Petrobras afunda 17% e outras 20 ações caem mais de 15% em maio; apenas 10 papéis do Ibovespa sobem

Confira os destaques acionários do pregão desta quarta-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Maio terminou com o Ibovespa desabando 10,87%, em seu pior mês desde setembro de 2014. Das 67 ações que fazem parte do principal índice da bolsa, apenas 10 registraram ganhos no período, sendo que a maior alta foi de 4,97%, com a Suzano.

Já entre as perdas, apesar da forte queda dos últimos dias, a Petrobras conseguiu não ficar entre as piores ações de maio. Mesmo assim, os ativos ordinários da estatal caíram 9,75%, enquanto os preferenciais recuaram 17,21% com a derrocada da última semana por conta da greve dos caminhoneiros.

Entre as piores ações de maio, destaque para a Gol, que afundou 30,54% nestes trinta dias. Na sequência ficaram os papéis preferenciais da Eletrobras, a Sabesp e a Usiminas, que recuaram 26,54%, 25,63% e 24,31%, respectivamente. No total, 21 ações caíram mais de 15% em maio.

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Confira os destaques acionários do pregão desta quarta-feira (30):

Petrobras (PETR3; PETR4)
Depois de recuar mais de 6% e marcar mínima em R$ 18,13, as ações da empresa ganharam força após o Palácio do Planalto divulgar nota nesta manhã reiterando que o governo irá preservar a política de preços da Petrobras, em resposta as dúvidas deixadas pelo presidente Michel Temer após afirmar que irá reexaminar o mecanismo de ajuste utilizado pela estatal. As ações chegaram a virar para alta, mas não se sustentaram.

“As medidas anunciadas pelo governo para garantir a previsibilidade do preço do óleo diesel, que teve seu valor reduzido ao consumidor, preservaram, como continuaremos a preservar, a política de preços da Petrobras”, conforme nota publicada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

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As dúvidas do mercado sobre a autonomia da estatal ganharam força após Temer afirmar que vai reexaminar a política de preços da estatal: “a Petrobras se recuperou ao longo desses dois anos. Estava em uma situação economicamente desastrosa há muito tempo, mas nós não queremos alterar a política da Petrobras. Nós podemos reexaminá-la, mas com muito cuidado”, assim afirmou o presidente.

Além dos protestos dos caminhoneiros e seus desdobramentos políticos, agora a estatal também enfrenta uma greve dos próprios petroleiros, à revelia de decisão liminar proferida pelo TST. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) informou que a paralisação da categoria foi iniciada e atinge refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos. O movimento programou atos e manifestações ao longo do dia.

Pelo balanço da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX). A entidade informou que não houve troca dos turnos da 0h nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Segundo a federação, na Bacia de Campo os trabalhadores também aderiram à paralisação em diversas plataformas.

Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis. A paralisação dos petroleiros ocorre três dias depois de o presidente Michel Temer e equipe negociarem um acordo com os caminhoneiros. Por mais de uma semana, os caminhoneiros pararam o país, provocando desabastecimento nos postos de gasolina, supermercados e prejuízos à economia.

Na véspera, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, classificou como “política” a paralisação de 72h dos petroleiros. Para ele, o movimento não apresentou uma pauta reivindicatória. O executivo afirma, ainda, que houve um acordo, no ano passado, com vigência de 24 meses, incluindo reajuste salarial. O TST diz que o sindicato deve ser multado em R$ 500 mil por dia se não cumprir a sentença.

BR Distribuidora (BRDT3)
A companhia informou que nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste as operações em função dos protestos dos caminhoneiros e obstruções de vias já estão normalizadas, no entanto, em aeroportos secundários e nas regiões Sul e Sudeste, ainda há restrições à circulação que impedem o abastecimento pleno do mercado.

MSCI

O pregão desta quarta-feira marcou a realização dos ajustes das carteiras teóricas do MSCI (Morgan Stanley Capital International), anunciados há duas semanas. O MSCI Brazil Index, que reúne ações brasileiras e é seguido por fundos passivos pelo mundo, agora terá na carteira as ações de IRB Brasil (IRBR3), Magazine Luiza (MGLU3) e BR Distribuidora (BRDT3). Por outro lado, foram excluídos os papéis de Qualicorp (QUAL3) e Taesa (TAEE11).

A movimentação tende a contaminar o desempenho dos papéis das companhias neste pregão. Como diversos fundos passivos utilizam os índices MSCI como referência, ações que são incluídas geralmente respondem com valorização — e as excluídas em suma apresentam queda. Como precisam acompanhar o benchmark, elas têm de encarteirar ou se desfazer destes ativos para que a performance fique em linha com o movimento do índice.

Frigoríficos

A Aurora retomou atividade em plantas de aves e suínos, enquanto a JBS (JBSS3) diz que está gradualmente retomando operações. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) informou que suprimento de milho de produtores de frango está se normalizando. As companhias do setor estão entre as principais afetadas pela paralisação dos caminhoneiros por todo o país.

Eletropaulo (ELPL3)
O conselho de administração da companhia recomendou que os acionistas da empresa aceitem a oferta de aquisição feita pela italiana Enel em detrimento da oferta da Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola. Segundo o documento, o colegiado entende que, na perspectiva da decisão de desinvestimento de curto prazo, “o preço da oferta de maior valor disponível nesta data, ou seja, a proposta de aquisição de R$ 32,20 por ação apresentada pela Enel, justifica uma recomendação favorável à sua aceitação (e, consequentemente, contrária à aceitação da proposta de aquisição de valor inferior, ou seja, no momento, a proposta de R$ 32,10 por ação formulada pela Neoenergia)”.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) manteve leilão de OPA (Ofertas Públicas de Aquisição) da Eletropaulo para segunda-feira e deu por encerrado o prazo para outro grupo intervir na oferta.

Sabesp (SBSP3)
A empresa aprovou a contratação de um financiamento de US$ 300 milhões junto ao BID para despoluir o rio Tietê.

Santander (SANB11)
O conselho de administração do Santander nomeou Valdemir Moreira de Lima para a função de ouvidor.

SLC Agrícola (SLCE3)
A companhia fechou contrato de arrendamento de área de 26.133 hectares entre municípios dos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.

(com Bloomberg, Agência Estado e Agência Brasil)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.