Petrobras vira para alta de olho na cessão onerosa, enquanto Eletrobras dispara até 19%; 2 ações avançam com negociações sobre fusão

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (4)

Lara Rizério

Petrobras (PETR3;PETR4)

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As ações da Petrobras abriram em queda, mas viraram para alta durante a tarde e caminham para a nona sessão seguida de ganhos, de olho na cessão onerosa. Segundo o Estadão, a revisão de regra do TCU tirou obstáculo para realizar leilão de excedente da cessão onerosa ao criar regra de transição em relação a envio de informações para leilões que só valeria a partir de 2019. A Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse em Plenário durante a tarde que pretende votar ainda hoje três propostas antes de iniciar a análise da medida provisória que trata do preço de frete dos caminhoneiros (MP 832/18). Dentre elas, a votação da proposta (PL 8939/17) que autoriza a Petrobras a ceder a outras empresas 70% da exploração de uma parte do pré-sal da Bacia de Campos cedido à estatal em 2010 por meio de cessão onerosa. Falta votar os destaques.

No mercado de commodities, o petróleo fechou em alta com a expectativa de que a contagem oficial de barris em estoque nos Estados Unidos pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país confirme na quintaa o forte escoamento das reservas apontado na terça-feira pelos dados do Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês). Há de se ressaltar, contudo, que a liquidez esteve reduzida nesta sessão devido ao feriado americano do Dia da Independência, que manteve fechados os mercados financeiros nos EUA. O preço do brent subiu 0,62%. 

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Ainda no radar da empresa, a companhia  assinou com a China National Petroleum Corporation International (CNPCI), subsidiária integral da CNPC, uma carta de intenções para promover investimentos na refinaria do Comperj e na área de Marlim. Segundo  a petroleira, a implementação dessa parceria estratégica “depende do sucesso das negociações dos acordos finais”.

“A parceria estratégica fortalecerá os laços entre as empresas e contribuirá para o aprofundamento da Parceria Estratégica Global entre o Brasil e a China”, disse a Petrobras. 

A estatal ainda elevou o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,9854 o litro para R$ 2,0033 o litro, segundo informações no website da empresa, com preços antes de impostos válidos a partir de 5 de julho.

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O mercado também fica de olho na Câmara: está na pauta da Casa o Projeto de Lei 8939/17, que permite à Petrobras transferir a outras petroleiras parte de seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área cedida onerosamente pela União. Os deputados precisam votar os últimos destaques apresentados ao texto. De autoria do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), a proposta permite a comercialização de até 70% desses direitos.

 

Aliansce (ALSC3) e Sonae Sierra (SSBR3)

A  Aliansce e a Sonae Sierra sobem até 7% após o Valor Pro informar, citando fontes, que as duas empresas do setor de shopping centers estão em negociações para fusão. Segundo a publicação, as conversas estão em curso e as partes ainda precisam resolver presença da Sonae no conselho e na gestão.

Em comunicado divulgado durante o pregão, a Aliansce confirmou que iniciou tratativas preliminares para uma potencial combinação de suas operações. “Não obstante, até o momento, não existe nenhum acordo, oferta ou proposta vinculante acerca de eventual transação, nem mesmo qualquer definição sobre a estrutura da potencial operação ou aprovação pelos órgãos societários competentes das partes envolvidas. Dessa forma, até o momento, não há nenhuma garantia sobre a efetivação de qualquer negócio entre as partes”, informou na nota. 

A companhia disse que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados e voltará a comentar o assunto, caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado.

Embraer (EMBR3)

A Embraer acelerou os ganhos e chegou a subir 7,8% após o jornal Folha de S. Paulo noticiar que o governo deu aval para acordo com Boeing. Segundo a publicação, as duas fabricantes de aviões formalizarão nos próximos dias um memorando com detalhes da criação de terceira empresa e o controle será 80% americano e 20% brasileiro; o conselho terá presença de brasileiro. O negócio ainda não está certo, no entanto, pois terá de ser informado ao governo, que realizará auditorias que podem durar quatro meses. 

Mais cedo, em comunicado em resposta à B3, a Embraer reafirmou que ela e a Boeing “continuam mantendo entendimentos, inclusive por meio do grupo de trabalho do qual o governo brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para potencial combinação de negócios, que poderá envolver a segregação das atividades de aviação comercial das demais atividades da Embraer (especialmente área de defesa e aviação executiva)”.

Na terça, as ações da Embraer subiram 5,1% em meio à notícia de reunião do presidente Temer com ministros para discutir o acordo com a Boeing e valuation otimista de unidade de aviação comercial da Embraer feita pelo BTG. 

 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

As ações da Eletrobras saltam com uma boa notícia vinda da política, com os papéis ELET3 chegando a subir 19,55% na máxima do dia. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça a apreciação em regime de urgência do projeto de lei que abre caminho para privatização de distribuidoras de energia elétrica da Eletrobras. Com isso, o texto já poderá ser incluído na pauta de votação desta quarta-feira.  

O requerimento foi aprovado por 226 votos favoráveis e 48 contrários, além de 6 abstenções. A base do governo Temer apresentou o pedido de urgência à tarde, com 284 apoios.

O projeto de lei 10.332/2018 cria condições para venda de seis distribuidoras controladas pela estatal, mas que enfrentam problemas operacionais e dificuldades financeiras: Amazonas Energia, Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de Energia do Piauí (Cepisa) e Boa Vista Energia, de Roraima. As distribuidoras estão sem contratos de concessão vigentes, e a Eletrobrás vai assumir as dívidas, para tornar o leilão mais interessante a empresas. O projeto é uma das prioridades do Palácio do Planalto, que deseja a aprovação antes do recesso parlamentar.

Mesmo com incertezas jurídicas, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski decidir que a venda de empresas estatais deve passar pelo Congresso e com indicadores financeiros ruins, as distribuidoras da Eletrobras representam uma grande oportunidade de negócios para os investidores, na avaliação de autoridades do setor elétrico.

Entre os principais interessados nas distribuidoras, estão os grupos Energisa (ENGI11), Equatorial (EQTL3), Neoenergia, CPFL (CPFE3) e Enel, além de fundos de investimento, empresas chinesas e indianas. Os riscos relacionados ao Congresso e ao Judiciário favorecem as empresas que já atuam no País e já sabem lidar com esses aspectos, avaliam fontes do setor, em detrimento de novos entrantes.

“A notícia é positiva para a Eletrobras e para potenciais participantes de um eventual leilão das distribuidoras. No entanto, notamos que o calendário para a aprovação da proposta ainda é apertado, tendo em vista que o recesso do Congresso se inicia a partir de 18 de julho”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

Vale ressaltar que o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., afirmou  em entrevista à rádio CBN, que está otimista sobre a votação pela Câmara do projeto de lei que cria condições para venda de seis distribuidoras controladas pela estatal, antes do leilão, marcado para 26 de julho. “O projeto é muito curto e apenas dá de fato as condições necessárias para que todas as distribuidoras sejam colocadas nesse leilão”, afirmou.

 

 

BRF (BRFS3)

Além do plano de desinvestimentos, que prevê o embolso de R$ 5 bilhões até o fim do ano, o CEO da BRF, Pedro Parente, já senta com os bancos credores para negociar o alongamento dos vencimentos, diz a Coluna do Broad, do Estadão. 

Entre os principais credores estariam Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil. Vale ressaltar que a BRF disparou 12% na segunda-feira com notícia sobre plano de reestruturação.

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BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora informou ter recebido os valores referentes aos Instrumentos de Confissão de Dívidas (ICDs) assinados com as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras) e suas controladas distribuidoras de energia.

Até o momento, a companhia recebeu o montante de aproximadamente R$ 304 milhões, dos quais R$ 164 milhões correspondem à segunda parcela. A BR Distribuidora comunicou ainda que futuros pagamentos vinculados a estes ICDs serão “tempestivamente” divulgados. Em abril, a BR Distribuidora celebrou com a Eletrobras acordo relativo a dívidas decorrentes de fornecimento no passado de derivados de petróleo para a geração de energia no norte do país.

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Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3)

O Banco do Brasil anunciou mudanças em sua diretoria e também no fundo de pensão de seus funcionários, Previ, e no braço de seguros e previdência BB Seguridade.

O banco indicou o atual presidente do fundo de pensão, Gueitiro Genso, que tinha mandato até 2019, para ser vice-presidente da área de distribuição de varejo e gestão de pessoas. Para o lugar de Genso na Previ, o BB indicou o atual presidente da BB Seguridade, José Maurício Pereira Coelho e nomeou para a presidência do braço de seguros do banco Antônio Maurício Maurano, que até agora era vice-presidente de negócios de atacado do BB. Para ocupar o lugar de Maurano, o BB indicou Walter Malieni Júnior, que ocupava a vice-presidência de varejo.

A instituição ainda indicou João Pinto Rabelo Júnior, atual diretor de governo, para a vice-presidência de serviços, infraestrutura e operações. O banco não comunicou as razões das trocas de função dos executivos.

JBS (JBSS3)

A JBS anunciou ontem a aprovação de um plano de recompra de ações para posterior alienação e/ou cancelamento. A empresa poderá adquirir até 160,4 mil ações ordinárias, que correspondem a até 5,88% do total de ações de sua emissão e até 10% das ações em circulação. O prazo máximo para realização das aquisições é de 18 meses, iniciados em 9 de agosto de 2018 e encerrados em 9 de fevereiro de 2020.

“Dependendo da velocidade do plano de recompra, poderia trazer suporte para as ações. Recomendamos posição neutra em relação as ações da JBS. Apesar da contínua melhora operacional e diminuição dos riscos relacionados à alavancagem, acreditamos que as ações negociam a preço justo”, ressalta a XP Investimentos.

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

O Cade iniciou oficialmente na segunda-feira a análise da aquisição da Fibria pela Suzano, segundo informa o Valor Econômico. O prazo é de 240 dias, prorrogável por outros 90 conta a partir de segunda-feira, dando ao Cade até o fim de maio de 2019 para finalizar a avaliação.

“Celulose é um negócio voltado para exportação e com preço definido no mercado internacional, portanto nosso cenário base é de aprovação sem restrições relevantes”, destaca a XP Investimentos, apontando que o acordo de compra da Fibria permite a venda de até 10% da capacidade produtiva das empresas combinadas, ou 1.1 milhão de toneladas. A notícia ainda ressalta que a planta de Jacarei da Fibria tem 1,1 milhão de toneladas,e que seria a planta com o maior custo de produção e menor sinergia com a Suzano.

“Na nossa visão, a fusão pode trazer até R$ 10 bi em sinergias para a Suzano, se concretizada. Temos recomendação de compra na Suzano e a incluímos na nossa Carteira Recomendada XP, com preço alvo de R$ 67,50”, ressalta a equipe de análise.

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Recomendações

A Restoque (LLIS3) teve a cobertura reiniciada pelo Itaú BBA com recomendação outperform, enquanto a Qualicorp (QUAL3) foi elevada de marketperform para outperform pelo mesmo banco, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 33 para R$ 25. 

QGEP (QGEP3)

A QGEP informou que a produção de petróleo no segundo trimestre de 2018 foi de 1,43 milhão de barris de óleo equivalente. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.