Alckmin quer Petrobras focada no pré-sal; dúvidas no TCU sobre caso Embraer-Boeing, recomendações e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (19)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque a discussão sobre as “golden shares” do governo, as recomendações do Bradesco BBI no setor de distribuição de combustíveis e as sinalizações do pré-candidato tucano Geraldo Alckmin sobre a Petrobras em entrevista ao Valor. Confira no que ficar de olho:

Petrobras (PETR3;PETR4)

Em entrevista ao Valor Econômico, o pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, apontou que não quer privatizar a Petrobras, mas quer a companhia com foco no pré sal, que pretende acabar com o monopólio da estatal no refino, vender a distribuidora e os campos maduros do pós-sal. A estatal – afirma – deve se concentrar no pré-sal, prospecção e pesquisa. 

Ainda sobre a Petrobras, a companhia alongou prazo de dívida de US$ 1 bilhão com Mizuho para 2024. O vencimento original era em duas tranches, uma em 2020 e outra em 2022, segundo comunicado ao mercado. A companhia disse ainda que custos financeiros novos são mais competitivos, sem fornecer mais detalhes.

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A companhia ainda manteve preço da gasolina nas refinarias inalterado em R$1,9611/litro após revisão, segundo informações no website da empresa.

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Embraer (EMBR3)

As dúvidas sobre eventual extinção das “golden shares” sobre o negócio entre Embraer e Boeing fizeram com que TCU adiasse consulta sobre as ações de classe especial, diz o Valor.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio propôs nessa quarta-feira, 18, que o governo possa abrir mão das ações especiais que detém em empresas que foram privatizadas e dão poder de veto em decisões importantes, as golden shares. Seria necessário cumprir três condições: que seja fundamentado pelo governo que a razão para a criação das ações especiais já não existe, que haja ressarcimento aos cofres públicos e aprovação pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimento.

Múcio é relator no TCU de um processo que analisa consulta feita pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles para questionar se o governo pode se desfazer de golden shares sem contrapartida financeira. O ex-ministro considerava essas ações um entrave a investimentos. O governo tem golden shares na Vale, IRB-Brasil Resseguros e Embraer, que recentemente anunciou acordo com a Boeing para a venda de sua divisão de aviação comercial.

A análise do processo pelo plenário estava prevista para quarta-feira, mas foi adiada após pedido de vistas do ministro Vital do Rego. O ministro Marcos Bemquerer seguiu o voto de Múcio. 

O relator apontou que é preciso definir “por norma específica” a forma como deve ser calculado o ressarcimento. O voto, no entanto, não afirmou quem tem de criar essa norma.

A justificativa para o ressarcimento, segundo Múcio, é que, embora não se trate de uma venda, há um valor por trás do desfazimento das golden shares, porque o governo abre mão de um direito. Outro motivo passa pelo argumento apresentado pela Fazenda de que as ações especiais desvalorizam as empresas. A lógica, na visão de auditores, é que a perspectiva de valorização justifica um pagamento à União.

A unidade técnica afirmou em sua manifestação que, como não há previsão na lei para a venda de golden shares, o governo não pode se desfazer delas. O Ministério Público de Contas concluiu que não há restrição legal e não apontou necessidade de pagamento pelas ações. O relator optou por uma proposta intermediária.

Ainda no noticiário de Embraer, a companhia e a Kenya Airways anunciaram nessa quarta-feira em feira do setor de aviação na Inglaterra, a assinatura de contrato pelo qual a fabricante brasileira vai assumir o planejamento e a substituição de parte considerável do estoque de peças de reposição dos 15 jatos Embraer E190 operados pela companhia do Quênia.

Notre Dame (GNDI3)

 A Notre Dame Intermédica firmou um acordo de intenção de compra do Grupo Mediplan Sorocaba, a preço de 9,1 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). 

Elétricas

A empresa de energia italiana Enel considera investir mais no Brasil, seguindo a sua compra da Eletropaulo (ELPL3) em junho. Na linha de visão do executivo Francesco Starace estariam duas distribuidoras da Eletrobras (ELET3;ELET6) e a Light (LIGT3), afirmou em entrevista ao Valor Econômico.

Cielo (CIEL3

A Cielo contratou a firma de recrutamento Korn Ferry para auxiliar na seleção de um novo CEO, trabalhando sobre uma lista de nomes já preparada pelos bancos controladores, Bradesco e Banco do Brasil.

A companhia ainda anunciou  a criação de um comitê de inovação e a nomeação de um novo diretor, que vai liderar o trabalho com tecnologias inovadoras e tendências comerciais e tecnológicas. 

Recomendações

O Bradesco BBI reiniciou cobertura para as ações do setor de distribuição de combustíveis tendo a visão de que, mesmo com potenciais mudanças regulatórias, a indústria deve permanecer defensiva e com potencial de queda limitado.

Destacando um cenário desafiador em termos de crescimento, a equipe de análise mostra preferência por cases de investimento que ofereçam dividendos, fontes alternativas de crescimento, proteção de fluxo de caixa e valuation atrativo. A Cosan (CSAN3) é a top pick do setor, com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 50,00, mesma recomendação de BR Distribuidora (BRDT3), com preço-alvo de R$ 25. Ultrapar (UGPA3) possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 48, 

A equipe de análise do banco não vê grandes catalisadores de curto prazo para Ultrapar e Cosan, sendo que triggers importantes para BR Distribuidora seriam eleições e potenciais parcerias a serem anunciadas. No caso de Cosan, a aprovação dos ativos de downstream na Argentina é esperada para o final do ano, mas eles não veem isso com grande potencial para as ações. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.