Ibovespa Futuro cai 1% com exterior e digerindo Copom; IPCA-15 sobe 1,11% em junho

Índice de preços marcou inflação de 1,11% na passagem de maio para junho, enquanto mercado esperava alta de 1%

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto recuavam 0,82%, aos 72.360 pontos, às 9h16 (horário de Brasília) desta quinta-feira (20), acompanhando a correção das bolsas no exterior e com os investidores digerindo o resultado do Copom (Comitê de Política Monetária), assim como ao IPCA – 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).

O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,14% para 1,11% na passagem de maio para junho, ficando acima das projeções de avanço de 1%. Em comparação ao visto em junho de 2017, o índice passou de 2,70% para 3,68%, superando a expectativa de avanço de 3,56%. A forte aceleração teve impacto direto da greve dos caminhoneiros, que gerou uma crise no abastecimento em todo o País.

Além do resultado da inflação, os investidores digerem a decisão do Copom. Após surpreender em maio ao manter os juros, o Comitê desta vez correspondeu ao esperado e deixou a Selic em 6,5% ao ano. No comunicado da decisão, o Banco Central abriu a porta a possível alta ao abandonar o sinal mais reforçado de juro estável; para economistas, o BC adotou tom neutro no comunicado e evitou se comprometer com próximos passos, o que pode levar a uma resposta moderada dos ativos financeiros nesta quinta-feira.

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“O Banco Central tomou a decisão correta. Não vemos por ora necessidade de uma alta da Selic ainda este ano e, a depender da reputação do próximo time no BC, não seria necessário uma alta já no início de 2019. As incertezas, no entanto, recomendam cautela, sendo que o discurso do BC não fechou as portas para altas”, destacou a XP Investimentos em nota para clientes – veja a análise completa clicando aqui

Com a manutenção da Selic, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 corrigem a expectativa de aumento precificada na curva e recuavam 3 pontos, aos 7,01%, enquanto os contratos em janeiro de 2021 subiam de 16 pontos, aos 9,81%, com o Comitê deixando a porta aberta para novas altas. Enquanto isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em julho subiam 0,29%, aos R$ 3,785.

Bolsas mundiais

Após um alívio na sessão passada, os principais mercados mundiais voltam a ficar pressionados com investidores atentos a novos capítulos das desavenças comerciais entre EUA e China. O gigante asiático acusou os EUA de “abuso” comercial e reiterou a intenção de retaliar medidas do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto a Índia se soma à União Europeia na taxação de produtos americanos.

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A rixa comercial entre EUA e China continua sendo fonte de incertezas. O porta-voz do Ministério de Comércio chinês, Gao Feng, afirmou hoje que Pequim está confiante de que conseguirá defender seus interesses nas disputas comerciais com Washington. Gao também comentou que as tarifas propostas pela Casa Branca contra produtos chineses são “irracionais” e servem apenas para manchar a imagem dos EUA. No Japão, por outro lado, o Nikkei ampliou ganhos da véspera com um avanço de 0,61% à medida que o iene se manteve fraco em relação ao dólar.

O petróleo cai abaixo de US$ 65, em meio a informações de que a Arábia Saudita estão tentando convencer outros grandes produtores de petróleo a elevar sua oferta combinada em 500 mil barris por dia. Por um acordo que está em vigor desde o início de 2017, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – que a Arábia Saudita lidera informalmente – e outros dez produtores, incluindo a Rússia, têm procurado reduzir sua oferta combinada em 1,8 milhão de barris por dia.

Às 9h16, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,10%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,26%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,03%

*DAX (Alemanha) -0,92%

*CAC-40 (França) -0,49%

*FTSE (Reino Unido) -0,77%

*FTSE MIB (Itália) -1,22%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,35% (fechado)

*Xangai (China) -1,38% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,61% (fechado)

*Petróleo WTI -1,35%, a US$ 64,82 o barril

*Petróleo brent -1,65%, a US$ 73,51 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,22%, a 453 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin +1,27%, R$ 26.081 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Papo com gestor na IMTV

Na IMTV, o programa Papo com Gestor desta quinta-feira recebe Felipe Guerra, CIO da Legacy Capital, mais uma gestora que já nasce gigante com o peso da experiência de seus fundadores. Dois colegas de Guerra da época do Santander estão no negócio: Pedro Jobim e Gustavo Pessoa. O programa começa a partir das 11h30. Confira a grade completa clicando aqui. 

Notícias do dia

Os jornais se voltam mais uma vez para a disputa dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) pelo chamado partidos do Centrão. Em comum, ambos participaram de encontros com representantes do DEM, que jantaram com Ciro na noite de terça e tomaram café com Alckmin na manhã seguinte, destaca o Estadão. O tucano se encontrou também com dirigentes do PTB e do PRB, enquanto o pedetista se reuniu com líderes do PP, Solidariedade e PRB. 

O bloco formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB vai marcar uma conversa com Alckmin para o início de julho. O grupo pretende anunciar quem apoiará, em conjunto, para a Presidência até o próximo dia 15. Ao jornal O Globo, Rodrigo Maia (DEM-RJ) destacou que seu partido está mais perto do tucano, enquanto a coluna Painel, da Folha, aponta que Gomes fez gestos enfáticos durante jantar com o DEM e o PP.

Já no âmbito da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro marcou para o dia 11 de setembro o terceiro interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, o petista vai falar em ação penal que responde por supostas propinas de R$ 1 milhão referentes às reformas do sítio em Atibaia.

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta manhã a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Entre os alvos está Laurence Casagrande Lourenço, atualmente presidente da Cesp (CESP6) e que foi ex-diretor presidente da Dersa, responsável pelas rodovias do Estado de São Paulo, no período qual foram apuradas as irregularidades.

Noticiário corporativo

A Petrobras é mais uma vez o destaque no radar corporativo, após a Câmara aprovar Projeto de Lei para venda direitos da estatal na cessão onerosa. Os deputados devem analisar agora os destaques ao projeto; o Projeto de Lei 8939/17 permite à Petrobras transferir até 70% de seu direito de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na área de cessão onerosa. Já o Globo destaca que o TST julga ação nesta quinta-feira que pode gerar despesa de R$ 17 bilhões para a estatal. Caso a corte decida em favor dos petroleiros, a ação trabalhista pode resultar em um aumento salarial de até 35% para os funcionários da estatal.

O Valor informa, por sua vez, que a BRF negociou a venda em bloco de parte da fatia na Minerva; o mandato não foi fechado e a operação poderia ocorrer na próxima semana. No radar de recomendações, a ação do Pão de Açúcar foi elevada a ’compra’ pelo Goldman Sachs, com preço-alvo de R$ 91, enquanto a Klabin foi elevada a ‘overweight’ pelo Morgan Stanley, com preço-alvo de R$ 25.

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura