Burger King Brasil tem seu 1º lucro anual da história e balanços de 3 construtoras; acordos Fibria-Suzano e Embraer-Boeing no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (9)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário é movimentado nesta sexta-feira, com destaque para a temporada de balanços tendo como foco construtoras, além do avanço nas negociações entre a Fibria e a Suzano e entre a Embraer e a Boeing. Confira os destaques da sessão:

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

Após notícia do Valor Econômico, desta vez foi a Bloomberg a citar fontes que apontam que a Fibria e Suzano estão próximas de anunciar uma fusão. Pelo acordo em discussão, Suzano deve adquirir a participação na Fibria detida pelo  conglomerado industrial Votorantim. A Votorantim detém 29% da Fibria, que tem valor de mercado de cerca de R$ 37,2 bilhões (US$ 11,4 bilhões).

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Embraer (EMBR3)

As negociações sobre um acordo entre Embraer e Boeing também seguem no radar. Em entrevista a Reuters, o CEO da Boeing Dennis Muilenburg disse que a companhia está fazendo progresso nas negociações para uma possível fusão com a Embraer. A Boeing continua a estudar uma série de estruturas possíveis para um acordo e a companhia poderia absorver uma transação dessa escala sem colocar investimentos internos ou colocar sob risco rendimento aos investidores. 

Segundo Muilenburg disse à Reuters, as aquisições da escala da Embraer não são somente muito possíveis, como também podem ser feitas seletivamente, alinhadas com estratégia da empresa. 

Ainda em destaque, o Credit Suisse elevou o preço-alvo do ADR da companhia de US$ 25 para US$ 30, com recomendação outperform. Os analistas ressaltam que a Embraer subiu 26% e teve desempenho superior ao do Ibovespa em mais de 10% desde o início das conversas de um negócio com a Boeing em dezembro. O banco suíço segue animado e elevou o preço-alvo em cima de uma visão positiva com relação à visibilidade de fluxo de caixa e nova segmentação.

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“A trajetória de longo prazo da empresa parece bastante favorável e o ramp-up do E2 a partir de 2019 deve trazer um ritmo forte de novas ordens. Acreditamos que a partir de 2020, com a produção rodando bem, haverá uma melhora sensível no fluxo de caixa e capital de giro. A rentabilidade deve melhorar com um avanço na curva de aprendizado do E2”, apontam os analistas. Eles ressaltam que a Boeing deve fazer questão de uma participação relevante e que isto deve levar as negociações a se arrastarem por um bom tempo. 

Marisa (AMAR3)

A Lojas Marisa viu seu prejuízo líquido passar de R$ 6 milhões no quarto trimestre de 2016 para R$ 326 mil no quarto trimestre de 2017, uma baixa de 94,6%. 

A queda no prejuízo, segundo a companhia, está relacionada à melhora da margem bruta da operação de varejo; novos ganhos de eficiência nos gastos administrativos, gerais e de vendas; e uma queda de 42,4% nas despesas financeiras, para R$ 25 milhões.

No trimestre, a receita ficou quase estável em R$ 835,6 milhões, enquanto o faturamento com o setor de varejo subiu 0,4% para R$ 673,8 milhões; já os ganhos da área de produtos financeiros tiveram queda de 0,4%, para R$ 159,8 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 87,7 milhões, 42,4% superior na base de comparação anual. 

Alupar (ALUP11)

A Alupar teve lucro líquido de R$ 92,9 milhões no quarto trimestre de 2017, queda de  33,2% ante o número de R$ 139,1 milhões do mesmo período de 2016.

A receita líquida ajustada da companhia subiu 4,3% no quarto trimestre de 2017, para R$ 380,2 milhões, ante os R$ 364,4 milhões do mesmo período do ano anterior. O Ebitda totalizou R$ 287,9 milhões,  20% superior frente o Ebitda de R$ 359,8 milhões do mesmo período do quarto trimestre de 2016. 

