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.