Ibovespa Futuro recua 1% com nova alta dos Treasuries; dólar dispara e atinge R$ 3,50

Bolsas norte-americanas também recuam em vista da fuga dos investidores do mercado de ações

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em junho recuavam 0,93%, aos 85.300 pontos, às 9h16 (horário de Brasília) desta quarta-feira (25), acompanhando o movimento de queda das bolsas internacionais guiado por mais um dia de alta dos Treasuries norte-americanos de 10 anos, que superaram a faixa de 3% pela primeira vez em quatro anos.

A alta dos títulos acaba reduzindo o apetite dos investidores por ativos de risco, impactando diretamente no mercado acionário. Diante deste movimento, os contratos futuros de Dow Jones e S&P 500 recuavam 0,25% e 0,30%, respectivamente, enquanto o VIX, mais conhecido como o “índice do medo”, subia 6%. A escalada dos Treasuries está relacionada a forte alta do petróleo neste mês, já cresce a expectativa por um aumento da inflação por todo o globo. Diante disso, economistas e analistas estão prevendo um aumento dos preços nos EUA e aumento de inflação definitivamente não é bom negócio para os mercados emergentes, já que isso eleva a probabilidade do Fed subir os juros mais rapidamente e retirar a liquidez.

Com o clima de maior aversão ao risco, o dólar futuro com vencimento em maio registrava valorização de 0,66%, aos R$ 3,50. Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 operavam em alta de 5 pontos-base, cotados 8,03%.

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Bolsas mundiais

A sessão é de alta do dólar ante as principais divisas emergentes e de queda novamente para as bolsas à medida que investidores se preocupam com o avanço dos Treasuries. A do rendimento dos títulos reforça a expectativa de que o Federal Reserve elevará os juros por 4 oportunidades este ano, ao passo que o mercado precifica 3 aumentos para 2018.

No mercado de commodities, o petróleo se sustenta com sinais de que presidente francês Macron encontra dificuldade justamente para convencer Trump a fechar novo acordo com Irã. O cobre cai e níquel sobe em Londres, enquanto o minério de ferro recua em Dalian. 

 

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,27%

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*Dow Jones Futuro (EUA) -0,22%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,36%

*DAX (Alemanha) -1,54%

*FTSE (Reino Unido) -0,58%

*CAC-40 (França) -0,67%

*FTSE MIB (Itália) -0,80%

*Nikkei (Japão) -0,28% (fechado)

*Shangai (China) -0,35% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -1,01% (fechado)

*Petróleo WTI +0,28%, a US$ 67,89 o barril

*Petróleo brent +0,15%, a US$ 73,97 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,58%, a 467,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -4,08%, R$ 31.566 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda de indicadores

Em destaque na agenda de indicadores, com destaque para os dados do governo central, que deve apresentar déficit em março após arrecadação do mês frustrar previsões. Segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, o governo central deve apresentar déficit de R$ 16,2 bilhões em março, após déficit de R$ 19,3 bilhões na medição anterior e de R$ 11,2 bilhões em março de 2017. O indicador vai ser divulgado às 14h30 e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, comenta o resultado em coletiva às 15h.

Antes disso, o Banco Central divulga a Nota do Setor Externo do mês de março às 10h30. A GO Associados projeta superávit de US$ 600 milhões na balança de transações correntes no mês. Às 12h30, o BC divulga o fluxo cambial semanal. 

InfoMoney TV

A partir das 11h, no programa Bê-a-Bá da Bolsa, Thiago Salomão, analista da Carteira Recomendada InfoMoney, conta como a curva de juros dos Estados Unidos pode afetar o mercado acionário no Brasil e como tomar as melhores decisões de investimento observando essas oscilações. Veja a grade completa da IMTV clicando aqui.  

Notícias do dia

O noticiário político segue sendo o grande destaque nos jornais, com análise sobre a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que impôs na última terça-feira (24) uma derrota ao juiz federal Sérgio Moro, ao decidir retirar dele menções da delação da Odebrecht ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tratam do sítio de Atibaia (SP) e do Instituto Lula. Os documentos serão encaminhados à Justiça Federal em São Paulo, por decisão da maioria formada pelos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Os três mudaram de posição em relação a um julgamento de outubro do ano passado.

A decisão da Segunda Turma pode levar a defesa do ex-presidente, preso desde o início do mês em Curitiba pela condenação no caso do triplex no Guarujá, a contestar a competência de Moro para continuar no comando das investigações sobre o sítio de Atibaia e o suposto pagamento de propina pela Odebrecht por meio da compra de um terreno onde seria sediado o Instituto Lula. O ex-presidente já é réu nessas duas ações, que começaram antes da celebração do acordo de delação dos ex-executivos da Odebrecht.

Atenção ainda para a pesquisa Ibope em São Paulo, que mostrou Lula com 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP) aparecem tecnicamente empatados em segundo lugar, com 14% das intenções, no cenário com o ex-presidente Lula na disputa. A pesquisa foi divulgada pela TV Band, que contratou o levantamento. No cenário sem Lula, Jair Bolsonaro aparece com 16%, seguido por Geraldo Alckmin com 15%, Marina Silva (Rede), com 11%, Joaquim Barbosa com 9%, Ciro Gomes (PDT) com 4%.

Já a pesquisa Ipsos divulgada pelo Estadão mostrou que a imagem do ex-ministro do Supremo Tribubal Federal Joaquim Barbosa teve uma leve melhora desde que ele se filiou ao PSB e reforçou os indícios de que pode concorrer à Presidência neste ano. Segundo o Barômetro Político, a desaprovação ao ex-presidente do STF caiu de 42% para 36%, enquanto a aprovação oscilou de 38% para 40%.

Quer saber mais sobre o cenário político e como se aproveitar dele? Clique aqui e assine o Mapa Político

Noticiário corporativo

A temporada de resultados se intensifica, com atenção para os números do Santander Brasil. O lucro líquido recorrente – que exclui efeitos de receitas e despesas extraordinárias – do banco cresceu 25,4% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2017, atingindo R$ 2,8 bilhões. A Telefônica Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre, resultado 10,2% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Depois do fechamento do mercado, será a vez da Vale divulgar os seus números. 

Atenção ainda para duas notícias sobre a Petrobras: o Valor aponta que a estatal colocou a Liquigás à venda de novo, enquanto o Estadão noticia que a disputa entre União e Petrobras trava megaleilão de petróleo de R$ 100 bilhões.

Já no InfoTrade de hoje, destaque para o Ibovespa, que mais uma vez encontrou maior pressão de venda ao teste da faixa de 86 mil pontos, enquanto o dólar deve seguir em busca de novas máxima mesmo diante de uma importante resistência. Veja mais clicando aqui. 

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.