Burger King Brasil (BKBR3)

O Burger King Brasil reverteu prejuízo e teve lucro líquido de R$ 21,8 milhões no quarto trimestre de 2017. Em 2017, a rede de restaurantes também reverteu seu prejuízo de R$ 93,5 milhões em 2016 para um lucro de R$ 3,8 milhões, o primeiro resultado positivo da companhia desde que foi constituída em 2011.

Em 2017, a receita subiu de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,8 bilhão, ou um avanço de 28%.

Segundo os analistas do Bradesco BBI, o resultado veio acima das expectativas com vendas nas mesmas lojas subindo 16% e controle de custos levando a um Ebitda de R$ 83 milhões. As metas de expansão foram atingidas e os analistas do banco continuam confiantes na capacidade da empresa em entregar seu plano, além da capacidade do mercado de absorver a expansão de lojas. “O Burger King  teve o maior nível de crescimento de vendas e Ebitda em toda nossa cobertura de varejo”, avaliam os analistas, que veem valuation razoável para esse crescimento com qualidade. 

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa teve prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 849,8 milhões em 2017, queda de 27% na base de comparação anual, enquanto a receita líquida caiu 33,5% na mesma base de comparação.

Os lançamentos da Gafisa tiveram baixa de 39,8% no ano passado, a R$ 554 milhões. As vendas líquidas tiveram queda de 11,7%, totalizando R$ 720,2 milhões, enquanto os distratos foram reduzidos em 19,1%, para R$ R$ 411,7 milhões. As despesas gerais e administrativas baixaram para de 13%, para R$ 92,7 milhões. 

Segundo o Credit, o balanço veio ruim e bem abaixo das expectativas já ruins do banco, com deterioração de margens e fraca geração de caixa. Os  analistas reiteram a visão negativa devido a perspectiva de perdas no futuro e pelo fato do papel estar muito caro (1,35 vez o P/BV) para o nível de alavancagem (de 190% ND/TBV após a injeção de capital de R$ 250 milhões).

Tenda (TEND3)

A incorporadora e construtora Tenda (ex-controlada da Gafisa) fechou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 36,2 milhões, uma alta de 79,4% em comparação com o mesmo período de 2016, segundo balanço publicado nesta quinta-feira, 8.

O Ebitda ajustado chegou a R$ 58,5 milhões, avanço de 23,4% na mesma base de comparação. A receita líquida somou R$ 357,2 milhões, crescimento de 24,5%.

No acumulado de 2017, o lucro líquido da Tenda atingiu R$ 106,7 milhões, crescimento de 88,3% comparado com 2016. O Ebitda ajustado totalizou R$ 169,5 milhões, alta de 30,2%. A receita foi a R$ 1,358 bilhão, elevação de 29,0%.

A melhora nos resultados da Tenda reflete o aumento da receita e os ganhos de escala com os lançamentos e as vendas de imóveis, com foco nas faixas 1,5 e 2 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

As vendas líquidas tiveram alta de 39,1% no quarto trimestre, chegando a R$ 433,5 milhões, enquanto o volume de lançamentos cresceu 22,6%, para R$ 458,3 milhões. No fim de 2017, a incorporadora iniciou suas atividades na região metropolitana de Curitiba.

A Tenda também obteve melhora no resultado financeiro líquido, que ficou negativo em apenas R$ 100 mil no quarto trimestre de 2017, ante R$ 5,5 milhões um ano antes. A construtora conseguiu ampliar as receitas financeiras com maior volume de caixa aplicado, e reduzir os gastos financeiros em função da queda dos juros no País e da quitação da debênture junto ao FGTS. 

O Credit aponta que o resultado veio forte no quarto trimestre, com ROE subindo de 11% para 13% ajudado por redução em outras despesas e melhor margem bruta de 37%. Por outro lado, o Safra reduziu a recomendação para os papéis para neutro, com preço-alvo de R$ 22,10. 

