Eletrobras tem leilão liberado; Petrobras abre caminho para vender Transpetro, recomendações e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (18)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – Duas boas notícias para os investidores em Eletrobras, BRF sendo elevada pelo Bradesco BBI, o início da temporada de resultados com WEG e a Petrobras abrindo caminho para se desfazer da Transpetro, segundo o Valor, são destaques desta sessão. Confira no que se atentar:

Vale (VALE3)

A Vale anunciou uma provisão adicional de R$ 1,5 bilhão referente ao acidente de Samarco, representando 50% das obrigações adicionais da joint venture pelos próximos 12 anos. A medida não tem efeito caixa, mas será contabilizado e impactara o lucro do resultado do segundo trimestre, a ser reportado no dia 25 de Julho. Isto se soma à provisão inicial de R$ 3,7 bilhões, feita no segundo trimestre de 2016.

“O desembolso referente à Samarco já está contabilizado no nosso modelo ao longo dos próximos anos e a provisão de hoje não altera nossos números, não esperamos uma reação significativa ao anuncio na ação”, destaca a XP Investimentos. 

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Além disso, a Aliança Geração de Energia, joint venture entre a Vale e a Cemig (CMIG4), avalia a aquisição de um parque eólico da Renova Energia (RNEW11) que tem obras paralisadas por falta de recursos, informou a Reuters citando três fontes com conhecimento do assunto.

De acordo com a agência, as negociações, que também ocorrem com outros interessados, começaram após a Renova não chegar a um acordo com a Brookfield para venda do complexo Alto Sertão III, na Bahia. A notícia diz ainda que a Renova tem conversado com meia dúzia de possíveis compradores, que não foram citados pelas fontes.

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Eletrobras (ELET3;ELET6)

O presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região suspendeu a liminar que impedia o leilão das 6 distribuidoras da Eletrobras em 26 de julho. 

“Apesar da notícia ser positiva, notamos que o Governo pretende leiloar apenas uma distribuidora em 26/07 (Cepisa). O leilão das 5 restantes foram adiadas para 30 de Agosto, prazo no qual se espera ter sido aprovado no Senado o projeto de Lei que endereça pendências financeiras dessas companhias”, destaca a XP Investimentos. 

Além disso, a União se comprometeu a cobrir o prejuízo causado pelas distribuidoras a partir deste mês, caso não sejam privatizadas ainda este ano. A despesa da Eletrobrás com as seis empresas gira em torno de R$ 400 milhões por mês. A forma como se dará o pagamento dessa conta ainda é uma questão em aberto, segundo apurou o Estadão. 

A decisão dá base legal para que os acionistas da companhia votem em outra extensão da administração das distribuidoras até dezembro, já que as perdas incorridas no período devem ser compensadas pelo governo.

“Consideramos esta decisão positiva para a empresa, pois mitiga a incerteza jurídica em torno da possível liquidação das distribuidoras caso a privatização não seja realizada”, aponta o Brasil Plural.

Petrobras (PETR3;PETR4)

De acordo com o Valor Econômico, a Petrobras abriu um caminho formal para vender futuramente o controle acionário da Transpetro, a partir de uma recente mudança no estatuto social da subsidiária.

A revisão do estatuto da empresa de logística e transporte, aprovada em assembleia geral extraordinária, em junho, retirou um artigo que impedia a venda de mais de 50% do capital da subsidiária. A inclusão da Transpetro no programa de parcerias e desinvestimentos não está, porém, na pauta prioritária da petroleira, neste momento, disse uma fonte ao jornal. 

Embraer (EMBR3)

Já sobre a Embraer, o governo deve aprovar seu acordo com a Boeing, mas não tomará a decisão antes do segundo turno das eleições presidenciais, segundo apurou o Estado de S. Paulo.  O intuito seria de evitar que o assunto seja discutido entre os candidatos na campanha, de modo a não abrir brechas a ações judiciais que colocariam em risco a joint venture. 

A companhia ainda anunciou um acordo de intenção de venda de três jatos E190 para a NAC (Nordic Aviation Capital), no valor estimado de US$ 156 milhões, com base nos preços de lista da companhia. A encomenda será incluída na carteira de pedidos da Embraer quando se transformar em pedido firme, diz o comunicado.

