Ações vão de alta de 4% a queda de 6% após balanços; Hypera cai 4%; veja mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (26) 

Lara Rizério

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ERRATA: ao contrário do informado anteriormente, o mercado reagiu mal aos números apresentados com relação ao novo programa DIS da Estácio e não em relação ao programa de parcelamento

Estácio (ESTC3)

As ações da Estácio passaram de alta de 4% para queda de 6% com o mercado lendo os números da companhia, que causaram muita confusão entre analistas. 

A empresa de educação teve lucro líquido de R$ 197,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 62% na base de comparação anual, com maior receita operacional e queda nos custos dos serviços prestados. O Ebitda foi de R$ 330,1 milhões, 53,7% acima do registrado no mesmo período de 2017, enquanto a margem Ebitda subiu 9,1 pontos percentuais, para 35,3%. 

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A receita líquida operacional teve alta de 14,2% na comparação anual, enquanto os custos com serviços prestados caíram 8,5%.

De acordo com um gestor que acompanha de perto a empresa, apesar do bom resultado, foram registrados diversos não-recorrentes e na teleconferência os diretores não esclareceram de forma satisfatória o resultado recorrente. Segundo ele, a questão foi como a empresa reconheceu as receitas advindas do DIS, programa de descontos nas primeiras mensalidades a R$ 49 para pagamento diluído nas próximas mensalidades, com a companhia fazendo um provisionamento de 15%, enquanto analistas e investidores esperam que haja uma evasão maior. 

Vale (VALE3)

Em um dia de leve queda do minério, as ações da Vale oscilam entre leves ganhos e baixas ao longo de boa parte do pregão, mas fecharam com alta superior a 1%, com os investidores também digerindo balanço divulgado pela companhia na noite da véspera. A mineradora registrou lucro líquido de US$ 1,59 bilhão entre janeiro e março, o que corresponde a uma queda de 36% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, quando atingiu a marca de US$ 2,49 bilhões. O lucro líquido atribuível a sócios foi de US$ 1,59 bilhões, contra US$ 2,49 bilhões na mesma base de comparação.

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Já a receita operacional líquida da companhia ficou em US$ 8,603 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a uma alta de 1,03% em relação aos US$ 8,515 bilhões registrados no mesmo período em 2017. O resultado veio levemente abaixo da mediana das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, de US$ 8,72 bilhões.

O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em US$ 3,971 bilhões — uma queda de 7,82% ante os US$ 4,308 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.

Em comentário que acompanhou o balanço, o CEO (Chief Executive Officer) da Vale, Fabio Schvartsman manifestou satisfação com o resultado. “A Vale mostrou notável flexibilidade e uma ótima performance durante um primeiro trimestre muito complexo, o que foi fundamental para alcançarmos o mesmo Ebitda do 4T17, apesar do desafio de volumes sazonalmente menores”, afirmou.

O executivo também declarou estar comprometido em ampliar a previsibilidade da companhia para o mercado, o que, segundo ele, só será possível “com uma política de alocação de capital rigorosa, um foco constante em desempenho e esforços contínuos de otimização de custos”.

A dívida líquida da mineradora continuou em trajetória de queda ao encerrar o primeiro trimestre em US$ 14,901 bilhões, contra US$ 18,143 bilhões registrados no quarto trimestre do ano passado e US$ 22,777 bilhões entre janeiro e março de 2017. 

A Vale também informou que, com base na nova política de remuneração aos acionistas, aprovada em março deste ano, o resultado recém-divulgado indica uma distribuição mínima de US$ 1,033 bilhão, que será acrescida de 30% do valor resultante do cálculo de Ebitda ajustado descontados os investimentos correntes do segundo trimestre, para pagamento em setembro de 2018.

O Itaú BBA destacou visão neutra sobre o balanço `em linha’ da Vale, apontando que os preços mais fortes de minério de ferro e prêmios de pelotas compensam os embarques menores da mineradora.  Os analistas avaliam que a empresa está no caminho para atingir sua meta de dívida líquida de US$ 10 bilhões no segundo semestre, com maiores volumes de minério de ferro e maior contribuição de outros negócios, respaldados pelo controle do capex”, dizem os analistas do Itaú BBA no relatório. O Itaú BBA tem recomendação outperform para Vale, com preço-alvo de 2018 em US$ 16,5 o ADR e mantendo-a como “top pick” no universo de cobertura.

