Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão, que já prometia ser de tensão para o mercado brasileiro em meio ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF, ganhou contornos mais “dramáticos” com o anúncio da China de tarifar produtos americanos em nova etapa da guerra comercial, o que faz os índices futuros americanos registrarem forte queda. Confira os destaques do mercado nesta quarta-feira (4):

1. Bolsas mundiais

A sessão é de forte queda para os mercados mundiais, com destaque para os índices futuros norte-americanos, reagindo ao último desdobramento da rixa comercial entre EUA e China. Durante a madrugada, a China anunciou planos de impor tarifas de 25% a US$ 50 bilhões em produtos dos EUA, incluindo soja, carros, aviões e produtos químicos. A iniciativa veio um dia depois de Washington revelar que pretende taxar produtos chineses também estimados em US$ 50 bilhões. A retaliação de Pequim realimentou temores de que China e EUA acabem se engajando numa guerra comercial declarada, em vez de tentar superar suas diferenças por meio de negociações.

Assim, ativos vistos como porto-seguro, como ouro e iene, sobem, enquanto juros dos treasuries e maioria dos títulos europeus caem; moedas pares do real como rand, peso mexicano, dólar australiano, lira, rublo caem. No mercado de commodities, o dia também é de queda para o petróleo e metais em meio ao agravamento da guerra comercial. 

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Às 7h54 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -1,73%

*Dow Jones Futuro (EUA) -2,24%

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*DAX (Alemanha) -1,55%

*FTSE (Reino Unido) -0,72%

*CAC-40 (França) -0,99%

*FTSE MIB (Itália) -1,23%

*Nikkei (Japão) +0,13% (fechado)

*Shangai (China) -0,15% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -2,19% (fechado)

*Petróleo WTI -1,86%, a US$ 62,33 o barril

*Petróleo brent -1,81%, a US$ 66,89 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -4,15%, a 439 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 7.145,22 -3,19%
R$ 24.740 -1,22% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda econômica

Os Estados Unidos terão uma agenda movimentada, com destaque para o ADP, com os números de postos criados no setor privado no mês de março, a serem revelados às 9h15.  A previsão é de geração de 210.000 vagas ante 235.000 em fevereiro.  Às 10h45, o Markit divulgará os PMIs composto e de serviços do país de março; às 11h, será a vez do ISM revelar os dados do setor de serviços, mesmo horário em que serão divulgados os dados de encomendas à indústria de fevereiro. Meia hora depois, os investidores de commodities olharão para os tradicionais estoque de petróleo semanal divulgados pelo Departamento de Energia. Fique de olho também nas falas dos presidentes regionais do Fed de Saint Louis James Bullard (10h45) e do Fed de Cleveland Loretta Mester (12h).

Destaque ainda para o noticiário sobre o Congresso Nacional, que retomou na terça-feira uma série de medidas que já haviam sido vetadas pelo presidente Michel Temer e que têm um impacto negativo de R$ 13 bilhões no Orçamento deste ano. Estão na lista o programa de parcelamento de dívidas (Refis) para micro e pequenas, a reformulação da carreira dos agentes comunitários de saúde e o refinanciamento das dívidas rurais (Funrural). 

3. Julgamento do Lula

O grande destaque nos jornais fica para a retomada do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, interrompido pelos ministros em 22 de março. No mesmo dia, os ministros do Supremo concederam, por 6 votos a 5, liminar para que Lula aguardasse o julgamento em liberdade. A sessão terá início às 14h e o InfoMoney acompanha ao vivo. 

Apesar da pressão, a percepção majoritária ontem nos bastidores do Supremo era de que a Corte tende a mudar, esta tarde, a atual jurisprudência que permite a prisão após a condenação em segunda instância, aponta o Valor Econômico. Segundo o jornal, fontes ligadas a ministros que defendem a execução antecipada da pena, com a manutenção do entendimento atual, se mostravam pessimistas ontem – esses interlocutores identificavam, com apreensão, um forte movimento para reverter a jurisprudência e “acabar com a Operação Lava Jato”. Em meio a esse momento de tensão, o comandante do Exército, general Villas Bôas, disse repudiar impunidade e que a força está atenta às suas missões institucionais, o que gerou reações do mundo político e jurídico: “isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável, mas não acredito nisso realmente”, disse o ex-PGR Rodrigo Janot.

Já a Coluna do Estadão traz a visão do Planalto e diz que STF pode adotar posição política, buscando saindo intermediária, dando a Lula prisão domiciliar; no Congresso, aposta-se em acordo STF-TSE para salvar Lula da prisão mas ao mesmo tempo barrar candidatura.

4. InfoMoney TV

Na IMTV, às 11h00 teremos o programa Be-a-bá da Bolsa, no qual Thiago Salomão, analista responsável pela Carteira Recomendada InfoMoney, falará como a bolsa pode reagir ao julgamento do Lula na tarde desta quarta-feira. Veja a grade completa da IMTV clicando aqui.  

5. Noticiário corporativo

A Aneel realiza leilão de geração A-4 a partir das 10h enquanto que, também no setor elétrico, a EDP faz ajustes no edital da OPA da Celesc. A Petrobras abriu linha de crédito de R$ 2 bilhões com o Banco do Brasil enquanto que, no radar de recomendações, a Sabesp e Cemig foram rebaixadas a neutra, enquanto Energias do Brasil e Light foram elevadas a overweight pelo JPMorgan. Na Anima, a captação de alunos de graduação teve alta de 25%; já o Conselho de Administração da Lojas Americanas aprovou a emissão de R$ 500 milhões em debêntures. Por fim, a Vale divulgou seu calendário de eventos corporativos, com balanço do primeiro trimestre dia 25 de abril após o fechamento do mercado. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.