Ibovespa Futuro sobe com China acalmando os mercados e impulso das commodities

Dólar recua após atingir R$ 3,93 na véspera; dia promete baixa liquidez com véspera de feriado nos EUA

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto subiam 0,46%, aos 73.950 pontos, às 9h14 (horário de Brasília) desta terça-feira (3), acompanhando o bom humor do mercado internacional após a China acalmar os mercados e diante do impulso das commodities. Vale lembrar que o pregão deve ter liquidez reduzida, já que as bolsas dos EUA fecharão às 14h00 por conta da véspera de feriado do Dia da Independência.

Depois do primeiro pregão de julho ser marcado por intensa volatilidade com o aumento da tensão sobre a guerra comercial, o otimismo toma conta do mercado após a China prometer sustentar sua moeda (yuan), aliviando o sentimento negativo que estressou os mercados na véspera. O presidente do Banco Central da China afirmou que manterá o yuan “basicamente estável em nível razoável e equilibrado”, o que acaba freando o dólar frente seus pares e gerando menor aversão ao risco.

Os contratos futuros de dólar com vencimento em agosto recuavam 0,73%, aos R$ 3,896, devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando atingiu R$ 3,93 na máxima do dia. Para frear a disparada da moeda, o BC anunciou na última sexta-feira (29) plano de rolar integralmente os US$ 14 bilhões de swaps que vencem em 1º de agosto e de fazer leilões de swap cambial e de linha nas próximas semanas, sempre que necessário. Nesta terça, a autoridade monetária irá ofertar até 14.000 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de agosto

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Na mesma toada, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 recuavam 3 pontos-base, aos 6,75% e 9,17%, respectivamente, de olho em mais um leilão coordenado entre BC e Tesouro. Às 12h30, a autoridade monetária realizará leilão de R$ 5 bilhões em títulos públicos com compromisso de revenda de 9 meses. A preferência no momento será ofertar títulos mais curtos, dado que curva inclinada eleva custo de títulos mais longos.

Bolsas mundiais

Após a primeira sessão do semestre ter sido bastante negativa para as bolsas europeias, o dia é de alívio para os mercados do Velho Continente, mas ainda de olho na crise que se instalou no governo alemão. Após ameaça de renúncia do ministro do interior, o acordo da chanceler Angela Merkel para salvar seu governo, que prevê a expulsão de migrantes que entram na Alemanha, já começou a receber críticas, com o risco de provocar um efeito dominó no restante da Europa. 

Já na Ásia, as bolsas fecharam em alta, à medida que os mercados chineses se recuperaram de perdas da primeira metade do pregão, mas tensões comerciais continuaram inspirando cautela na região. As ações do setor financeiro,  lideraram os ganhos na China depois que o chefe do PBoC declarou ao jornal estatal China Securities Journal que a instituição está “monitorando de perto” as recentes oscilações no mercado cambial e irá manter o yuan amplamente estável, dentro do que ele descreveu como “nível razoável”.

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Às 9h14, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,40%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,47%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,53%

*DAX (Alemanha) +1,38%

*CAC-40 (França) +1,02%

*FTSE MIB (Itália) +1,73%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,41% (fechado)

*Xangai (China) +0,39% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,12% (fechado)

*Petróleo WTI +1,24%, a US$ 74,86 o barril

*Petróleo brent +0,98%, a US$ 78,06 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,43%, a 463 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin +4,88%, R$ 25.800 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Notícias do dia

As disputas por alianças para a eleição de 2018 seguem dando o tom do noticiário. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, dirigentes do PT admitem dificuldades em fechar uma aliança nacional com o PSB, mas ainda tentam conter a ala que quer colocar a campanha de Marília Arraes (PT-PE) para rivalizar com a do governador Paulo Câmara (PSB-PE), o que pode aumentar a animosidade entre os partidos. Enquanto isso, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, programa novo aceno ao PSB, enquanto o DEM se divide entre Ciro e Geraldo Alckmin. 

Neste sentido, informa o jornal O Globo, uma reunião na próxima quinta-feira com líderes de PP, DEM, PRB, Solidariedade, PSC e PR deve definir o destino que os partidos vão seguir na eleição presidencial. Apesar de o discurso oficial de sustentar que o bloco vai caminhar junto, a união está perto de terminar. Há divergências sobre qual pré-candidato receberá apoio — Ciro, Alckmin (PSDB) ou Alvaro Dias (Podemos) —, o que deve ser determinante para o rompimento. O PR, mais descolado, está próximo de Jair Bolsonaro (PSL).

Atenção ainda para o noticiário sobre a Lava Jato. Segundo Monica Bergamo, da Folha, o processo em que Lula é investigado por reformas no sítio de Atibaia realizadas por empreiteiras pode ser finalizado pelo juiz Sergio Moro em outubro, na reta final das eleições presidenciais.

Noticiário corporativo

A Petrobras sofreu um revés da véspera, ao perder US$ 622 milhões em processo de arbitragem no exterior. De acordo com a companhia, o tribunal deu ganho à Vantage Deepwater Company e a Vantage Deepwater Drilling, Inc., subsidiárias integrais da Vantage. Já a Suzano exerceu sua opção de compra de cerca de 20 mil hectares de áreas rurais e 5,6 mi m³ de florestas da Duratex por R$ 749,4 milhões, ajustado nos termos do contrato. 

Enquanto isso, a indústria de plástico quer que o governo brasileiro fique de olho na potencial venda da Braskem para a holandesa LyondellBasell, informou o Valor Econômico. Caso o negócio realmente ocorra, será criada a maior produtora de resinas termoplásticas do mundo, mas o que preocupa os executivos é o fato de uma companhia estrangeira estar assumindo a única fornecedora nacional de polietileno e de polipropileno. No radar de recomendações, Randon e Fras-le tiveram a cobertura reiniciada com recomendação neutra pela Eleven Financial. 

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura