Bradesco aprova aumento de capital e Brasil tenta livrar siderúrgicas de taxa; Petrobras, Eletrobras e mais 10 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mais um capítulo da novela sobre a fusão Fibria e Suzano com a Paper Excellence podendo levar a uma reviravolta, além da atuação do governo para livrar as siderúrgicas brasileiras das tarifas de importações de aço nos EUA, recomendações, Bradesco aprovando aumento de capital de R$ 8 bilhões, MRV aprovando dividendos extraordinários, entre outras notícias são destaque no radar corporativo. Veja mais destaques abaixo:

Eletrobras (ELET6)

Está marcada para esta terça-feira mais uma tentativa de instalação da comissão especial que vai analisar o projeto de privatização da Eletrobras (PL 9463/18).

A instalação da comissão foi suspensa no começo de março depois de uma questão de ordem da oposição, que promete novamente obstruir os trabalhos para impedir que a proposta comece a ser apreciada. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que com certeza a Comissão será instalada hoje. Em relatório, a consultoria de risco Eurasia Group apontou que há 60% de chances da privatização ocorrer no segundo semestre. O maior risco para isso não é nem a falta de apoio, mas o calendário em meio às eleições de outubro de 2018. 

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Siderúrgicas

A novela sobre as tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para o alumínio instituídas pelos EUA na semana passada seguem dando o que falar. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, funcionários do governo e negociadores do setor privado começaram a avaliar as opções do Brasil para tentar livrar as siderúrgicas brasileiras da sobretaxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de aço.

“A ordem é apelar primeiro para empresas americanas que dependem do produto brasileiro, mas os EUA parecem insensíveis ao argumento. Se nada der resultado, outros temas da agenda comercial bilateral poderão entrar na barganha”, afirma a coluna. Uma das hipóteses é adiar a sanção do acordo que libera voos comerciais entre Brasil e EUA. Aprovado pelo Senado na última quarta (7), ele ainda depende da assinatura do presidente Michel Temer.

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Itaú Unibanco (ITUB4)

Três notícias estão no radar do Itaú Unibanco. O banco confirmou a precificação emissão US$ 750 mi em notas perpétuas. As notas emitidas à taxa fixa de 6,5%, que será válida até o 5º aniversário da data de emissão. 

A partir do 5º aniversário, inclusive, a taxa de juros será recalculada a cada 5 anos com base na taxa dos títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos para o mesmo período. O banco vai pedir aprovação do BC para que as notas componham capital complementar do seu patrimônio de referência, segundo o comunicado.

Além disso, a Fitch Ratings rebaixou a nota do Itaú Unibanco de BB+ para BB-, seguindo o recente rebaixamento da classificação soberana do Brasil para BB-. O rating atual ainda está um ponto acima do soberano do Brasil, refletindo o forte perfil de crédito do Itaú, capacidade adequada de absorção de perdas, alta liquidez e base de financiamento estável e diversificada. A Fitch acredita que o Itaú deve resistir a qualquer deterioração no ambiente operacional. 

MRV (MRVE3)

O Conselho da MRV aprovou distribuição extraordinária de dividendos de R$ 155 milhões considerando confortável posição financeira alcançada pela empresa, possibilitando revisão gradual da estrutura de capital, disse a companhia em comunicado ao mercado. O pagamento será feito em em 27 de abril. Em 9 de março, a construtora afirmou que analisava pagar mais dividendos extraordinários em 2018.

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

As notícias sobre uma consolidação no setor de papel e celulose seguem no radar. De acordo com a Bloomberg, a  Paper Excellence, que tem capital fechado e controla operações de papel e celulose no Canadá e na Europa, fez uma oferta para adquirir a fatia de controle que o grupo Votorantim e o BNDES detêm na Fibria, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto que falaram na condição de anonimato porque as discussões são privadas. As participações somam 58,5% das ações da Fibria.

A proposta avalia a Fibria em R$ 40 bilhões, ou cerca de R$ 72 por ação, o que é 6,6% mais alto que o último preço de fechamento do papel, segundo uma das pessoas. A proposta não está sujeita a nenhum processo de due diligence e inclui o pagamento de uma multa de R$ 4 bilhões, afirma a pessoa. O acordo entre Paper Excellence e Fibria seria um revés para a Suzano, que também prepara uma oferta pelo controle da Fibria.

Biosev (BSEV3)

A Biosev está em discussões relacionadas à extensão e renovação de parte de seu endividamento bancário, de aproximadamente R$ 3,7 bilhões, disse a empresa, em comunicado ao mercado.

Em 31 de dezembro de 2017, o passivo total da companhia representava R$ 10,1 bilhões, segundo a empresa.

Bradesco (BBDC4)

Uma assembleia de acionistas realizada pelo Bradesco na última segunda aprovou a proposta para elevar capital em R$ 8 bilhões. Com isso, o capital da companhia passando de R$ 59,1 bilhões para R$ 67,1 bilhões. 

Haverá a emissão de 610.896.190 novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 305.448.111 ordinárias e 305.448.079 preferenciais, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de 1 nova ação para cada 10 ações da mesma espécie de que forem titulares na data-base, que será informada após aprovação do processo.

Segundo o banco, a operação de bonificação tem como objetivo aumentar a liquidez das ações no mercado, possibilitar um ajuste na cotação das ações para tornar o preço mais atrativo e acessível, e melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais.

Por fim, Denise Pavarina vai acumular diretoria de relações com investidores e diretora executiva do banco. 

BRF (BRFS3)

A Pomerantz, o mesmo escritório que liderou a ação coletiva contra a Petrobras em Nova York, informou que abriu ação coletiva contra a BRF e alguns de seus diretores no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Distrito do Sul de Nova York, segundo comunicado. A ação com registro 18-cv-02213 foi aberta em nome de investidores que compraram ADRs da BRF entre 4 de abril de 2013 e 2 de março de 2018.

A reclamação é de que ao longo do período os acusados fizeram declarações materialmente falsas e enganosas sobre as políticas comerciais, operacionais e de compliance da empresa.

Aliansce (ALSC3)

A Aliansce reverteu prejuízo de R$ 5,5 milhões do quarto trimestre do ano de 2016 e somou lucro líquido de R$ 38,4 milhões nos últimos três meses de 2017. Já a receita líquida teve avanço de 2,8% na mesma base de comparação, para R$ 142,6 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 113,6 milhões, 45,8% acima do mesmo período de 2016. Os números positivos foram justificados pelo o bom desempenho das receitas com aluguéis e serviços.

Petrobras (PETR4)

O governo federal e a Petrobras estão perto de um acordo para revisão do contrato da chamada cessão onerosa no pré-sal, e já há um entendimento em torno das diretrizes gerais de um acerto entre as partes, incluindo valores que a União deve pagar à estatal e a forma de leiloar o excedente das reservas, diz o jornal Valor Econômico nesta terça-feira. Ainda assim, não será possível concluir as conversas até a próxima semana, quando vence o prazo de uma comissão criada pelo governo para buscar um acordo
sobre o tema, o que deverá levar a uma prorrogação do período de 60 dias dado para o grupo. A reportagem afirma que um acordo definitivo poderia sair em menos de dois meses, para que um leilão dos excedentes da cessão onerosa possa ocorrer ainda neste ano. 

Além disso, a BW Offshore informou que recebeu notificação da Petrobras sobre exercício de prorrogação por 1 ano dos contratos relativos à FPSO Cidade de São Mateus, segundo comunicado. A BW Offshore continuará seu diálogo com a cliente para finalizar um plano firme para a FPSO. 

Ainda no radar da Petrobras, a companhia alterou o  preço da gasolina nas
refinarias de R$ 1,5608o litro para R$ 1,5537 o litro e do diesel de R$ 1,7583o litro para R$ 1,7331 o litro. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 14 de março.

Por fim, a companhia informou em comunicado que sua diretoria executiva apresenta na próxima quinta-feira (15), a partir das 9h15 da manhã, o detalhamento dos resultados operacionais e financeiros do ano de 2017. A coletiva de imprensa ocorrerá no Edifício Sede da companhia (Edise), no Centro do Rio de Janeiro.  

Recomendações

No radar de recomendações, o banco ABC Brasil (ABCB4)  teve recomendação reduzida para  ‘market perform’ pelo Itau BBA, enquanto a Santos Brasil foi elevada a ‘neutra’ pelo JPMorgan.

Educacionais

Segundo a Coluna do Broad, do Estadão, as faculdades e universidades privadas estão às voltas com a burocracia do Fies. O programa de financiamento estudantil do governo federal mudou suas regras este ano e, segundo as empresas, as novidades trouxeram dificuldades técnicas nas etapas que levam até a matrícula dos estudantes, aponta a Coluna.

Até a semana passada, as instituições não tinham sequer recebido a lista de alunos aprovados para as vagas no programa, o que inviabiliza as matrículas. O risco é o de alunos perderem aulas, além de levar mais tempo para que os contratos sejam efetivamente firmados junto aos bancos. Procurado, o Ministério da Educação disse que a listagem de candidatos pré-selecionados ficou disponível para o acesso das faculdades na sexta e que o prazo para a complementação das informações relativas às inscrições do Fies foi prorrogado para o dia 15.

CCR (CCRO3)

A CCR contratou o escritório TozziniFreire Advogados como assessor legal do Comitê Independente no âmbito das investigações relativas à Operação Lava Jato. A empresa diz que contratará em breve outro escritório de advocacia com atuação internacional.

No final de fevereiro, o operador Adir Assad afirmou em depoimento de sua delação premiada à Lava Jato ter recebido por meio de suas empresas de fachada cerca de R$ 46 milhões de concessionárias de rodovias do Grupo CCR.

A delação integra a documentação da 48ª fase da operação, que investiga irregularidades em rodovias e envolve concessionárias no Estado de São Paulo. A companhia havia afirmado que não tinha sido notificada, comunicada ou tem qualquer relação com as atividades associadas à Operação Lava Jato, mas que ao tomar conhecimento do assunto pela imprensa iniciou investigação interna.

Foi criado o Comitê Independente, o qual passam a integrar o consultor André Béla Jánszky e o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Carlos Mário da Silva Velloso, ao lado dos conselheiros independentes da CCR Luiz Alberto Colonna Rosman e Wilson Nélio Brumer.

Também faz parte dos trabalhos a Control Risks, consultoria internacional em processos de investigação corporativa, que foi contratada pelo TozziniFreire para assessorar os trabalhos de investigação.

“Dessa forma, o Comitê pretende assegurar que os trabalhos de investigação atendam tanto à legislação brasileira quanto aos mais altos padrões internacionais, inclusive em atenção à expressiva base de acionistas estrangeiros da Companhia. O Comitê Independente, ao final dos trabalhos de investigação, reportará seus resultados ao Conselho de Administração”, diz a empresa, em fato relevante divulgado na noite de segunda-feira.

EcoRodovias (ECOR3)

A EcoRodovias teve aval do Cade para a compra da MGO Rodovias, sem restrições. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.