Braskem lucra R$ 4 bilhões em 2017 e mais 4 balanços; governo faz plano B para privatizar Eletrobras e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (29)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo da véspera do feriado é movimentado, com destaque para a reta final da temporada de resultados, com os números de JBS e Braskem, além da notícia do jornal O Globo de que o governo já faz plano B para acelerar privatização da Eletrobras. Confira mais destaques abaixo:

JBS (JBSS3)

A JBS teve prejuízo líquido de R$ 345,1 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo lucro de R$ 708,1 milhões registrado um ano antes. O número inclui a participação dos minoritários. Em 2017, o lucro da JBS somou R$ 1,025 bilhão, avanço de 81,5% em relação ao resultado de 2016.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia nos últimos três meses do ano passado ficou em R$ 3,198 milhões, alta de 2,7% em relação aos 3,112 bilhões do mesmo período de 2016. Em 12 meses, o indicador somou R$ 13,415 bilhões, crescimento de 18,9% em relação a 2016.

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A receita líquida da JBS no quarto trimestre somou R$ 42,734 bilhões, aumento de 2,7% na comparação anual. Em 2017, as receitas acumuladas foram de R$ 163,17 bilhões, redução de 4,2% na comparação com 2016.

O resultado financeiro líquido da JBS no quarto trimestre foi de R$ 2,075 bilhões, melhora de 120% em relação ao resultado de um ano antes. A dívida líquida da companhia caiu 3,5% no ano passado, para R$ 45,283 bilhões. O nível de alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, caiu de 4,16 vezes para 3,38 vezes em um ano.

Braskem (BRKM5)

A Braskem teve lucro líquido de R$ 386 milhões atribuível a acionistas no quarto trimestre de 2017, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido consolidado foi de R$ 313 milhões, ante prejuízo de R$ 2,617 bilhões. No acumulado de 2017, o resultado foi respectivamente de R$ 4,083 bilhões e R$ 4,113 bilhões, ante prejuízos de R$ 411 milhões atribuível a acionistas e R$ 729 milhões consolidado em 2016.

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O Ebitda no último trimestre de 2017 no critério ajustado (excluindo provisão para perdas de ativos de longa duração, resultado com operações descontinuadas e de participações societárias) somou R$ 2,952 bilhões, 24% acima do quarto trimestre de 2016, com margem quatro pontos porcentuais maior, de 23,4%. No ano, o Ebitda ajustado foi a R$ 12,334 bilhões, 7% maior que em 2016, e com margem de 25,0%, maior que a de 24,1% antes.

A receita líquida cresceu 4% no trimestre, para R$ 12,628 bilhões, e 3% no ano, para R$ 49,261 bilhões. O resultado financeiro líquido consolidado no quarto trimestre ficou negativo em R$ 1,939 bilhão, 24% maior que a cifra negativa de R$ 1,569 bilhão no mesmo intervalo de 2016. Já no ano a despesa caiu 35%, para R$ 3,942 bilhões, contra R$ 6,091 bilhões em 2016.

Sem considerar o resultado financeiro da Braskem Idesa SAPI, o dado seria negativo em R$ 1,199 bilhão no trimestre, 33% maior, e de R$ 3,131 bilhões também negativos no ano, 26% menor.

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Helbor (HBOR3)

A Helbor teve prejuízo líquido de R$ 106,3 milhões no quarto trimestre de 2017,  28,1% acima das perdas de R$ 83 milhões do mesmo período de 2016. Enquanto isso, a receita operacional líquida da companhia teve queda de 39,4% de outubro a dezembro, para R$ 120,5 milhões, na base de comparação anual.

A margem líquida fechou o trimestre negativa em 88,2%, ante indicador negativo de 41,7% no quarto trimestre de 2016. Em  2017, o prejuízo foi de R$ 309,1 milhões, três vezes maior que a perda do ano anterior, enquanto a receita caiu 42,6%, para R$ 518,1 milhões.

Restoque  (LLIS3)

A Restoque teve lucro líquido de R$ 428,9 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo o prejuízo líquido de R$ 15,8 milhões no mesmo período do ano anterior. Em 2017, o lucro líquido foi de R$ 420,5 milhões, ante prejuízo líquido de R$ 61,6 milhões um ano antes, com a melhora sendo atribuída a ganhos de produtividade no varejo e melhoras nas estruturas administrativa, logística e de produção.

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A receita líquida consolidada da companhia caiu 5,2% no trimestre, passando de R$ 311,7 milhões para R$ 295,4 milhões. Em 2017, a receita líquida foi de R$ 1,249 bilhão, 11% superior ante o R$ 1,125 bilhão registrado em 2016. O Ebitda consolidado nos últimos três meses do ano passado foi de R$ 67,0 milhões, 32,2% menor ante os R$ 45,4 milhões do quarto trimestre de 2016.  

Brasil Brokers (BBRK3)

A Brasil Brokers Participações registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 18,3 milhões no 4º trimestre de 2017, queda de 6,4% ante o prejuízo de R$ 19,5 milhões em igual período de 2016. Em 2017, o prejuízo foi de R$ 53,8 milhões, 14,7% acima do prejuízo de R$ 46,9 milhões na comparação com o ano anterior.

A receita líquida no quarto trimestre do ano passado foi de R$ 23,1 milhões, 11,4% abaixo à de R$ 26,1 milhões no mesmo período de 2016. No ano de 2017, a receita líquida foi de R$ 89 milhões, 19,1% abaixo dos R$ 110,1 milhões em 2016. O Ebitda ficou negativo em R$ 20,2 milhões no trimestre. 