Já o Bradesco BBI destacou ver a Vale com espaço para dividendos maiores em 2018. Assumindo um Ebitda em torno de US$ 4 bilhões no segundo trimestre e a manutenção do capex em US$ 1,2 bilhão no primeiro semestre, o banco calcula dividendos mínimos de US$ 2 bihões a serem pagos em setembro de 2018, além dos US$ 1,4 bilhão pagos em março, totalizando um dividendo mínimo de US$ 3,4 bilhões em 2018, ou um dividend yield de 5%. 

Bradesco (BBDC4

O Bradesco anunciou lucro líquido recorrente de R$ 5,102 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 9,8% maior que a registrada no mesmo intervalo de 2017, de R$ 4,648 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando o montante chegou a R$ 4,862 bilhões, foi identificada expansão de 4,9%.

O desempenho do primeiro trimestre, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, resultou da “boa performance” das receitas de prestação de serviços e ainda das despesas operacionais, que incluem gastos com pessoal e também administrativos.

“Além disso, ocorreram importantes reduções nas despesas com PDD (provisões – expandida), conforme é evidenciado pela melhora dos principais indicadores de qualidade da carteira”, acrescenta o Bradesco, no documento.

A carteira de crédito expandida do Bradesco fechou março com saldo de R$ 486,645 bilhões, redução de 1,3% em relação a dezembro, quando estava em R$ 492,931 bilhões. Na comparação com um ano, de R$ 502,714 bilhões, a queda foi ainda maior, de 3,2%.

A redução dos empréstimos ocorreu, principalmente, por conta do desempenho da pessoa jurídica. A carteira de crédito do banco voltada a empresas somou R$ 308,831 bilhões no primeiro trimestre, com redução de 2,7% ante os três meses anteriores e 6,7% ante idêntico intervalo do ano passado. Já o saldo da pessoa física alcançou R$ 177,814 bilhões, com aumentos de 1,3% e 3,5%, respectivamente.

O Bradesco fechou março com R$ 1,304 trilhão em ativos totais, cifra 0,7% maior em um ano, de R$ 1,294 trilhão. Em relação ao fim de dezembro, quando estava em R$ 1,298 trilhão, foi vista alta de 0,4%.

O patrimônio líquido do banco alcançou R$ 113,776 bilhões de janeiro a março, aumento de 8,8% em um ano, de R$ 104,558 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, de R$ 110,457 bilhões, a expansão foi de 3,0%. Já o retorno sobre o patrimônio líquido da instituição alcançou 18,6% em março ante 18,0% em dezembro e 18,3% um ano atrás.

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De acordo com o Credit Suisse, o Bradesco entregou um resultado forte com um lucro pré-impostos cerca de 6,8% maior do que o do consenso e 1,6% acima das estimativas do banco, mas com o principal destaque positivo ficando para a qualidade do ativo, com melhora da inadimplência. 

Multiplan (MULT3)

A Multiplan, detentora de participação em 19 shopping centers, no País, apresentou lucro líquido de R$ 98,134 milhões no primeiro trimestre de 2018, montante 80,8% maior do que no mesmo período de 2017. A receita operacional líquida da Multiplan totalizou R$ 292,141 milhões, crescimento de 4,8%.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 232,612 milhões, avanço de 24,2% na mesma base de comparação. A margem Ebitda subiu 12,4 pontos porcentuais e atingiu 79,6%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) foi a R$ 146,912 milhões, expansão de 58,6%. A margem FFO cresceu 17,1 pontos porcentuais, para 50,3%. 

De acordo com o Credit Suisse, a Multiplan reportou bom resultado, com margem Ebitda vindo numa alta histórica de 80%, o que foi surpreendente dado que o primeiro trimestre tende a ser sazonalmente mais fraco. “Considerando que as perspectivas não mudaram significativamente, o valuation parece que agora esta precificando um aumento adicional nos juros de longo prazo, fazendo com que o risco-retorno esteja mais atrativo”, afirmam os analistas do banco. 

Ecorodovias (ECOR3)

A Ecorodovias teve aumento de 49,6% no lucro no primeiro trimestre, a R$ 149,65 milhões, apoiada no leve crescimento do tráfego nas rodovias administradas pela companhia, reajuste de tarifas de pedágio e menores despesas financeiras.

O lucro líquido contábil, que serve de referência para remuneração aos acionistas, somou R$ 149,65 milhões, aumento de 49,6% na comparação anual.

Já o Ebitda pro-forma teve alta de 10,7% na mesma base, para R$ 490,1 milhões. A margem Ebitda subiu 3,4 pontos percentuais, a 74,1%.

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo lucrou R$ 71 milhões no primeiro trimestre, 26% menos na comparação com um ano antes. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de R$ 407 milhões nos três meses encerrados em março, alta de 24,1% na base anual. O lucro líquido ficou abaixo do esperado por analistas. O resultado foi 30% menor do que a média das estimativas de cinco instituições financeiras e apontava para lucro líquido de R$ 102 milhões. O lucro foi afetado por um maior imposto pago no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Enquanto no ano passado a empresa havia registrado saldo positivo de R$ 11 milhões com imposto de renda, este ano o montante foi negativo em R$ 74 milhões. Já o Ebitda ajustado da varejista ficou em linha com as estimativas do mercado, reportando R$ 407 milhões, próximo dos R$ 405 milhões da média das projeções de analistas. 

OdontoPrev (ODPV3)

A Odontoprev teve lucro líquido de R$ 81,9 milhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 18,5% frente os R$ 68,9 milhões apurado no mesmo período de 2017. A receita operacional líquida subiu 5,4% para R$ 370,4 milhões, enquanto o Ebitda foi a R$ 115,4 milhões, alta de 20,8% na base anual.

Em termos ajustados (com gastos com provisões, reservas de sinistro, aquisições e os resultados da Brasildental), o Ebitda subiu 17,7%, para R$ 106,3 milhões. O resultado financeiro líquido da empresa ficou positivo em R$ 7,1 milhões entre janeiro e março deste ano, queda de 4,9% em relação ao primeiro trimestre de 2017. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado mostrou uma melhora, mas ainda a passos lentos e com o segmento individual sendo ainda uma preocupação. 

Klabin (KLBN11)

A Klabin informou lucro líquido de R$ 125 milhões no quarto trimestre de 2017, apontando declínio de 79% ante R$ 602 milhões informado em igual período do ano anterior. Com o resultado, porém, a empresa reverte o prejuízo de R$ 83 milhões informado no quarto trimestre de 2017, com destaque para o aumento de 4% nas vendas de celulose no comparativo anual.

De janeiro a março, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 760 milhões, indicando alta de 41% ante igual intervalo de 2017 e queda de 11% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

No período, a margem Ebitda ajustada foi de 37% em dezembro de 2017 para 35% em março de 2018. Em março do ano passado, a margem Ebitda estava em 29%.

Com a melhora de mix e de preços nos mercados internacionais, a receita líquida da companhia somou R$ 2,189 bilhões no primeiro trimestre de 2018, com acréscimo de 17% ante igual período do ano anterior e queda de 5% frente ao quarto trimestre.

A receita de vendas de kraftliner da Klabin cresceu 29% no trimestre no comparativo anual.

Hypera (HYPE3)

Os analistas do Credit Suisse reduziram a recomendação da Hypera de outperform para neutro, com preço-alvo de R$ 38 por ação. O banco suíço reduziu as estimativas de lucro de 2018-2019 em 3% e apontam que, apesar do corte nas projeções, ainda estão 5% e 6% acima do consenso para 2018 e 2019, respectivamente, o que pode ser explicado pelas diferenças de resultado financeiro e impostos.

Além disso, o Estadão informa que a empresa está avaliando fazer um acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo apurou o jornal, as conversas ainda estão no começo. Uma fonte ligada ao empresário João Alves Queiroz Filho, controlador da companhia, afirmou que ele estaria consultando advogados para possível negociação do acordo – uma delação premiada de pessoas jurídicas, que admitem irregularidades e colaboram com a Justiça em troca de redução de penas.

A empresa, que foi criada para ser uma “Unilever brasileira” e já foi dona de marcas como Monange, teve seu nome envolvido pela primeira vez na Operação Lava Jato em junho de 2015, depois que o Estado revelou trechos do acordo de colaboração do ex-diretor de relações institucionais do grupo, Nelson Mello. Segundo o ex-diretor, a empresa teria repassado cerca de R$ 30 milhões para parlamentares do MDB por meio dos operadores Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra – os dois estão, atualmente, presos.

Petrobras (PETR4)

As ações da Petrobras fecharam em forte alta em dia de leve valorização do petróleo no mercado internacional, em função do aumento das tensões geopolíticas em meio à ameaça dos EUA de se retirar em breve do acordo nuclear com o Irã. Foi maior fechamento das ações preferenciais da Petrobras desde 5 de setembro de 2014.

Os EUA devem rever sua posição sobre o acordo nuclear internacional com o Irã em 12 de maio e uma saída do acordo pode levar a sanções restabelecidas – uma medida que potencialmente reduziria as exportações de petróleo iraniano. No Oriente Médio, os rebeldes iemenitas intensificaram os ataques à infraestrutura de petróleo da Arábia Saudita, aumentando a pressão sobre os preços da commodity. O ataque mais recente foi na segunda-feira, quando mísseis foram disparados contra um porto de petróleo saudita, embora as forças sauditas tenham dito que foram interceptados.

Já no radar da estatal, um decreto fixa as regras de governança, transparência e boas práticas de mercado para a cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos pela Petrobras.

O procedimento especial do decreto tem objetivos como conferir impessoalidade à gestão do portfólio de exploração e produção; garantir a segurança jurídica aos processos de cessão e probidade do processo decisório, além de permitir a obtenção do melhor retorno econômico financeiro à companhia. 

O procedimento especial terá várias fases: preparação; consulta de interesse; apresentação de propostas preliminares; apresentação de propostas firmes; negociação; resultado e assinatura dos contratos. 

A Petrobras ainda elegeu Rafael Gomes como diretor executivo de governança. O diretor João Adalberto Elek Junior permanece no exercício de sua função no cargo até a posse do diretor eleito, segundo comunicado da Petrobras.

O Conselho de Administração aprovou também a recondução dos demais diretores executivos da Petrobras:
Diretor executivo de Assuntos Corporativos: Eberaldo de Almeida Neto
Diretor executivo de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia: Hugo Repsold Júnior
Diretor executivo de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão: Nelson Luiz Costa Silva
Diretora executiva de Exploração e Produção: Solange da Silva Guedes
Diretor executivo Financeiro e RI: Ivan de Souza Monteiro
Diretor executivo de Refino e Gás Natural: Jorge Celestino Ramos

Os novos mandatos terão duração até 26 de março de 2019, unificando-se os prazos de gestão de todos os membros da diretoria executiva com o prazo do atual mandato do presidente Pedro Parente.

Por fim, a Petrobras manteve o preço da gasolina e elevou o diesel de R$ 2,0667 o litro para R$ 2,0953 o litro, com preços antes de impostos 

Eletropaulo (ELPL3)

A disputa pela Eletropaulo continua. No começo da noite de ontem, a gigante italiana Enel SpA elevou oferta para comprar a distribuidora Eletropaulo para R$ 32 por ação. A nova oferta da Enel para a unidade brasileira da AES Corp., acima do preço de R$ 28 proposto anteriormente, levou a Eletropaulo a cancelar seu follow-on, de acordo com documento publicado no site da empresa brasileira.

Já a Neoenergia informou ao mercado que decidiu subir para R$ 32,10 o valor que oferecerá para cada ação na compra da distribuidora de energia Eletropaulo. A Enel respondeu e elevou para R$ 32,20 a proposta. 

BRF (BRFS3)

Após dois meses de disputa aberta entre seus principais acionistas, a escolha do novo conselho de administração da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, foi adiada da manhã para a tarde desta quinta-feira. Segundo o diretor financeiro da companhia e atual CEO (Chief Executive Officer), Lorival Luz Jr., o conselho ainda está computando os votos à distância enviados antecipadamente.

A assembleia deveria ter começado às 11h, mas uma determinação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para a escolha ser feita pelo voto múltiplo mudou o andamento do processo, anteriormente previsto para ocorrer por meio do sistema de chapa. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.