Ações vão de alta de 4% a baixa de 6% em reação a balanços; Petrobras e Vale sobem 1%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (27)

Lara Rizério

Petrobras (PETR3; PETR4)

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A Petrobras tem alta em um dia de leves ganhos para o petróleo. No radar da companhia, ela informou que assinou acordo de leniência com o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), a Advocacia-Geral da União (AGU), a SBM Offshore N.V. e a SBM Holding Inc S.A. O acordo prevê o pagamento de R$ 549 milhões, pela SBM à estatal, em até 90 dias, além do abatimento do valor nominal de US$ 179 milhões de pagamentos futuros, devidos pela Petrobras à SBM, com base em contratos vigentes.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal diz que com o acordo, a SBM fica apta a participar das licitações em curso e de contratações futuras. “Nesse caso, a SBM terá de passar por todos os filtros e controles de conformidade a que estão submetidos os fornecedores da Petrobras”, diz.

A empresa lembra que o processo de negociação foi iniciado em março de 2015, um acordo de leniência foi assinado e divulgado ao mercado em 15 de julho de 2016, porém não entrou em vigor por não ter sido homologado pelo Ministério Público Federal, conforme divulgado em 1º de setembro de 2016.

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O valor a ser recebido pela Petrobras soma-se ao montante de R$ 1,475 bilhão, já recebido pela companhia, a título de ressarcimento de danos, por meio de acordos de colaboração premiada.

A companhia ainda recorreu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a decisão da Justiça do Trabalho que garantiu aos funcionários da estatal o direito ao pagamento de adicionais salariais que foram definidos em um acordo coletivo assinado em 2007.

O impacto da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) nos cofres da Petrobras é de aproximadamente R$ 17 bilhões e beneficia cerca de 50 mil funcionários. A questão deverá afetar cerca de 7 mil processos que tratam do assunto em todo o país. Cabe recurso contra a decisão ao próprio tribunal e ao Supremo. 

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Segundo os advogados contratados pela Petrobras, o imediato pagamento dos valores por meio de uma decisão que ainda cabe recurso trará prejuízos financeiros irreversíveis para a estatal. Além disso, a defesa alega que o entendimento do TST pode provocar “distorção remuneratória” na gestão da empresa.

Por fim, a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou o pagamento da primeira leva da subvenção do óleo diesel a produtores e importadores. Os valores e as empresas que receberão o subsídio ainda não foram divulgados, o que deve acontecer nos próximos dias, segundo a assessoria de imprensa da agência. A Medida Provisória 838/2018 prevê o pagamento de R$ 9,5 bilhões até o dia 31 de dezembro ou quando o dinheiro acabar. A primeira fase da subvenção diz respeito ao período de 30 de maio a 7 de junho. Até agora, sete empresas foram habilitadas a receber até R$ 0,30 por cada litro vendido a preço inferior ao estabelecido regularmente pela agência.

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Vale (VALE3)

As ações da Vale registram ganhos, na esteira da alta do minério de ferro de cerca de 1%. Na véspera, os papéis subiram 1,99% em meio aos resultados do segundo trimestre considerados sólidos e após a companhia anunciar dividendos de R$ 7,7 bilhões e programa de recompra de ações de R$ 1 bilhão.

Fleury (FLRY3)

O grupo Fleury divulgou, na noite de quinta-feira, seu balanço trimestral, reportando queda de 1,4% no lucro líquido em comparação ao segundo trimestre de 2017, com R$ 86,6 milhões.

A receita líquida foi de R$ 728,1 milhões, ampliando em 12,6% o valor do ano passado, enquanto o Ebitda (lucros antes de impostos, juros, amortização e depreciação) subiu 18,1%. Isso levou a margem (Ebitda/receita) a 26,6% – acima em 1,2% do número no mesmo período de 2017.

Os resultados, apesar de impactados por uma baixa na demanda devido à greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo, foram consistentes, nas análises do Bradesco BBI e do BTG Pactual. Embora o Ebitda tenha ficado 2% abaixo da previsão do Bradesco, houve ganhos na eficiência da companhia, com uma redução de 1% em gastos com pessoal.