MRV (MRVE3)

A MRV Engenharia, maior operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), apresentou lucro líquido de R$ 180 milhões no quarto trimestre de 2017, o que corresponde a uma alta de 27,1% em comparação com o mesmo período de 2016, segundo balanço publicado nesta quinta-feira.

O avanço do lucro é um reflexo da expansão dos lançamentos e das vendas de imóveis concentrados no programa habitacional, com ganhos de escala e diluição de despesas.

O Ebitda atingiu R$ 269 milhões no trimestre, expansão de 68,2% na mesma base de comparação. A margem Ebitda subiu 4,6 pontos porcentuais, para 19,6%. Já a receita líquida totalizou R$ 1,372 bilhão entre outubro e dezembro, uma alta de 28,7% ante igual etapa do ano anterior.

Em seu relatório operacional divulgado há algumas semanas, a MRV confirmou a expansão dos negócios, diante da demanda aquecida por moradias populares e dos juros baixos para o financiamento no âmbito do MCMV. Os lançamentos somaram R$ 1,671 bilhão em valor geral de vendas (VGV) no quarto trimestre, alta de 56%. As vendas líquidas atingiram R$ 1,451 bilhão, crescimento de 43,9%.

No acumulado de 2017, a MRV alcançou um lucro líquido de R$ 653 milhões, avanço de 17,7% frente a 2016. No ano, o Ebitda aumentou 40,0%, para R$ 892 milhões, enquanto a margem Ebitda avançou 3,7 pontos, para 18,7%. A receita líquida totalizou R$ 4,669 bilhões, crescimento de 12,0%.

Segundo o Credit Suisse, os resultados foram fortes conforme o esperado. “Reconhecemos o bom lado operacional de MRV, mas continuamos negativos com o segmento de baixa-renda por acreditarmos em uma redução de 40% no tamanho do Minha Casa Minha Vida devido ao alto nível de NPL e renegociações”, apontam. 

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa informou na manhã desta sexta em comunicado ao mercado, ter concedido ao HIG Brasil Partners exclusividade de negociações, por 60 dias, para possível venda do controle acionário da Eleikeiroz. De acordo com o comunicado, a exclusividade não constitui compromisso de celebrar qualquer transação, podendo cada parte, por qualquer razão, cessar as negociações.

Petrobras (PETR4)

A Petrobras deu início da fase vinculante referente ao processo de desinvestimento de 100% das ações da Petrobras Oil & Gas B.V. (POGBV) e não vinculante das empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, segundo dois comunicados ao mercado.

Interessados na Petrobras Oil & Gas B.V. habilitados na fase anterior receberão cartas-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a finalização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes, disse a empresa. No caso de Pasadena, interessados que tiverem assinado o acordo de confidencialidade receberão um memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre os ativos em questão einstruções sobre o processo de desinvestimento.

Recomendações

No radar de recomendações, a Arezzo (ARZZ3) foi rebaixada a ‘neutra’ pela Eleven Financial, enquanto a Localiza (RENT3) foi elevada a ‘compra’. 

Vale (VALE3)

A Vale convocou AGE para 13 de abril para adequação do Estatuto ao Novo Mercado. 

BRF (BRFS3)

Ao menos oito empresas americanas, entre elas escritórios de advocacia e representantes de investidores, ameaçam processar a BRF nos Estados Unidos. As companhias estão investigando para avaliar se o alto comando da gigante brasileira de alimentos burlou regras do mercado de capitais americano.

Entre os que estudam entrar na Justiça está o Pomerantz, o mesmo escritório que liderou a ação coletiva contra a Petrobrás em Nova York, que em janeiro anunciou acordo de US$ 3 bilhões para encerrar o litígio.

Em comunicados aos investidores, os advogados afirmam a intenção de iniciar uma ação coletiva contra a BRF em Nova York e convocam os interessados a discutir o caso. A BRF tem American Depositary Receipts (ADRs, recibos que representam ações) listados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). Por isso, também está sujeita as regras do mercado de capitais dos EUA.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.