Oi tem prejuízo de R$ 4 bi; boa notícia dos EUA para siderúrgicas, defesa pode ficar de fora de acordo Embraer-Boeing e mais

Confira os destaques do mercado desta sexta-feira (13) 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Dois resultados atrasados de empresas (Copel e Oi), as polêmicas sobre o decreto de desestatização da Eletrobras, boas notícias para as siderúrgicas, novidades para Embraer, entre outros destaques. Confira no que se atentar:

Eletrobras (ELET6)

O relator do projeto que propõe a privatização da Eletrobras, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), adiou a apresentação do relatório sobre o PL para o início de maio, sendo que o plano inicial era apresentar no próximo dia 17. Porém, a proposta está travada na comissão especial, com a Comissão tendo demorado quase um mês para conseguir marcar uma audiência pública.

Já em reunião com acionistas e investidores, o CEO da Eletrobras  Wilson Ferreira Jr destacou que o leilão das distribuidoras ficará para o final de maio. “Há um acordo no governo para que na terça-feira tenham início os debates sobre a privatização da Eletrobras”, disse ele, destacando que o tema ir a plenário não é o melhor caminho. “Mas até agora ninguém deixou discutir esse assunto. Parece que isso agora foi superado,” disse Ferreira Jr.

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Nos próximos 15 dias, Eletrobras contrata os trabalhos de modelagem do BNDES para a privatização, que devem ser concluídos em agosto/setembro. Resultados do terceiro trimestre serão usados para a emissão das ações. Ele também falou sobre o polêmico decreto de privatização da companhia, afirmando que ele foi assinado na quarta à noite e ia ser publicado na quinta, mas houve resistência, devendo sair nesta sexta.  “Ouvi do governo que agora é força e foco total no processo de privatização. vejo um compromisso genuíno para isso”, afirmou o executivo. 

Embraer (EMBR3)

A Embraer admitiu que pode excluir as áreas de defesa e aviação executiva da negociação com a Boeing, segundo informou a companhia brasileira em comunicado. 

“A Embraer e a Boeing Co., em conjunto com o grupo de trabalho, ainda estão analisando possibilidades de viabilização de uma combinação de seus negócios, que poderão eventualmente incluir a criação de outras sociedades com participação conjunta na área de aviação comercial, deixando por outro lado separadas as demais atividades notadamente aquelas vinculadas à área de defesa e, possivelmente, também a área de aviação executiva, que permaneceriam exclusivamente com a Embraer”, disse a empresa à CVM. Não há garantia de que combinação de negócios venha a se concretizar ou quando poderá ocorrer, segundo o documento. 

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Petrobras (PETR4)

A Petrobras informou que assinou ontem (12/04), por intermédio de sua subsidiária integral Petrobras Global Trading B.V. – PGT, um financiamento no valor de até US$ 400 milhões com o Crédit Agricole Corporate Investment Bank (CACIB), com garantia da Agência de Crédito à Exportação do Reino Unido – UK Export Finance (UKEF). O contrato tem vencimento em 2029 e os recursos suportarão a aquisição de bens e serviços junto a fornecedores do Reino Unido em projetos da Petrobras. 

BRF (BRFS3)

Um movimento da britânica Aberdeen, que possui 5% da BRF, enterrou de vez qualquer tentativa de acordo entre os principais acionistas da companhia de alimentos sobre os nomes que comporão o conselho de administração da empresa, destaca o Estadão. 

A gestora enviou à BRF pedido para que seja usado na eleição do novo colegiado, que ocorrerá no dia 26 de abril, o chamado “voto múltiplo”. Assim, os acionistas votarão individualmente nos nomes dos candidatos às vagas e não numa chapa única, como ocorrera nas últimas eleições para o conselho da BRF.  A Aberdeen colocou-se publicamente ao lado dos fundos de pensão da Petrobras (Petros) e do Banco do Brasil (Previ) desde que eles deflagraram uma disputa societária com Abilio Diniz no final de fevereiro ao pedir a destituição do conselho liderado pelo empresário.

