Os 5 eventos que vão agitar esta semana na bolsa

Confira os destaques da agenda desta segunda-feira e dos próximos quatro dias no mercado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma semana de fortes perdas para o Ibovespa, em meio ao ambiente externo menos favorável, os investidores observam atentos aos detalhes da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que surpreendeu o mercado com a manutenção da Selic a 6,50% ao ano, além dos dados da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que pode dar indicações preciosas sobre o andamento da política monetária do Federal Reserve, em um momento em que o mercado começa a se preocupar com uma escalada mais célere nos juros norte-americanos. Nas principais bolsas mundiais, a semana começou levemente positiva.

Confira ao que se atentar na semana:

1. Bolsas mundiais

O novo arrefecimento nas preocupações com uma guerra comercial entre Estados Unidos e China traz uma injeção de ânimo aos mercados acionários globais nesta segunda-feira (21). Na Europa, os investidores acompanham atentos aos movimentos políticos na Itália. Há uma expectativa pelo fim da instabilidade no país, após um acordo entre o Movimento 5 Estrelas a Liga, os dois partidos mais votados nas últimas eleições, o que abre espaço para a formação de coalizão até o fim do mês. O efeito colateral deste movimento, contudo, pode ser um choque maior com a União Europeia. Na Ásia, o ambiente menos belicoso quanto aos atritos comerciais entre norte-americanos e chineses produz efeitos positivos ao mercado.

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Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,58%

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*Dow Jones Futuro (EUA) +0,93%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,67%

*DAX (Alemanha) -0,28%

*FTSE (Reino Unido) +0,78%

*CAC-40 (França) +0,68%

*FTSE MIB (Itália) -0,36%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,60% (fechado)

*Xangai (China) +0,66% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,31% (fechado)

*Petróleo WTI +0,25%, a US$ 71,46 o barril

*Petróleo brent +0,08%, a US$ 78,77 o barril

*Bitcoin US$ 8.471,00
R$ 31.670 +1,44% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda doméstica da semana

Após uma semana caótica no mercado, em meio aos efeitos da alta dos Treasuries e do dólar, os investidores se atentam nesta semana às sinalizações do Banco Central, passada a surpreendente decisão do Copom de manter a Selic em 6,50% ao ano. Na terça-feira, a autoridade monetária divulga a ata com os detalhes da última reunião. A expectativa é elevada, pois o comitê deve explicitar de forma mais clara a mudança em seu comportamento, que a princípio deu maior peso para o seu balanço de riscos, que se deteriorou recentemente com a disparada do dólar, em vez dos dados correntes de inflação (controlada abaixo da meta) e atividade (morna).

No dia seguinte, o IBGE divulga o IPCA-15 referente ao mês de maio. A GO Associados projeta alta de 0,30%, mantendo o acumulado em 12 meses abaixo do piso da meta de 3,0%, em 2,87%. Segundo os economistas, a prévia da inflação mostrará algumas pressões pontuais, que não alteram o cenário inflacionário benigno.

Por fim, um ponto bastante importante na agenda econômica será a discussão entre a União e Petrobras sobre a cessão onerosa, que acabou não sendo definido no prazo estabelecido, que se encerrou na quinta-feira (17) e ficou para os próximos dias. A Petrobras explora desde 2010 algumas áreas do pré-sal, sem ter realizado leilão na época, mas tendo pago a quantia de R$ 74,8 bilhões ao Tesouro, quantia considerada excessiva pela empresa nos dias atuais. O acordo é necessário para que a União possa realizar novos leilões das áreas, que podem render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos.

3. Agenda externa da semana

Nos Estados Unidos, enquanto o mundo todo fica atento ao dólar, que tem disparado contra praticamente todas as moedas globais, esta semana pode dar mais indícios sobre o andamento da alta de juros no país. Na quarta-feira (23) será divulgada a ata da última reunião do Fomc, realizada nos dias 1 e 2 de maio, que deve ajudar a indicar qual o cenário mais provável para o ano, 3 ou 4 altas de juros.

