Os 2 fatores que fazem os juros caírem forte e o dólar corrigir após “susto” da véspera

Com a menor aversão ao risco, Ibovespa sobe cerca de 2%, em movimento liderado pelos bancos

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – Depois de subir 2,08% no pregão passado e atingir a faixa de R$ 3,88, o dólar devolve parte dos ganhos nesta quinta-feira (28) e recuava 0,60%, aos R$ 3,85 na venda, movimento de correção também visto no mercado de juros futuros, desempenhos que podem ser explicados por 2 fatores: i) decepção com o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA; ii) pesquisa CNI/Ibope indicando pouca chance de candidato da esquerda no segundo turno.

Começando pela economia norte-americana, a terceira e última prévia referente ao primeiro trimestre deste ano apontou crescimento de 2% do PIB dos EUA, enquanto as projeções apontavam para um avanço de 2,2% na comparação com o quatro trimestre do ano passado. Os gastos dos consumidores, um dos principais componentes do PIB, cresceram 0,9% no primeiro trimestre, ligeiramente abaixo do avanço de 1% projetado pelo mercado. Com a revisão para baixo do PIB, o Fed deverá manter o ritmo gradual de aumento de juros.

Além do resultado do PIB, a pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta manhã, com Bolsonaro e Marina na liderança da corrida presidencial no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também favorece o clima de menor aversão ao risco no mercado doméstico, já que indica pouca chance de candidato de esquerda ir para o segundo turno, assim aponta o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo o levantamento, Bolsonaro tem 17% das intenções de voto, ao passo que Marina aparece com 13%, em um empate técnico no limite da margem máxima de erro, de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 6%. O tucano está tecnicamente empatado com Álvaro Dias (Podemos), que tem 3%, e o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), ambos com 2% das intenções de voto. Brancos, nulos e indecisos somam 41%.

Diante esses fatores, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 recuavam 12 pontos-base, aos 6,84% e 9,34%, respectivamente, digerindo também o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), que reforçou o viés de manutenção da Selic indicado pela última ata do Copom. O BC manteve a projeção de inflação em 4,2% para este ano e de 3,9% no ano que vem, enquanto o PIB foi reduzido de um crescimento de 2,6% para 1,6%, como já sinalizado pelo BC. De acordo com o Barclays, o documento reforçou o viés de manutenção da Selic este ano, como apontado na ata do Copom.

Ibovespa sobe com menor risco

Com as variáveis de risco (dólar e juros futuros) em queda, o Ibovespa ganha força e sobe 1,76%, aos 71.850 pontos, em movimento liderado pelas as ações dos bancos, junto com os papéis da Petrobras, que seguem repercutindo a notícia que a cessão onerosa pode render US$ 28 bilhões para a estatal.

Continua depois da publicidade

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GOLL4 GOL PN N2 10,68 +4,91 -26,85 37,52M
 BBAS3 BRASIL ON 27,75 +4,24 -11,26 183,83M
 NATU3 NATURA ON 30,57 +3,28 -6,63 22,85M
 QUAL3 QUALICORP ON 18,54 +3,17 -38,01 23,04M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 39,77 +3,08 -4,35 242,34M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 8,88 -2,74 -8,99 30,56M
 RADL3 RAIADROGASILON EJ 64,70 -1,75 -29,22 45,13M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 7,03 -1,54 -40,62 14,64M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 19,48 -1,07 +12,48 21,69M
 BRFS3 BRF SA ON 17,98 -1,05 -50,87 61,22M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Notícias do dia
As alianças eleitorais ganham destaque no noticiário dos jornais. Segundo o Estadão,  após sondar o PPS, a Rede procurou o PROS para fechar uma aliança em torno da candidatura de Marina Silva à Presidência. Ela está em busca de um vice de perfil mais político, para tentar aumentar o tempo de propaganda no rádio e na TV e o acesso a recursos do fundo eleitoral para a campanha das eleições 2018.

Já o DEM faz hoje (28) o anúncio da pré-candidatura do apresentador de TV José Luiz Datena ao Senado na coligação do ex-prefeito da capital João Doria (PSDB) ao governo do Estado. A candidatura de Datena mostra a busca de parte do eleitorado brasileiro por nomes que venham de fora do sistema político, os chamados outsiders. A candidatura também pode fortalecer a sigla e aumentar a projeção nacional do DEM. 

Clear oferece a menor corretagem do Brasil; Clique aqui e abra sua conta