Os fundos e Abilio, que tinha apoio da gestora brasileira Tarpon, negociaram por semanas um acerto que viabilizasse a formação de uma só chapa, mas um impasse sobre a lista de nomes havia travado as conversas entre os dois lados. A Previ insistia que o melhor caminho era a via negocial. Mas a Petros já sinalizava que não cederia às exigências do empresário e que o caminho do voto múltiplo era, portanto, o mais apropriado.

O pedido da Aberdeen forçou a solução de escolha do colegiado no voto. O mecanismo de voto múltiplo está previsto na Lei das SAs. O dispositivo foi criado para permitir que investidores minoritários possam pleitear assentos no conselho de administração. No caso da BRF, não há grupo controlador. O capital da empresa está disperso na Bolsa. Previ e Petros são os maiores acionistas, com cerca de 11% cada. Depois, vêm Tarpon (8,5%), Aberdeen (5%) e Abilio Diniz (cerca de 4% via Península Participações).

Na avaliação de um importante acionista, a incerteza sobre um acordo e a recusa pública de executivos de participarem da chapa patrocinada por Abilio levaram ao pedido de voto múltiplo. A tendência é que uma chapa mista, com nomes dos principais envolvidos, seja formada ao final. 

O problema, nota outro executivo envolvido na disputa, é que há grande chance de o conselho da BRF seguir “rachado” caso esse cenário se confirme. Procurados, Aberdeen, BRF, Petros, Previ, Península Participações e Tarpon não comentaram.

Oi (OIBR4)

A Oi reduziu o seu prejuízo líquido atribuído a controladores no quarto trimestre de 2017 em 22% na comparação com o mesmo período de 2016, para R$ 3,690 bilhões. Já o resultado consolidado foi um prejuízo líquido de R$ 3,916 bilhões, 18,5% menor. No acumulado de 2017, a companhia teve um prejuízo líquido consolidado de R$ 6,656 bilhões, montante 18,9% inferior à perda de R$ 8,206 bilhões em 2016.

Segundo a companhia, o prejuízo ocorreu em função da queda do faturamento e das margens, impactados por inadimplência e desligamentos de clientes, oferta de descontos para retenção de consumidores, além de provisões associadas à remuneração variável de funcionários.

Por outro lado, o prejuízo foi amenizado por redução nas despesas com juros e corte de dívidas inseridas no processo de recuperação judicial, cujo plano de reestruturação foi aprovado em dezembro e homologado em janeiro. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério denominado de rotina foi a R$ 1,299 bilhão no trimestre, queda de 26,1%. No ano, foi a R$ 6,244 bilhões, retração de 6,8%. A margem Ebitda no trimestre foi a 22,3%, perda de 5,5 pontos porcentuais, e no ano, 26,2%, 0,5 ponto porcentual menor.

A receita líquida consolidada totalizou R$ 5,828 bilhões no trimestre, recuo de 7,8%, enquanto no ano alcançou R$ 23,790 bilhões, encolhimento de 8,5%.

A Oi fechou o quarto trimestre com dívida líquida de R$ 47,621 bilhões, 8,0% a mais do que no fim do terceiro trimestre. Nesse período, o saldo disponível em caixa caiu 9,3%, para R$ 6,999 bilhões. A tele perdeu 3,9 milhões de clientes em um ano. Sua base de assinantes passou de 63,5 milhões no quarto trimestre de 2016 para 59,6 milhões no quarto trimestre de 2017, um recuo de 6,1%.

Já o Valor informa que a Oi pretende concluir em junho a conversão de dívida em participação acionária, embora tenha prazo até 31 de julho para a operação. Além de reduzir a dívida financeira de R$ 45 bilhões para R$ 7 bilhões, a conversão representa na prática a entrada dos credores no capital da empresa e a diluição em até 72,12% dos atuais acionistas. Com isso, a fatia da Pharol – maior acionista da Oi – no capital votante cairia dos atuais 27,49% para 7,66%, segundo apurou o jornal. 

