Eletrobras sobe 5% com leilão liberado; Telebras tem 2º dia de disparada após decisão do STF e Estácio despenca 7%

Confira os destaques da B3 nesta quarta-feira (18)

Lara Rizério

Vale (VALE3)

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Em um dia de leve alta para o minério de ferro, com ganhos de 0,40%, a Vale registra mais uma sessão de ganhos. 

No radar da companhia, a Vale anunciou uma provisão adicional de R$ 1,5 bilhão referente ao acidente de Samarco, representando 50% das obrigações adicionais da joint venture pelos próximos 12 anos. A medida não tem efeito caixa, mas será contabilizado e impactara o lucro do resultado do segundo trimestre, a ser reportado no dia 25 de Julho. Isto se soma à provisão inicial de R$ 3,7 bilhões, feita no segundo trimestre de 2016.

“O desembolso referente à Samarco já está contabilizado no nosso modelo ao longo dos próximos anos e a provisão de hoje não altera nossos números, não esperamos uma reação significativa ao anuncio na ação”, destaca a XP Investimentos. 

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Além disso, a Aliança Geração de Energia, joint venture entre a Vale e a Cemig (CMIG4), avalia a aquisição de um parque eólico da Renova Energia (RNEW11) que tem obras paralisadas por falta de recursos, informou a Reuters citando três fontes com conhecimento do assunto.

De acordo com a agência, as negociações, que também ocorrem com outros interessados, começaram após a Renova não chegar a um acordo com a Brookfield para venda do complexo Alto Sertão III, na Bahia. A notícia diz ainda que a Renova tem conversado com meia dúzia de possíveis compradores, que não foram citados pelas fontes.

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Eletrobras (ELET3;ELET6)

O presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região suspendeu a liminar que impedia o leilão das 6 distribuidoras da Eletrobras em 26 de julho. Isso fez com que as ações chegarem a saltar 11% após a notícia, mas as ações amenizaram durante o pregão. 

“Apesar da notícia ser positiva, notamos que o Governo pretende leiloar apenas uma distribuidora em 26/07 (Cepisa). O leilão das 5 restantes foram adiadas para 30 de Agosto, prazo no qual se espera ter sido aprovado no Senado o projeto de Lei que endereça pendências financeiras dessas companhias”, destaca a XP Investimentos. 

Nesta tarde, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou aviso de retomada do leilão de privatização das distribuidoras da Eletrobras, confirmando que está mantido o cronograma original do edital apenas em relação à Cepisa para julho. 

Além disso, a União se comprometeu a cobrir o prejuízo causado pelas distribuidoras a partir deste mês, caso não sejam privatizadas ainda este ano. A despesa da Eletrobrás com as seis empresas gira em torno de R$ 400 milhões por mês. A forma como se dará o pagamento dessa conta ainda é uma questão em aberto, segundo apurou o Estadão. 

A decisão dá base legal para que os acionistas da companhia votem em outra extensão da administração das distribuidoras até dezembro, já que as perdas incorridas no período devem ser compensadas pelo governo.

“Consideramos esta decisão positiva para a empresa, pois mitiga a incerteza jurídica em torno da possível liquidação das distribuidoras caso a privatização não seja realizada”, aponta o Brasil Plural.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras reverteu os ganhos obtidos na última sessão e fechou em queda, apesar da virada do petróleo para alta durante a tarde. O petróleo fechou em alta de 1% nesta quarta-feira, 18, buscando fôlego nos dados semanais do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que, apesar de terem contrariado expectativas de mercado com um avanço significativo dos estoques de petróleo no país, revelaram um recuo em volume também inesperado das reservas de gasolina, gerando expectativa de escoamento futuro do óleo bruto. Além disso, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou que o acordo de cortes de oferta entre os membros do cartel e outros 10 produtores foi cumprido em 121% em junho.

Já no noticiário da companhia, de acordo com o Valor Econômico, a Petrobras abriu um caminho formal para vender futuramente o controle acionário da Transpetro, a partir de uma recente mudança no estatuto social da subsidiária.

A revisão do estatuto da empresa de logística e transporte, aprovada em assembleia geral extraordinária, em junho, retirou um artigo que impedia a venda de mais de 50% do capital da subsidiária. A inclusão da Transpetro no programa de parcerias e desinvestimentos não está, porém, na pauta prioritária da petroleira, neste momento, disse uma fonte ao jornal. 

Braskem (BRKM5)

A Petrobras disse novamente que analisará oferta da LyondellBasell por Braskem, caso negócio seja fechado pela Odebrecht, para avaliar seu exercício de direitos como acionista da empresa, segundo comunicado da estatal.

Embraer (EMBR3)

Já sobre a Embraer, o governo deve aprovar seu acordo com a Boeing, mas não tomará a decisão antes do segundo turno das eleições presidenciais, segundo apurou o Estado de S. Paulo.  O intuito seria de evitar que o assunto seja discutido entre os candidatos na campanha, de modo a não abrir brechas a ações judiciais que colocariam em risco a joint venture. 

A companhia ainda anunciou um acordo de intenção de venda de três jatos E190 para a NAC (Nordic Aviation Capital), no valor estimado de US$ 156 milhões, com base nos preços de lista da companhia. A encomenda será incluída na carteira de pedidos da Embraer quando se transformar em pedido firme, diz o comunicado.

Nesta terça a companhia ainda informou que, junto com a companhia aérea americana United Airlines reailzou, durante o Farnborough Airshow, na Inglaterra, a assinatura de pedido de 25 jatos da linha E175. O contrato – o primeiro desde a divulgação do acordo entre Embraer e Boeing na área de aviões comerciais – é avaliado em US$ 1,1 bilhão e será incluído na carteira de pedidos do terceiro trimestre. As entregas devem ocorrer a partir de 2019.

Vale destacar que, em encontro com empresários e sindicalistas patronais, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, defendeu a dissolução do acordo da Boeing e da Embraer. Ciro disse que enviou uma carta aos presidentes das duas empresas orientado-os a não consumar a fusão até que o próximo presidente tome posse, e que não vê uma possibilidade “saudável” de acordo. “Esse acordo feito no estertor de um governo e na iminência de 84 dias de uma eleição presidencial é clandestino e absolutamente ameaçador da segurança nacional brasileira. Portanto, ele não deveria ser consumado, e, se for, tem que ser desfeito”, disse ele. 

Suzano (SUZB3

As ações da Suzano foram destaque de baixa do mercado nesta quarta-feira. Os papéis deram um verdadeiro susto já na abertura, pois entraram em leilão com queda de 4% e marcaram queda de 6% na mínima do dia. 

Leia mais: Suzano e Fibria: por que você deveria dividir seus investimentos?

À primeira vista, investidores estariam preocupados com a notícia de que a China poderá proibir as importações de papéis reciclados. Ao primeiro olhar, uma barreira imposta pelo gigante asiático, que no primeiro trimestre do ano representou 17% da receita líquidas da companhia, sem dúvidas gera preocupação. Porém, neste caso em específico, a notícia na verdade é positiva para Suzano, conforme nota enviada pelo Bradesco BBI aos clientes. De acordo com os analistas, caso o governo chinês tome essa decisão para conter o aumento da poluição, haverá uma troca para produtos de maior qualidade, como no caso das fibras de celulose, beneficiando a empresa no final das contas. Portanto, o que está gerando tanto ruído na empresa nesta quarta-feira?

Segundo informações de gestores e operadores do mercado, a forte queda de Suzano está relacionada aos rumores de que os termos do acordo da fusão com a Fibria (FIBR3) poderão ser revisados. Prova disso, os papéis da empresa sobem 1% neste pregão. Segundo o time de análise da XP Investimentos, esse tipo de ruído traz volatilidade, uma vez que leva os investidores a questionarem a probabilidade do negócio ser revisado ou não.

Apesar disso, para os analistas, essa “notícia” não tem fundamento, dado que os termos do acordo são irrevogáveis e os ajustes já previstos em contrato são marginais, não impactando de maneira relevante a transação. Assim, seguem com a expectativa de que o processo de fusão seja concluído até o começo do ano que vem, assim como reiteram a recomendação de compra de Suzano, com preço alvo de R$ 67,50.

Estácio (ESTC3) e Kroton (KROT3)

O número total de alunos matriculados no ensino superior privado, em cursos presenciais, teve queda de 1,6%, no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, informa o Valor. Já o volume de calouros caiu 5%. A base total não cedeu tanto porque houve uma compensação das rematrículas. As instituições de ensino conseguiram rematricular entre 92% e 95% de seus alunos, segundo o Semesp, sindicato do setor, que fez o levantamento com 99 instituições de ensino do país. Tais dados levaram a uma forte queda de Estácio e Kroton, com destaque para a primeira companhia. 

Telebras (TELB4)

As ações da Telebras tiveram novo dia de alta e já subiram 53% em apenas dois pregões, na esteira da decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, suspender a liminar que impedia o contrato entre a Telebras e a Viasat para efetivar a exploração de banda larga do Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações e Estratégicas. O satélite está em operação há mais de um ano e, além de ampliar o acesso à internet banda larga na Região Norte do país, também serve para uso da comunicação estratégica das Forças Armadas, na banda X. O volume dos papéis TELB4 já atingem os R$ 2,4 milhões, muito acima dos R$ 46,7 mil registrados em média nos últimos 21 pregões. 

A decisão de Cármen Lúcia atendeu a um agravo interposto pela União contra o indeferimento proferido pela presidente do STF que atendeu a uma sanção imposta pela Primeira Vara Federal de Manaus (AM) contra o contrato entre as operadoras. A suspensão da Justiça Federal impedia o funcionamento de 100% da capacidade do satélite, que depende dos equipamentos fornecidos pela empresa norte-americana Viasat.

A União alegou que a paralisação das operações do satélite trazem “prejuízos ao interesse público e grave lesão às ordens pública e econômica”. Foram investidos R$ 1,73 bilhão para construção e lançamento do satélite, que tem validade de 18 anos. A defesa da União reiterou que cada dia não utilizado do satélite também representa prejuízos para programas sociais.

As empresas Via Direta e Rede Tiradentes, que entraram com ação na Justiça Federal em oposição ao contrato firmado pela Telebras, argumentam que o satélite não está gerando prejuízo, pois as operações militares estão operando normalmente e que o princípio da soberania nacional está sendo violado ao permitir que informações estratégicas possam ser acessadas por uma empresa estrangeira.

Na decisão, Cármen Lúcia afirma que “a despeito dos questionamentos levantados, ganham relevos os argumentos de grave prejuízo financeiro e de implementação das políticas públicas”. A presidente do STF argumenta ainda que considera mitigado o risco à soberania nacional diante de informações técnicas que foram apresentadas depois da suspensão.

BRF (BRFS3)

A BRF teve a cobertura reiniciada com recomendação outperform com preço-alvo de R$ 35 e destacou que o plano de reestruturação anunciado em junho pelo novo CEO da companhia, Pedro Parente, faz sentido, embora estimem que apenas cerca de 40% seja precificado. 

“Esperamos que as ações da BRF subam 32% no segundo semestre (…), enquanto a companhia executa seu plano de recuperação e os investidores pagam novamente para um player sustentável (com dinheiro suficiente para pagamentos da dívida)”, apontam os analistas. 

Tenda (TEND3)

A Tenda teve a recomendação elevada a ’outperform’ pelo Safra, com preço-alvo de R$ 37,80.

Magazine Luiza (MGLU3)

O BTG Pactual atualizou as estimativas para Magazine Luiza e elevou o preço-alvo de R$ 80 para R$ 142.

“Com o desafio de fortalecer sua plataforma completa à medida que o marketplace ganha importância, vemos o Magalu bem posicionado para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce nos próximos anos. Apesar do valuation não ser uma barganha, reiteramos compra, com a combinação de momentum favorável, foco no nível de serviço e DNA tecnológico, vemos a companhia preparada para crescer acima dos pares”, afirma o BTG. 

WEG (WEGE3)

Abrindo a temporada de balanços no Brasil, a WEG divulgou hoje seus resultados para o segundo trimestre de 2018, reportando o maior nível de receita operacional líquida em sua história: cerca de R$ 3 bilhões, superior em 34% ao registrado no mesmo período do ano passado.

Já o lucro líquido foi de R$ 336,6 milhões, 23,7% superior ao registrado no segundo trimestre de 2017. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 465,5 milhões (25,6% acima dos resultados em 2017), e a margem (Ebitda/receita líquida) foi de 15,2%.

Para a análise da XP Investimentos, os resultados ficaram acima do esperado, com o Ebitda superando as estimativas do mercado em cerca de 9%, e as receitas 10% acima do que previa o consenso. Já para o Credit Suisse, o resultado foi positivo, mas precificado, uma vez que os papéis WEGE3 tiveram desempenho muito superior ao do Ibovespa nos últimos 30 dias.

Leia mais: WEG dá início à temporada de resultados com o pé direito e ações sobem até 5,5%

No relatório, a WEG atribui seu crescimento à “melhora da conjuntura econômica” e à “maior participação de novos negócios na receita, como por exemplo as usinas de energia solar e a recente aquisição do negócio de turbinas a vapor (TGM)”. Além desses fatores, a equipe da XP aponta que o real mais fraco também impulsionou os resultados, já que o mercado externo representou 57% da receita da companhia.

 

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul, banco controlado pelo governo gaúcho, anunciou acordo não vinculante com a empresa de bilhetagem para serviços de mobilidade urbana Autopass.

O objetivo é disponibilizar a rede de adquirência Vero, da Banrisul Cartões, para os clientes da Autopass, estabelecimentos comerciais que atendem usuários de estações de mobilidade urbana, modais de transporte, e os parceiros da Autopass que fizerem parte de clube de benefícios. “A Banrisul Cartões e Autopass compartilharão o resultado líquido da parceria”, disse o banco no comunicado. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.