Além disso, enquanto a marca Fleury teve crescimento menor no trimestre, marcas regionais, como a a+ em São Paulo, aceleraram – movimento que precisa ser melhor entendido, segundo a equipe do Bradesco BBI. No geral, os números apoiam reiteração da recomendação de “compra” pelo BTG, enquanto o Bradesco BBI possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 30,00 por ação – um potencial de valorização de 8% em relação à última cotação, de R$ 27,89.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas teve no segundo trimestre prejuízo de R$ 19 milhões, revertendo lucro de R$ 175,7 milhões em igual período de 2017 em meio à alta de 61,4% das despesas financeiras, para R$ 276,5 milhões, que superou o lucro operacional, que somou R$ 209 milhões, queda de 43%.

O resultado financeiro foi influenciado negativamente pela queda do real ante o dólar no período, levando a perdas com variação cambial de R$ 150 milhões, alta de 94%. 

O Ebitda caiu 30,1%, para R$ 496,7 milhões, com a margem caindo de 28% para 16%. A dívida líquida da Usiminas somou R$ 4,7 bilhões, 5% menor frente a comparação anual e com alta de 15% ante o primeiro trimestre.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado da Usiminas foi mais fraco, abaixo das expectativas, mas também bem poluído. O Ebitda veio em R$ 519 milhões, 4% abaixo da estimativa do banco sendo que, ajustado por não recorrentes, resultado melhora mas ainda fica aquém do potencial em R$ 581 milhões. Os preços de aço vieram melhores, com receita por tonelada doméstica subindo 7% na base trimestral; porém, os volumes decepcionaram com queda de 10% na base trimestral e 5% abaixo das estimativas do banco (naturalmente impactadas fortemente pela greve dos caminhoneiros).

A empresa também teve queima de caixa relevante no período na ordem de R$ 450 milhões, devido à grande formação de estoque no período (consequência da greve). 

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner registrou um lucro líquido de R$ 274,7 milhões no segundo trimestre deste ano, um avanço de 41,9% em comparação ao resultado do mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o número refletiu melhoras operacionais que elevaram a margem bruta, combinada a menor despesas financeiras e depreciação.

“Contribuiu também para o aumento do lucro líquido a menor alíquota efetiva de IR, consequência do reconhecimento de R$ 41,6 milhões por conta da dedutibilidade fiscal dos valores considerados subvenção para investimentos, conforme atendimento aos requisitos da Lei Complementar 160/17”, destacou a companhia, informando que no primeiro semestre o lucro líquido avançou 48,2%, para R$ 386,2 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total, que inclui operações de varejo e produtos financeiros, somou R$ 434,2 milhões de abril a junho, representando uma alta de 13,4% sobre o mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda ajustada total ficou em 24,4%, uma expansão de 0,9 ponto porcentual. Especialmente nas operações de varejo, a margem avançou 1,2 ponto porcentual, para 19,8%, como consequência da “combinação de ganhos de margem bruta com contínuo controle de gastos”, destacou a empresa.

A receita líquida das vendas de mercadorias cresceu 9,2%, para R$ 1,78 bilhão. No trimestre, a empresa reportou que houve um “bom ritmo de vendas, com adequada composição de estoques”. A Lojas Renner informou ainda que o resultado da área de produtos financeiros avançou 2,9% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado, puxada pelo crescimento das receitas a partir da consolidação do “Meu Cartão” e dos níveis de inadimplência sob controle.

O resultado financeiro líquido da companhia apontou para despesas de R$ 13,3 milhões, uma redução de 40,7%. Segundo a empresa, a melhora no resultado foi consequência da queda das despesas financeiras, em razão da redução no custo de financiamento e do endividamento. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado encerrou junho em 0,64 vez, ante 0,81 vez de um ano antes.

“Mesmo com a receita mais fraca que a esperada, a Lojas Renner segue como uma das preferências do setor, uma proxy de boa execução e com a perspectiva de crescimento de participação do mercado e dada a fragmentação do setor de vestuário, e de margens nos próximos anos, pelo efeito das iniciativas de fast fashion na empresa”, destaca o BTG. 

Cia. Hering (HGTX3)

A Cia. Hering divulgou, na noite de quinta-feira, seus resultados para o segundo trimestre de 2018, reportando queda nas principais linhas do balanço, em comparação ao mesmo período do ano passado. A varejista teve lucro líquido de R$ 57,3 milhões, queda de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida foi de R$ 362,3 milhões – redução de 10,8% -, enquanto as vendas nas mesmas lojas caíram 2,3%.

O Ebitda (lucros antes de impostos, juros, amortização e depreciação) foi de R$ 58 milhões, 21% abaixo do número no segundo trimestre de 2017, levando a margem (Ebitda/receita) a 16% – diminuição de 2,1%.

Os números são fracos, impactados pela greve dos caminhoneiros, o clima desfavorável (com temperaturas mais elevadas) e a Copa do Mundo, apontam as análises do Bradesco BBI e do Brasil Plural. As vendas brutas da companhia, que caíram 13%, ficaram 6% abaixo do que estimava o Bradesco. Outros valores ainda ficaram ligeiramente acima do esperado, entretanto, como o Ebitda e a vendas nas mesmas lojas.

Para a equipe do Bradesco, a Hering sofreu mais do que suas concorrentes no período, devido ao seu modelo de vendas a lojas multimarcas – na visão do Brasil Plural, é algo que “a empresa parece ainda estar tentando consertar”.

Localiza (RENT3)

A Localiza registrou lucro líquido de R$ 141,9 milhões no segundo trimestre de 2018, valor 9,7% maior que os R$ 129,3 milhões apurados um ano antes. No acumulado do primeiro semestre, o lucro da companhia chegou a R$ 317,9 milhões, um crescimento de 27,4% em relação ao ano passado.

O Ebitda consolidado somou R$ 347,6 milhões entre abril e junho, que representa um crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Desde o começo do ano, o Ebitda soma R$ 745 milhões, avanço de 25,1%. O Ebit somou R$ 276,9 milhões no trimestre, crescimento de 17,5%. No semestre, o indicador teve alta de 30,3%, ficando em R$ 606,8 milhões.

A receita líquida da Localiza no segundo trimestre chegou a R$ 1,74 bilhão, crescimento de 29,3% na comparação anual. No semestre, a receita ficou em R$ 3,562 bilhões, crescimento de 32,7%. Das receitas no trimestre, a divisão de Seminovos registrou crescimento de 26,4%, para R$ 970,9 milhões. Já a divisão de Aluguel cresceu 33,1%, para R$ 769,3 milhões.

A dívida líquida fechou o primeiro semestre em R$ 4,628 bilhões, que corresponde a 60% do valor da frota da Localiza. Ao final de 2017, essa relação estava em 55%. Na alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda, o indicador passou de 2,9 vezes em dezembro para 3,1 vezes em junho.

Segundo o Itaú BBA, a companhia registrou forte crescimento, mas os números foram afetados pela greve dos caminhoneiros e por provisões adicionais para a participação nos lucros. Vale mencionar que (i) ajustados os números da Localiza para eventos pontuais, o lucro esteve alinhada com a projeção do banco e o EBITDA foi 3% superior ao esperado; (ii) A receita no segmento de aluguéis aumentou 41,3%: o volume cresceu 47,9% e os preços recuaram 6,2%; e (iii) O forte crescimento e o aumento do capital de giro levaram a um aumento na relação dívida líquida / Ebitda.

Multiplan (MULT3)

As ações da Multiplan chegaram a subir 4% no início da sessão na esteira do resultado do segundo trimestre, mas amenizaram as altas. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 145,6 milhões no segundo trimestre deste ano, uma alta de 39,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o resultado é atribuído principalmente à expansão do Ebitda e à queda na despesas financeiras.

A empresa divulgou também um lucro líquido ajustado, que desconsidera a remuneração baseada em ações, de R$ 117,2 milhões, que representaria uma alta de 8,7%.

O Ebitda no segundo trimestre somou R$ 257,2 milhões, uma alta de 21,2% sobre igual intervalo do ano passado, com uma margem de 84% (+9,1 pontos porcentuais). O Ebitda ajustado totalizou R$ 228,7 milhões, incremento de 6,1%, com uma margem de 74,7% (queda de 1,3 ponto porcentual).

O Fluxo de Caixa Operacional (FFO) totalizou R$ 216,6 milhões, aumento de 35,0% na comparação anual, com margem de 70,7% ante 56,6% de um ano antes. O FFO ajustado cresceu 14,9%, para R$ 188,1 milhões, com margem de 61,4% (+3,6 pontos porcentuais).

A receita líquida somou R$ 306,4 milhões, representando um aumento de 8,1% sobre o mesmo período do ano passado.

O BTG Pactual destacou que o resultado veio em linha com o esperado pela Multiplan, mostrando crescimento forte na base anual apesar dos “eventos” do segundo trimestre (greve e Copa). “Vale ressaltar que o segundo trimestre foi difícil para a companhia em meio à alta base de comparação e, ainda assim, o resultado foi sólido”, apontaram os analistas, o que reforçou a recomendação de compra. 

Copasa (CSMG3)

A Copasa chegou a cair 6% após o balanço, mas amenizou as perdas. A empresa de saneamento de Minas Gerais registrou lucro líquido de R$ 110,2 milhões no segundo trimestre de 2018, queda de 0,7% ante os R$ 110,9 milhões registrados no segundo trimestre de 2017, sendo que o resultado antes do resultado financeiro e dos tributos ficou em linha nos períodos comparativos.

A receita líquida teve alta de 9,2%, passando de R$ 934 milhões para R$ 1,019 bilhão. O Ebitda teve alta de 0,5%, passando de R$ 342,417 milhões para R$ 344,103 milhões. 

A Copasa apontou que o resultado veio mais fraco que esperado, segundo o BTG, destacando que a receita foi impactada por volumes menores. O volume combinado de água e esgoto cresceu 0.51% na base anual, enquanto o banco esperava um crescimento de 1.5%. O Ebitda totalizou R$ 344 milhões ante os R$ 432 milhões esperados, “mais uma vez mostrando o gap de ineficiência versus o Ebitda regulatório, enquanto os custos mais altos pesaram para o resultado pior”.

Ecorodovias (ECOR3)

A Ecorodovias teve lucro líquido de R$ 81,6 milhões no segundo trimestre, uma alta de 1,9% sobre o mesmo período do ano passado, sofrendo com os impactos da greve dos caminhoneiros entre o fim de maio e começo de junho. O Ebitda pró-forma, por sua vez, ficou em R$ 401,3 milhões, queda de 2,6% na comparação anual.

O desempenho se deu pela queda de 5,1% no volume de tráfego de veículos pagantes pelos pedágios da companhia, que além da greve em si, também foi impactado pelas concessões dadas pelo governo, como a liberação de cobrança de pedágio para eixos suspensos de caminhões.

Segundo a companhia, o tráfego consolidado de abril teve aumento de 5%, mas em maio caiu 17,4% e em junho recuou de 2,6%.

Segundo a XP Investimentos, a companhia reportou números ligeiramente abaixo do consenso, com EBITDA pró-forma de R$ 401 milhões, 6% abaixo da média das estimativas.

O desempenho foi impactado negativamente pela greve dos caminhoneiros e pela isenção da cobrança por eixos suspensos em algumas das concessionárias, o que resultou em uma queda de 5% no volume de tráfego consolidado no segundo trimestre. 

Eletropaulo (ELPL3)

O conselho de administração da Eletropaulo aprovou aumento do capital social da companhia de R$ 1,5 bilhão por subscrição privada, visando viabilizar a execução do plano de investimento e reforçar o caixa da empresa para fazer frente a necessidades e obrigações de curto prazo, disse a empresa em fato relevante na noite de quinta-feira.

O aumento de capital será implementado mediante a capitalização dos créditos detidos pela elétrica italiana Enel na distribuidora de eletricidade paulista. Serão emitidas 33,171 milhões de novas ações ordinárias, ao preço de R$ 45,22. A Enel comprou 73% da Eletropaulo em junho por R$ 5,5 bilhões e depois elevou a sua participação a 93,3% do capital total e votante.

A Eletropaulo diz em outro comunicado que tendo em vista o reduzido número de ações da cia. em circulação e a obrigação de manutenção de percentual mínimo de ações em circulação, estabelecida no Regulamento do Novo Mercado, “o acionista controlador da companhia poderá analisar no momento oportuno opções alternativas para a estrutura de capital da companhia no interesse desta e levando em conta a nova composição acionária de controle consolidado, incluindo a eventual possibilidade de saída do Novo Mercado”. “Até o momento não há decisão a respeito dessa matéria”. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.