Nesta terça a companhia ainda informou que, junto com a companhia aérea americana United Airlines reailzou, durante o Farnborough Airshow, na Inglaterra, a assinatura de pedido de 25 jatos da linha E175. O contrato – o primeiro desde a divulgação do acordo entre Embraer e Boeing na área de aviões comerciais – é avaliado em US$ 1,1 bilhão e será incluído na carteira de pedidos do terceiro trimestre. As entregas devem ocorrer a partir de 2019.

Vale destacar que, em encontro com empresários e sindicalistas patronais, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, defendeu a dissolução do acordo da Boeing e da Embraer. Ciro disse que enviou uma carta aos presidentes das duas empresas orientado-os a não consumar a fusão até que o próximo presidente tome posse, e que não vê uma possibilidade “saudável” de acordo. “Esse acordo feito no estertor de um governo e na iminência de 84 dias de uma eleição presidencial é clandestino e absolutamente ameaçador da segurança nacional brasileira. Portanto, ele não deveria ser consumado, e, se for, tem que ser desfeito”, disse ele, alegando que o conteúdo da carta será divulgado nesta quarta-feira.

BRF (BRFS3)

A BRF teve a cobertura reiniciada com recomendação outperform com preço-alvo de R$ 35 e destacou que o plano de reestruturação anunciado em junho pelo novo CEO da companhia, Pedro Parente, faz sentido, embora estimem que apenas cerca de 40% seja precificado. 

“Esperamos que as ações da BRF subam 32% no segundo semestre (…), enquanto a companhia executa seu plano de recuperação e os investidores pagam novamente para um player sustentável (com dinheiro suficiente para pagamentos da dívida)”, apontam os analistas. 

Tenda (TEND3)

A Tenda teve a recomendação elevada a ’outperform’ pelo Safra, com preço-alvo de R$ 37,80.

Magazine Luiza (MGLU3)

O BTG Pactual atualizou as estimativas para Magazine Luiza e elevou o preço-alvo de R$ 80 para R$ 142.

“Com o desafio de fortalecer sua plataforma completa à medida que o marketplace ganha importância, vemos o Magalu bem posicionado para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce nos próximos anos. Apesar do valuation não ser uma barganha, reiteramos compra, com a combinação de momentum favorável, foco no nível de serviço e DNA tecnológico, vemos a companhia preparada para crescer acima dos pares”, afirma o BTG. 

WEG (WEGE3)

Abrindo a temporada de balanços no Brasil, a WEG divulgou hoje seus resultados para o segundo trimestre de 2018, reportando o maior nível de receita operacional líquida em sua história: cerca de R$ 3 bilhões, superior em 34% ao registrado no mesmo período do ano passado.

Já o lucro líquido foi de R$ 336,6 milhões, 23,7% superior ao registrado no segundo trimestre de 2017. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 465,5 milhões (25,6% acima dos resultados em 2017), e a margem (Ebitda/receita líquida) foi de 15,2%.

Para a análise da XP Investimentos, os resultados ficaram acima do esperado, com o Ebitda superando as estimativas do mercado em cerca de 9%, e as receitas 10% acima do que previa o consenso. “Esperamos uma reação positiva do papel”, comentaram os analistas, ainda reiterando a classificação “neutra” para a empresa, a preço-alvo de R$ 17,70 por ação. Já para o Credit Suisse, o resultado foi positivo, mas já está precificado, uma vez que os papéis WEGE3 tiveram desempenho muito superior ao do Ibovespa nos últimos 30 dias.

No relatório, a WEG atribui seu crescimento à “melhora da conjuntura econômica” e à “maior participação de novos negócios na receita, como por exemplo as usinas de energia solar e a recente aquisição do negócio de turbinas a vapor (TGM)”. Além desses fatores, a equipe da XP aponta que o real mais fraco também impulsionou os resultados, já que o mercado externo representou 57% da receita da companhia.

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul, banco controlado pelo governo gaúcho, anunciou acordo não vinculante com a empresa de bilhetagem para serviços de mobilidade urbana Autopass.

O objetivo é disponibilizar a rede de adquirência Vero, da Banrisul Cartões, para os clientes da Autopass, estabelecimentos comerciais que atendem usuários de estações de mobilidade urbana, modais de transporte, e os parceiros da Autopass que fizerem parte de clube de benefícios. “A Banrisul Cartões e Autopass compartilharão o resultado líquido da parceria”, disse o banco no comunicado. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.