Ibovespa Futuro sobe após amargar queda de 5 mil pontos na última semana; dólar recua com BC

Moeda segue com processo de ajuste após intervenções da autoridade monetária

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto subiam 0,63%, aos 73.250 pontos, às 9h33 (horário de Brasília) desta segunda-feira (11), se recuperando depois da queda de 4.900 pontos na última semana, com os investidores digerindo a última pesquisa Datafolha e de olho nos eventos da semana. Enquanto isso, dólar devolveu toda alta com o BC entrando no mercado, enquanto os DIs seguem com processo de ajuste.

A pesquisa Datafolha divulgada no último domingo (10) reiterou a liderança de Jair Bolsonaro (PSL) em cenários sem Lula, mas apenas em primeiro turno, apontando para um quadro indefinido e não confirmando as tendências apontadas em outras sondagens e que preocuparam o mercado, como favoritismo de Ciro Gomes (PDT) para ir ao 2º turno contra Bolsonaro e crescimento de Fernando Haddad (PT).

A pesquisa apontou Bolsonaro liderando com 19% as intenções de voto no primeiro turno em cenários sem o ex-presidente, ante 17% em abril, seguido por Marina Silva (Rede) com 14% a 15%. Ciro aparece atrás de Marina na pesquisa, Fernando Haddad também não repetiu desempenho promissor de sondagens anteriores, enquanto Geraldo Alckmin segue estagnado com 7%.

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Nas simulações para o segundo turno, nos cenário sem Lula, Bolsonaro aparece empatado tecnicamente com Ciro (34% contra 34%) e Geraldo Alckmin (33% cada), ao passo que perderia de Marina Silva (32% contra 42%). Conforme o levantamento, o deputado venceria somente Haddad (36% a 27%).

Dólar e juros futuros

Para conter a forte valorização do dólar neste começo de mês, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, anunciou na última quinta-feira (7) uma forte intervenção no mercado, sendo que até o final deste semana serão realizados leilões adicionais de contrato de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, no valor total de US$ 20 bilhões. O presidente do BC não descartou adotar outras medidas de intervenção no câmbio, como o uso das reservas internacionais de US$ 380 bilhões do país para injetar dólar no mercado, ou a venda dos chamados contratos de linha.

Para esta segunda-feira, o BC ofertará até 8.800 contratos de swap para rolagem e anunciou agora pela manhã que irá realizar um leilão adicional de 50.000 contratos, em linha com o feito na última sexta-feira e que fez o dólar despencar 5,1%. Com a intervenção adicional, os contratos de dólar futuro negociados com vencimento em julho reverteram a alta e recuavam 0,20%, aos R$ 3,710.

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Do outro lado, os juros futuros seguem com o processo de ajuste, com os DIs com vencimento em janeiro de 2019 marcando queda de 9 pontos-base, aos 7,16%, ao passo que os contratos de janeiro de 2021 recuavam 6 pontos, aos 9,47%. Para conter a disparada dos contratos, o Tesouro fez exatamente o que o mercado estava “pedindo” e oferecendo liquidez para os investidores que querem zerar suas posições. Serão realizados leilões diários de título nesta semana, sendo que na próxima sexta-feira será avaliada uma possível mudança de periodicidade.

Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com algumas delas se recuperando de perdas da sessão anterior, embora persistam tensões comerciais e a semana esteja repleta de eventos que podem influenciar os ativos financeiros. 

Continua no radar a questão do comércio mundial, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu apoio ao comunicado conjunto da reunião dos líderes dos sete países mais industrializados do mundo (o chamado G-7), que foi concluída neste fim de semana no Canadá, e também criticou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, por ter sido “desonesto” e “fraco” durante o encontro. O documento do G-7 enfatizava a importância do livre comércio, baseado em regras internacionais, para o crescimento econômico. 