A atividade crescendo em um ritmo consistente, aliado a baixa taxa de desemprego e pressões de custo, em especial o aumento do preço do barril do petróleo, tem levado o mercado a aumentar a probabilidade de altas dos juros nos EUA este ano. Esta semana, pela primeira vez no ano, o mercado precificou como mais provável 4 altas de juros em vez de 3. Além disso, serão divulgados os dados da sondagem da indústria e dos serviços (PMI), todos na quarta.

Na Europa, os olhares devem continuar atentos ao desdobramento do novo governo italiano, formado pela coalização entre o Movimento 5 Estrelas e o Liga, que propõe uma pauta populista de redução de impostos e aumento dos gastos para estimular a economia italiana e a redução da dívida pública, o que tem gerado tensão na região.

Na agenda de indicadores, a sondagem PMI de atividade será publicada na quarta-feria. “Num contexto no qual a recuperação frustrou no primeiro trimestre do ano, a expectativa é que os índices PMI mantenham a tendência baixista, entretanto permanecendo próximo aos 50 pontos que representa estabilidade na atividade econômica”, afirmam os analistas da GO Associados.

Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

4. Destaques da política

Na política, as movimentações de bastidores em torno da corrida presidencial devem seguir atraindo as atenções do mercado, embora não seja esperada nenhuma formalização de alianças partidárias neste momento. Também vale atenção a palestra do pré-candidato tucano à presidência Geraldo Alckmin no Ibmec/SP, nesta segunda-feira (21), às 11h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pela IMTV. O ex-governador paulista inaugura um ciclo de eventos com os presidenciáveis realizado pela instituição de ensino e com transmissão exclusiva pelo InfoMoney.

O noticiário para Geraldo Alckmin não anda favorável. Além de não crescer nas pesquisas, o tucano enfrenta um cerco do Judiciário. Após as movimentações do inquérito que investiga suposto pagamento de mais de R$ 10 milhões em propina envolvendo as obras do Rodoanel, em São Paulo, relatos feitos por integrantes da CCR ao Ministério Público de São Paulo dão conta que o ex-governador recebeu cerca de R$ 5 milhões da empresa para o caixa de sua campanha em 2010. O dinheiro teria sido entregue ao cunhado de Alckmin, o empresário Adhemar Ribeiro. Por ser concessionária de serviços públicos, antes mesmo da proibição do financiamento empresarial de campanhas, a CCR já não podia fazer doações eleitorais.

Também vale destacar a corrida dos pré-candidatos a doações de pessoas físicas via crowdfunding. Com recursos mais escassos para campanha, em meio à proibição do financiamento empresarial e mesmo com a engorda dos recursos públicos aos partidos, a disputa por doações nesta modalidade deve ser uma das principais novidades desta eleição. O período para arrecadação através de “vaquinhas virtuais” começou no último dia 15 de maio. Segundo reportagem do jornal O Globo, entre os presidenciáveis, João Amoêdo é o líder nesta modalidade. O pré-candidato do Partido Novo já levantou R$ 80,3 mil de 607 doadores, seguido por Manuela D’Ávila (PCdoB), com R$ 34,6 mil. O limite de doação para pessoa física é de R$ 1.064,10 e o valor não pode ultrapassar 10% da renda bruta registrada no imposto de renda.

Em meio a um racha na estrutura petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está escrevendo, da prisão, em Curitiba (PR), um manifesto que será apresentado pelo partido nos atos de lançamento de sua candidatura ao planalto. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, o petista deve aproveitar trechos da nova Carta ao Povo Brasileiro que discutia com aliados antes de ser preso no âmbito da operação Lava Jato. Nos últimos dias, o partido teria sondado o histórico aliado PCdoB sobre a possibilidade de desistência de Manuela D’Ávila da corrida presidencial.

5. Noticiário corporativo

No radar das empresas, a Petrobras trabalha em uma nova captação no exterior, por meio de emissão de bônus. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a ideia é colocar a operação no mercado até junho, para aproveitar o período com maior chance de custo menor. A JBS teve seu rating elevado de B3 para B1 pela Moody’s. A Taesa submeteu à Anbima pedido de análise prévia para registro para emissão de R$ 400 milhões em debêntures. Já a Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais manifestou interesse em vender 1,437 milhão de ações ordinárias da Copasa, em uma redução de participação de 51,17% para 50,04%.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.