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Eletrobras (ELET6)

Segundo o jornal O Globo, o governo já pensa em um plano B para tornar irreversível a privatização da Eletrobras caso o projeto de lei (PL) que trata do tema não avance no Congresso. De acordo com a publicação, a ideia é aprovar a emissão das ações na assembleia de acionistas, em outubro, para garantir que a operação possa ser concretizada até o início de 2019. Hoje, ela está amarrada à aprovação do PL no Congresso ainda no primeiro semestre. Cumprido este prazo, a previsão inicial é fazer o aumento de capital em novembro. No entanto, o cenário já é considerado incerto pelos técnicos que estão participando das discussões. Há resistência de políticos à venda da empresa, o que coloca em risco uma receita de R$ 12 bilhões estimada pela equipe econômica.

Para driblar a situação, começou a ganhar força nos bastidores outra estratégia: pressionar o BNDES para entregar o mais rapidamente os estudos da modelagem da venda a fim de dar conforto aos acionistas para aprovar a emissão.

Petrobras (PETR4)

O noticiário para a Petrobras é movimentado. A estatal assinou contrato para a construção de unidade de processamento de gás natural em Itaboraí (RJ). O contrato tem valor de R$ 1,95 bilhão e foi firmado com a Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pela empresa chinesa Shandong Kerui Petroleum e pela brasileira Método Potencial.

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Já o presidente da companhia, Pedro Parente,  Presidente da Petrobras, Pedro Parente, comentou a repórteres sobre a retirada dos dois blocos mais caros da 15ª rodada. Ele disse estar `animado’ e afirmou que a retirada de blocos não atrapalha. 

 

Light (LIGT3)

A Light afirmou  ontem que a mudança em seu estatuto tem objetivo somente de modernização e não seria plano B para o caso de a Cemig não conseguir vender sua participação na companhia, afirmou Luis Paroli Santos, presidente da Light, em teleconferência com analistas. “Não vejo razão nenhuma para que se possa justificar essa reação negativa que tivemos (no preços das ações)”, afirmou.

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Segundo ele, os acionistas continuam trabalhando no processo de venda da participação na companhia, sendo que a Cemig mantém posição para venda de sua participação. O executivo disse ainda que a modificação do estatuto pode até trazer mais flexibilidade para um possível movimento de fusão ou aquisição.

Na quarta-feira, a ação da Light desabou 12% com uma série de más notícias, entre elas a proposta de aumentar o limite do capital autorizado e mudar artigo do estatuto para prever que aumento do capital poderia ser feito por meio da emissão e distribuição de novas ações, caso necessário. A proposta aumenta limite do capital de 204 milhões de ações para 300 milhões de ações. 

Em relatório, o Safra destacou que esperava uma reação negativa do mercado, o que se concretizou. Mesma opinião teve a equipe do Itaú BBA, que disse em nota a clientes que a notícia parecia negativa, uma vez que poderia sinalizar um esfriamento da venda da companhia.

Equatorial (EQTL3)

A Equatorial acertou a compra de 49% da Intesa por R$ 271,9 milhões. A companhia já tinha 51% do capital social total e votante da Intesa. O preço total da aquisição ainda está sujeito a ajustes, como eventuais distribuições de resultados pela Intesa e ajustes em receitas anuais.

CSN (CSNA3)

A CSN prevê alta de 20% na receita líquida e Ebitda em 2018 na base de comparação anual. A siderúrgica atualizou projeções em fato relevante divulgado nesta quarta-feira.

 

Biosev (BSEV3)

A Biosev fechou um acordo preliminar para estender R$ 3,66 bilhões de suas dívidas. A decisão foi tomada junto à 11 instituições financeiras brasileiras e internacionais, disse a empresa em fato relevante. O valor renegociado representa cerca de 67% do endividamento bancário total da companhia.

O acordo prevê alongar o endividamento, estendendo o prazo de vencimento das obrigações financeiras em 5 anos, fixar prazo de carência de 3 anos para a amortização do valor principal e reduzir as taxas de juros aplicáveis aos contratos financeiros em reais e em dólares.

Lojas Marisa

A Lojas Marisa aprovou a recompra de até 500 mil ações ordinárias em até 12 meses. 

Lojas Americanas

A Lojas Americanas propôs orçamento de capital 2018 de R$ 1,02 bilhão. Do total, R$ 823,2 milhões devem ser investidos em expansão e R$ 140,6 milhões em operações tecnológicas, segundo comunicado ao mercado.

As fontes devem ser 44% de geração de caixa ou recursos de terceiros e 56% de recursos próprios. A proposta será votada em assembleia no dia 30 de abril. Em 2017, a Lojas Americanas investiu R$ 939,8 milhões, sendo R$ 763,1 milhões em inaugurações e obras de melhoria.

Oi

A operadora Oi, em recuperação judicial há quase dois anos, adiou a publicação do seu balanço referente ao quarto trimestre de 2017 para 12 de abril – inicialmente, os dados seriam revelados na quarta-feira. 

A tele explicou, em fato relevante, que o adiamento decorre da complexidade dos impactos do processo de recuperação judicial e da homologação do seu plano de reestruturação sobre a elaboração das demonstrações financeiras. Os efeitos contábeis acumulados a serem registrados no patrimônio líquido da companhia de 2017 devem ter um impacto negativo de aproximadamente R$ 21 bilhões. 

A Oi informou ainda que sua Assembleia-Geral Ordinária deverá ser realizada em 30 de abril de 2018, conforme calendário anual de eventos corporativos divulgado.

Cielo (CIEL3)

No radar de recomendações, a Cielo foi retomada como ‘outperform’ pelo Safra, com preço- alvo de R$ 27. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.