Ibovespa salta 3% na semana, mas fecha mês com queda de 5%; dólar sobe para R$ 3,87

Índice tem mais um dia de ganhos expressivos, superando o desempenho da bolsa norte-americana, que perdeu força na reta final do pregão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a subir nesta sexta-feira (29), seguindo o bom humor do mercado internacional no último pregão do mês, com as bolsas dos EUA fechando com alta de quase 1%. O dólar, por sua vez, teve alta seguindo o desempenho de pares emergentes, estressada ainda pelo noticiário político.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 1,39%, aos 72.762 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 9,994 bilhões, saltando 3,00% no acumulado semanal. Com esse desempenho, o índice encerra o mês com queda de 5,20% e o semestre perdendo 4,76%. O dólar, por sua vez, subiu 0,56% hoje, cotado a R$ 3,8773 na venda. Em junho e no acumulado de seis meses, a moeda norte-americana subiu 3,72% e 16,94%, respectivamente.

Gilmar Mendes foi escolhido o relator da ação do PC do B que pede a revogação da autorização para a prisão a partir de condenação em segunda instância. Uma vez aceita, a liminar colocaria em liberdade, até o julgamento em plenário, os réus que estão presos por conta de condenações em segundo grau, como no caso do ex-presidente. Gilmar Mendes indicou que não irá decidir imediatamente sobre o assunto, mas, por conta do seu histórico de decisão, essa expectativa estressou o dólar.

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Se por um lado a notícia pode ser considerada positiva para Lula, a escolha do ministro Alexandre de Moraes como relator do pedido de liberdade contra a decisão de Edson Fachin, que levou sua ação ao plenário da Corte do Supremo, ao invés para a Segunda Turma, foi um verdadeiro balde de água fria. Isso porque, Moraes é favorável à prisão em segunda instância e deve decidir contra Lula.

De olho nas estatais

Segundo informações do jornal O Globo, a liminar do ministro Ricardo Lewandowski sobre privatizações afetou a Eletrobras, mas teria foco na parceria entre Embraer-Boeing. Também atingida, a elétrica disse que adotará medidas necessárias para venda da Ceal, que foi barrada por decisão do ministro do Supremo. Se não puder vender distribuidoras da Eletrobras, o governo teme ter de liquidar empresas, destaca a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. 

Enquanto isso, o Bradesco BBI aponta que o leilão de cessão onerosa este ano pode ser inviabilizado depois que o Tribunal de Contas da União mudou a regra sobre as vendas de ativos estatais. No momento, não se sabe se os termos do TCU poderiam ser negociados. Apesar da notícia potencialmente negativa, as ações da Petrobras acompanham o otimismo do mercado e sobem 2%.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LAME4 LOJAS AMERICPN 16,67 +4,78 -1,77 79,51M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 7,40 +4,52 -37,50 82,78M
 JBSS3 JBS ON 9,30 +4,26 -4,69 64,07M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 14,10 +4,06 +8,71 103,16M
 SMLS3 SMILES ON 52,00 +4,00 -28,01 47,49M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 13,55 -3,01 -40,31 44,94M
 GOLL4 GOL PN N2 10,42 -2,16 -28,63 35,08M
 NATU3 NATURA ON 30,27 -1,91 -7,55 59,22M
 EMBR3 EMBRAER ON EJ 24,20 -1,79 +21,59 74,00M
 EQTL3 EQUATORIAL ON 56,78 -1,76 -12,00 93,24M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 17,19 +3,55 1,28B 1,42B 54.058 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 40,34 +1,74 643,29M 684,62M 46.276 
 VALE3 VALE ON 49,59 +1,06 603,55M 998,83M 21.453 
 BBAS3 BRASIL ON 28,65 +1,78 390,23M 412,62M 32.067 
 BBDC4 BRADESCO PN 26,78 +1,40 288,06M 451,91M 27.317 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,98 -0,17 239,17M 344,00M 24.522 
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 127,99 +3,59 222,35M 312,12M 6.565 
 B3SA3 B3 ON EJ 20,45 -0,34 199,49M 318,00M 31.627 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 19,42 +2,70 185,11M 332,58M 14.108 
 ITSA4 ITAUSA PN 9,18 +1,55 183,55M 264,69M 28.133 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Agenda de indicadores
A agenda de indicadores é movimentada no Brasil e nos EUA. Divulgada pela manhã, a taxa de desemprego de maio ficou em 12,7%, ligeiramente acima da projeção de 12,6% do mercado. Durante a tarde, teremos o resultado primário do setor público de maio, que deve mostrar déficit de R$ 12,4 bilhões, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após superávit de R$ 2,9 bilhões no mês anterior. Por fim, às 22h00, a China revelará os dados do PMI de manufatura de junho. 

Nos EUA, o PCE (Personal Consumption Expenditures), indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed, avançou 0,2% na passagem de abril para maio, em linha com o esperado pelo mercado. Os dados de renda pessoais do mesmo mês também ficou conforme as projeções dos analistas, com crescimento de 0,4%, enquanto os gastos decepcionaram com alta de 0,2%, enquanto era esperado avanço de 0,4%.

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Notícias do dia

Os pedidos de liberdade de Lula seguem sendo o foco do noticiário dos jornais, após o ministro do STF Edson Fachin mandar o pedido ao plenário. Segundo o jornal, Cármen Lúcia decidirá sobre data do julgamento; hoje é última sessão do STF antes do recesso de julho; até a noite desta quinta, jornal diz que não havia ainda uma decisão. Ainda segundo o Estado, o envio ao plenário teria sido uma manobra de Fachin para evitar nova derrota na 2ª turma.

As movimentações para a corrida eleitoral também movimentam o cenário. Segundo o jornal Correio Braziliense, dirigentes do PSB dão como certo o apoio à candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT). Em conversa ocorrida ontem, governadores pressionaram o partido a unir forças com o pedetista e evitar a “carreira solo” nas eleições de outubro, aponta o jornal. À publicação, a assessoria de imprensa do PSB disse que “nenhuma decisão será efetivamente tomada sem que haja reunião da Executiva Nacional”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.