Copel (CPLE6)

A Copel encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 160,2 milhões, revertendo prejuízo do mesmo período do ano anterior, de R$ 271,1 milhões. No ano, o lucro líquido cresceu 41,6% para R$ 1,118 bilhão.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 521,8 milhões no quarto trimestre, avanço de sobre os R$ 124,9 milhões do mesmo intervalo de 2016, impactado por reversão de impairment no valor de R$ 25,7 milhões relacionados e pelo registro de R$ 270,5 milhões em provisões para litígios referentes a questões cíveis e administrativas, trabalhistas e benefício pós emprego.

Na mesma base de comparação, o Ebitda ajustado cresceu 5,1%, para R$ 665,8 milhões, reflexo, principalmente, do crescimento de 4,8% no mercado fio da Copel Distribuição e do reajuste médio de 5,85% aplicado às tarifas da Copel Distribuição a partir de 24 de junho de 2017.

Também contribuíram para essa melhora o reajuste da RAP, a entrada em operação de novos ativos de transmissão ao longo de 2017 e a redução de 5,1% em PMSO, excetuando provisões e reversões, parcialmente compensados pelo aumento de 42,4% nos custos com compra de energia em decorrência, principalmente, do GSF do período.

Entre outubro e dezembro, a receita operacional líquida cresceu 18,6%, para R$ 3,910 bilhões. Já o resultado financeiro da estatal paranaense ficou negativo em R$ 192,700 milhões, montante 47,3% menor que os R$ 365,960 milhões anotados no quarto trimestre de 2016. 

No ano passado, o lucro líquido da companhia cresceu 41,6%, para R$ 1,118 bilhão, enquanto o Ebitda aumentou 4,6%, para R$ 2,878 bilhões. Já o Ebtida ajustado registrou alta de 15,1%, para R$ 2,763 bilhões, e a receita líquida cresceu 7%, para R$ 14,024 bilhões.

Em 2017, o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 754,217 milhões, montante 2,7% maior que os R$ 734,656 milhões informado em 2016.

Siderúrgicas

Os Estados Unidos indicaram ao Brasil que vão adotar um sistema de cotas para a entrada de aço importado sem restrição tarifária. A sinalização foi dada pelo secretário de comércio dos EUA, Wilbur Ross, em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. Na conversa, o secretário reconheceu que o Brasil “não é um problema” para Washington na questão do aço e, por isso, terá o benefício. O governo brasileiro comemorou.

Após a crise comercial provocada pelo governo Donald Trump ao sobretaxar a entrada de aço importado em 25%, o imbróglio parece que começa a se resolver. Nessa quinta-feira, 12, Ross indicou que Washington tem interesse em resolver rapidamente a situação do Brasil no tema e propôs a adoção de um sistema de cotas para o aço de países que não são considerados “problema”. Brasil e Coreia do Sul foram mencionados, sendo que as conversas com os coreanos estão mais avançadas. Representantes dos dois governos estão em Lima, no Peru, para participar da VIII Cúpula das Américas.

Nesse novo sistema de cotas, Washington não adotará nenhuma sobretaxa para o aço previsto na cota de cada país. A solução não deverá beneficiar China, Índia e Rússia. Ações de siderúrgicas reagiram positivamente e fecharam o dia em alta. Ao chanceler, o secretário norte-americano reconheceu que o aço do Brasil não é um problema para o governo Trump. O argumento é que, apesar de ser exportador do produto, a relação comercial entre os dois países é favorável para os EUA. Além disso, as empresas brasileiras têm investimentos no país, inclusive com geração de empregos no segmento siderúrgico. O governo brasileiro acredita que o novo sistema deve ser anunciado até o fim do mês – quando termina a isenção temporária ao material vindo do Brasil. Caso as negociações se estendam, o secretário dos EUA indicou ao Brasil que eventual sobretaxa teria compensação tributária posterior.

Cyrela (CYRE3)

As vendas líquidas contratadas da Cyrela tiveram alta de 18% no primeiro trimestre na base de comparação anual, totalizando R$ 613 milhões. Do total negociado, 23% foi venda de estoque pronto, 56% de imóveis em construção e 21% de lançamentos, segundo prévia operacional da companhia.

O segmento de alto padrão respondeu por quase 34% das vendas líquidas contratadas nos três primeiros meses do ano, enquanto os demais vendidos foram imóveis de médio padrão e Minha Casa Minha Vida (MCMV).

A Cyrela lançou seis empreendimentos no primeiro trimestre, equivalente a um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 434 milhões, 29% menor na comparação anual.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Pão de Açúcar informou nesta sexta-feira que a receita líquida com vendas subiram 7,5% no primeiro trimestre na comparação com 2017, totalizando R$ 11,3 bilhões. Em termos brutos, a receita avançou 7,6%, para R$ 12,3 bilhões.

Itaú (ITUB4)

O vice-presidente do Itaú Unibanco, Ricardo Villela Marino, vai deixar o dia a dia do maior banco privado do País para presidir o Conselho Estratégico da instituição financeira para América Latina. A criação desse colegiado foi anunciada nessa quinta-feira, 12, com o foco na maior internacionalização do banco na região. Marino vai sentar lado a lado com Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do conselho de administração do banco, em uma sala que está sendo construída no prédio da instituição na Avenida Brigadeiro Faria Lima, coração financeiro de São Paulo.

“Meu plano é ser um acionista mais ativista para ajudar a enriquecer a governança do banco na América Latina”, disse Marino ao Estado. Em comunicado ao mercado nessa quinta-feira, o Itaú Unibanco informou que o executivo Cesar Blaquier, sócio do banco e presidente do Itaú Argentina assumirá as funções de Marino como diretor coordenador das operações na Argentina, Uruguai e Paraguai, além da gestão de produto e suporte aos negócios da América Latina, que antes estava sob responsabilidade do herdeiro. Milton Maluhy continua como presidente do Itaú CorpBanca no Chile.

Para o novo conselho, o banco indicou nomes da casa: Setúbal, Candido Bracher, presidente da instituição, e Eduardo Vassimon, à frente do Itaú BBA, e executivos externos. Foram convidados Andrés Velasco, ex-ministro da Fazenda do Chile, Angel Corocstégui, ex-Santander e com larga experiência no mercado financeiro, a economista mexicana Sonia Dulá, que atuou como vice-presidente do Bank of America Merril Lynch para América Latina, e Hugo Barra, ex-Xiaomi, que hoje está no Facebook. “Barra é maior referência brasileira hoje no Vale do Silício”, disse Marino.

Segundo ele, a ideia é que o novo conselho trace os planos de expansão do banco para a América Latina. O colegiado passará a se reunir oficialmente a partir de 2019, mas os membros vão começar a se encontrar no segundo semestre para “uma imersão” sobre os novos desafios. “Estamos trazendo executivos de fora para provocar novas visões, pensar em novos segmentos, em como expandir a plataforma digital e acelerar a estratégia de latino-americanização do Itaú Unibanco.”

O banco começou a se internacionalizar há 11 anos, após a compra do BankBoston. “O resultado da América Latina no balanço era zero. Hoje, a região responde por 26,5% dos empréstimos totais do banco e 8% dos resultados”, afirmou. Com a maior integração do Itaú CorpBanca, a expectativa é de que os resultados da região subam para dois dígitos a partir de 2020.

O banco ocupa a vice-liderança no Uruguai e Paraguai, é o quarta maior instituição no Chile e quinta na Colômbia. “Queremos ser o banco de referência digital na América Latina, avançar onde já estamos e estudar novos mercados. Temos presença na Europa e Estados Unidos, mas trabalhamos para focar na América Latina.” O acionista não descarta fazer novas aquisições no exterior.

Fleury (FLRY3)

O Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 500 milhões de debêntures. 

 

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil precificou a emissão US$ 750 milhões de títulos com vencimento em 5 anos a 4,875%, segundo fonte ouvida pela Bloomberg.

Dommo Energia (DMMO3)

Na Dommo Energia, a produção no Campo Tubarão Martelo foi de 232.521 barris em março.

(Com Agência Estado e Bloomberg) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.