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Recentemente, os EUA decidiram aplicar tarifas a importações de aço e alumínio do Canadá, do México e da União Europeia, depois de isentá-los da cobrança por um breve período. Segundo analistas, o fiasco de sua passagem pela cúpula do G-7 deverá levar Trump a se esforçar para garantir um resultado mais bem-sucedido no encontro histórico que terá nesta terça-feira (noite de segunda-feira, no Brasil) em Cingapura com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Na Europa, o dia é de ganhos para os mercados, de olho na reunião entre o americano e o norte-coreano. 

O petróleo cai cerca de 1%, mas segue perto dos US$ 65 o barril em meio às notícias de aumento na produção dos EUA e Rússia, enquanto o cobre e níquel cedem em Londres e o minério de ferro sobe na China. 

Às 9h33, este era o desempenho dos principais índices:

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*S&P 500 Futuro (EUA) -0,02%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,07%

*Nasdaq Futuro (EUA) 0%

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*DAX (Alemanha) +0,41%

*CAC-40 (França) +0,26%

*FTSE MIB (Itália) +2,17%

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*Hang Seng (Hong Kong) +0,34% (fechado)

*Xangai (China) -0,48% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,48% (fechado)

*Petróleo WTI -1,23%, a US$ 64,93 o barril

*Petróleo brent -1,07%, a US$ 75,64 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,64%, a 470 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin -4,45%, R$ 27.338 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda de indicadores da semana

Na agenda de indicadores, o principal indicador da semana sairá na sexta-feira (15): o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de abril, considerado a prévia mensal do PIB (Produto Interno Bruto). A GO Associados projeta alta de 1,2% ante o mês de março, resultado que deve mostrar um bom início de segundo trimestre, devolvendo o fraco dado de fevereiro e março. Mas, é importante destacar que ainda não haverá o impacto da greve dos caminhoneiros neste indicador.

O principal evento da agenda de indicadores será a reunião do Fomc, na quarta-feira (13) às 15h (horário de Brasília). A expectativa é que a taxa de juro seja elevada em 0,25 ponto percentual, indo para o intervalo entre 1,75% e 2,0% ao ano. Apesar da queda do desemprego, da retomada da atividade e da alta do petróleo, o cenário mais provável ainda é o cenário com três subidas da taxa de juros no ano, mas este será o principal ponto a ser analisado nesta reunião, que contará ainda com uma coletiva do presidente Jerome Powell e relatório de revisão de projeções. Uma mudança neste cenário pode levar o mercado a começar a precificar quatro altas de juros.

A semana nos EUA será bastante movimentada, com vários dados econômicos importante. Na terça-feira (12) serão publicados os dados de inflação e de núcleo de inflação. Segundo a GO Associados, os dados devem refletir o efeito da alta do petróleo, que deve levar a taxa de inflação norte-americana um pouco acima da meta do Fed.

Ainda entre os eventos externos, atenção especial ainda para o aguardado encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, que ocorrerá na terça-feira (12) em Cingapura. O principal tema deve ser o desarmamento nuclear do país asiático, mas se algo inesperado acontecer pode afetar bastante o humor dos investidores.

Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, o Estadão aponta que, apontada como uma das grandes prioridades do governo federal para este ano, a revisão do contrato que transferiu à Petrobras o direito de explorar, sem necessidade de licitação, 5 bilhões de barris em seis áreas do pré-sal da Bacia de Santos – a cessão onerosa – travou na questão de o pagamento de todas obrigações estar atrelado à moeda norte-americana. Segundo cálculos preliminares, somente no caso das dívidas tributárias da Petrobras com a União, a diferença em utilizar dólar ou real seria de R$ 6,5 bilhões. Já a Bloomberg informa, citando fontes, que a Vale fechou acordo de US$ 700 milhões para a venda de cobalto. A B3 confirmou a parceria com subsidiária da Bolsa de Xangai.

Já o ministro do TST negou a liminar contra a greve de trabalhadores da Eletrobras. Segundo o ministro, os trabalhadores têm assegurado direito à greve, mas terão que manter 75% do quadro de cada setor de cada uma das empresas do Sistema Eletrobras. 

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura