E se o “imbróglio Lula” tivesse acontecido com a Bolsa brasileira aberta?

Para os "Analistas Sem Censura", o cenário teria sido muito diferente em um dia útil, com a volatilidade podendo superar a de datas que se tornaram benchmarks traumáticos

Fredy Alexandrakis

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SÃO PAULO – Voltando do feriado do dia 9 de julho em São Paulo, a sessão de terça-feira (10) foi tranquila para o mercado, com o Ibovespa prometendo altas seguindo as ADRs (American Depositary Receipt), mas fechando em uma leve queda, enquanto o dólar teve a maior baixa em quase um mês. Assim, quem não tivesse visto o noticiário político do último fim de semana poderia até pensar que não houve grandes novidades com potencial para mudar o cenário para o mercado. Mas não foi isso que aconteceu.

O último domingo foi bastante movimentado em meio à disputa jurídica que se iniciou quando o desembargador do TRF-4 Rogério Favreto concedeu um pedido de habeas corpus ao ex-presidente Lula, reiterando a sua decisão mais duas vezes ao longo do dia, mas depois sendo barrado por uma decisão do presidente do Tribunal, Thompson Flores. Assim, com o desfecho se dando ainda na noite de domingo, o mercado não sentiu os efeitos de tamanha confusão: mas e se o caso tivesse se desenrolado com a bolsa aberta?

Essa é a questão que levantaram os analistas Bruce Barbosa, Luiz Felippo e Ricardo Schweitzer no programa “Analistas Sem Censura” da terça-feira. Para eles, o cenário teria sido muito diferente em um dia útil, com a volatilidade podendo superar a de datas que se tornaram benchmarks traumáticos: “a gente nunca mais falaria em ‘Joesley Day’, em Bessias, em coisa nenhuma”, considerou Ricardo. 

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O “Joesley Day”, de 18 de maio de 2017, foi marcado por uma queda de quase 9% no Ibovespa, e ganha o seu nome devido ao fato do noticiário que motivou a despencada: o vazamento da delação feita pelo dono da JBS, Joesley Batista, citando o nome do presidente Michel Temer em graves acusações. Na ocasião, o mercado se preocupava com a governabilidade do emedebista, que anunciou no mesmo dia que não renunciaria a presidência. Desde então, dias de queda generalizada no índice são frequentemente comparados às perdas daquele pregão.

Segundo coloca o trio de analistas, a conturbação de domingo poderia ter estabelecido um novo parâmetro de crise na bolsa, com a questão da soltura de Lula – que ainda lidera as pesquisas de intenção de voto e é talvez o pré-candidato mais temido pelo mercado – se desenhando de manhã e só se resolvendo definitivamente horas depois, com a determinação do presidente do TRF-4, Thompson Flores.

“Se o mercado estivesse aberto, as coisas teriam sido muito piores”, garante Luiz. O que isolou o incidente foi o fato de ele ter se concluído ainda no fim de semana. Mesmo assim, para o analista, todo o imbróglio contribui para ampliar a percepção de risco que se tem sobre o País. “Se eu fosse um estrangeiro, teria cautela em ficar montando posição, o que de certa maneira trava o mercado aqui”, afirmou.  

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Confira o trecho da discussão abaixo e assista ao programa completo aqui.

 

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