Ibovespa Futuro recua e dólar sobe com mais um capítulo da guerra comercial

Trump ameaça aumentar as tarifas de importação de automóveis vindos da UE; China promete retaliar medidas protecionistas dos EUA

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto recuavam 0,98%, aos 76.645 pontos, às 9h24 (horário de Brasília) desta quinta-feira (19), em linha com o movimento de correção das bolsas pelo mundo diante mais capítulo da guerra comercial entre as maiores economias do mundo. Por aqui, as movimentações no campo político estão em foco.

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou ameaçar a União Europeia e disse que pretende aplicar tarifas de 20% ou 25% sobre automóveis vindos do bloco caso o encontro marcado na próxima semana com autoridades europeias não gere um acordo justo: “dizemos que se não negociarmos algo justo, temos uma tremenda capacidade de castigo que não queremos usar, mas temos grandes poderes”, afirmou Trump.

Para completar, nesta quinta-feira, o Ministério do Comércio chinês, através do porta-voz da pasta, Gao Feng, afirmou que adotará “medidas direcionadas” em resposta às ações dos EUA contra produtos chineses, a fim de equilibrar a perda de lucros causada com tarifas sobre aço e alumínio: “os EUA têm provocado e continuamente reforçado a guerra comercial, o que traz grandes desafios à cooperação bilateral econômica e comercial”, afirmou em entrevista. Vale lembrar, que na última terça-feira (10), Trump impôs novas taxas de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China

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Em vista do clima de maior aversão ao risco, os contratos futuros de dólar com vencimento em agosto subiam 0,34%, aos R$ 3,870, enquanto os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam em ligeira alta de 2 pontos-base, aos 6,75% e 9,21%, respectivamente.

Bolsas mundiais

Após um dia positivo às bolsas mundiais por conta do otimismo com o ritmo de crescimento da economia norte-americana e a temporada de resultados corporativos, o pregão de hoje é de menor ímpeto para os índices globais, que registram baixa em sua maioria por conta das tensões comerciais.

Os índices futuros americanos sinalizam para uma sessão de queda, quebrando uma sequência de cinco dias de ganhos para o Dow Jones, enquanto investidores aguardam mais resultados vindo da Microsoft e Paypal e a divulgação de indicadores econômicos. Na Ásia, os principais índices também registraram queda, com as bolsas chinesas de Hang Seng e Xangai chegando a seu terceiro dia seguido de queda.

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No radar das commodities, os preços do petróleo caem por ainda outro dia, com notícias sobre o estoque dos EUA crescendo em 5,8 milhões de barris na última semana – enquanto as projeções eram de uma queda de 3,6 milhões -, e o fornecimento atingindo alta recorde. Enquanto isso, as tensões comerciais pressionam cobre e zinco, que recuam 2%.

Às 9h24, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,32%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,35%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,42%

*DAX (Alemanha) -0,43%

*FTSE (Reino Unido) +0,02%

*CAC-40 (França) -0,52%

*FTSE MIB (Itália) -0,35%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,38% (fechado)

*Xangai (China) -0,53% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,13% (fechado)

*Petróleo WTI -1,21%, a US$ 67,93 o barril

*Petróleo brent -1,23%, a US$ 71,96 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,32%, a 467,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin +1,52%, R$ 28.640 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda de indicadores

Em um dia sem muitos indicadores relevantes, os EUA contarão os pedidos de auxílio-desemprego às 9h30 e os indicadores antecedentes de junho às 11h. Já às 10h, no Brasil, a CNI revela os dados de confiança industrial. Às 20h30, o Japão divulgará os números de preços ao consumidor de junho. 

Bitcoin de volta à IMTV

Nesta quinta-feira, a partir das 16h30, dois dos maiores especialistas em criptomoedas do Brasil, Safiri Félix e Fernando Ulrich, debatem se vale a pena comprar Bitcoin agora após a disparada de 10% dos últimos dois dias. A conversa marca o retorno do programa Mundo Bitcon, que agora será repaginado com o nome de “Bloco Cripto”, que passa a ser exibido semanalmente a partir da próxima terça-feira (24). Confira a grade completa da IMTV clicando aqui

Notícias do dia

As alianças eleitorais seguem sendo destaque no noticiário desta quinta-feira. Conforme destaca o jornal Folha de S. Paulo, o presidente do PR, Valdemar Costa Neto, evita apoio automático a Ciro Gomes, acena a Geraldo Alckmin e faz centrão rever cenário. Segundo o jornal, apesar de não ter proximidade com o tucanato, exaltou que Alckmin é de São Paulo, seu estado, e tem perfil mais previsível do que o explosivo Ciro. Concluiu, porém, dizendo que não faz veto ao pedetista e que seguirá o que o grupo decidir. Por outro lado, o PR descartou em definitivo retomar qualquer conversa com Jair Bolsonaro (PSL).

Já no TSE,  a ministra Rosa Weber, que comanda o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o recesso, negou liminarmente um pedido feito pelo MBL (Movimento Brasil Livre) para já declarar o ex-presidente Lula inelegível antes mesmo dele entrar com o pedido de registro.

Noticiário corporativo

Nas notícias do mundo corporativo, a Notre Dame Intermédica firmou um acordo de intenção de compra do Grupo Mediplan Sorocaba, a preço de 9,1 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Enquanto isso, o acordo entre Embraer e Boeing levou o TCU (Tribunal de Contas da União), a adiar a análise de uma consulta sobre as chamadas “golden shares” – que dão ao governo poder de veto sobre decisões de empresas privatizadas -, com o ministro Vital do Rêgo afirmando que ainda tinha muitas dúvidas e pedindo vista do processo.

Já a empresa de energia italiana Enel considera investir mais no Brasil, seguindo a sua compra da Eletropaulo em junho. Na linha de visão do executivo Francesco Starace estariam duas distribuidoras da Eletrobras e a Light, afirmou em entrevista ao Valor Econômico. Por fim, a Cielo contratou a firma de recrutamento Korn Ferry para auxiliar na seleção de um novo CEO, trabalhando sobre uma lista de nomes já preparada pelos bancos controladores, Bradesco e Banco do Brasil.

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura