Mercado acionou o “modo pânico”, mas não há motivos para isso, alerta Credit Suisse

Economistas acreditam que os investidores exageraram e acreditam em uma reprecificação das expectativas

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Guerra comercial, aumento de juros pelo Fed e instabilidade dos mercados emergentes. Investir em um cenário com este não é nada trivial e o aumento do nível de incerteza acabou tirou o apetite pelo risco pelos investidores, que no limite acionaram o “modo pânico”, como apontam os economistas do Credit Suisse em estudo intitulado “Global Cycle Notes: Why panic”. Contudo, segundo eles, o mercado extrapolou na sua percepção e, neste momento, não há motivos para entrar em pânico.

Para medir a disposição do mercado ao risco, o banco suíço desenvolveu o Global Risk Appetite Index, que pelo cenário descrito acima está muito próximo do “modo pânico” (próximo de -3), ou seja, os investidores estão igualmente descrentes com o rumo da economia global, bolsas de valores e mercado de crédito corporativo, como aponta o gráfico abaixo.

Global Risk Appetite Index

grafico_risco
*Fonte: Credit Suisse

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Porém, segundo o banco, não existem motivos para entrar em pânico neste momento, principalmente pelo lado da atividade industrial global, essa bastante penalizada pela expectativa de retração por conta da guerra comercial. Apesar dos dados de atividade terem decepcionaram na Europa, os dados compilados pelos economistas sobre a produção industrial mundial voltaram acelerar desde abril e esperam que esse processo continue sólido até o final do ano. Assim, foi criado um gap entre apetite por risco (linha vermelha) vs expectativa de crescimento (linha cinza), que, para o banco, deve ser corrigido para cima:

Apetite por risco vs Expectativa pela atividade industrial

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Fonte: Credit Suisse

Europa será chave para reprecificação

Para que esse processo de reprecificação seja concretizado, os economistas condicionam a recuperação da atividade industrial europeia, que já está em processo. Conforme os dados analisados, a desaceleração vista na Europa no primeiro trimestre foi provavelmente foi um evento não-recorrente e os indicadores antecedentes de junho já mostraram sinais de estabilização e, olhando para a demanda global por manufaturas, não foram detectados sinais de desaceleração, na medida que a renda e o crédito continuam em patamares saudáveis para sustentar os investimentos.

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Com relação ao pivôs da guerra comercial, os economistas acreditam que a economia dos EUA deve registrar uma ligeira desaceleração até o final do ano depois de atingir seu pico em junho, mas nada que altere a trajetória ascendente da produção. A percepção positiva também é reforçada para o crescimento chinês, que, inclusive, deve ganhar força até o final do ano no cenário-base do banco. O risco fica por conta do aumento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

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