Os 3 motivos que levaram Buffett a praticamente desistir desta gigante do setor de tecnologia

O megainvestidor reduziu em 94% sua participação iniciada em 2011 demonstrando não estar satisfeito com uma das maiores empresas de tecnologia do mundo

Luis Taveira

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SÃO PAULO – Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, considerado o maior investidor de todos os tempos, não está satisfeito com uma empresa de tecnologia. A empresa comandada por ele reportou que reduziu em 94% sua participação na IBM (International Business Machines Corp), cujo core business é a produção de computadores pessoais e softwares, além de outros serviços e produtos ligados à tecnologia. 

A companhia presidida por Buffett informou que este corte na participação aconteceu durante o quarto trimestre de 2017, quando as ações rondavam os US$ 150. A partir deste período, a participação na empresa ficou limitada a cerca de US$ 300 milhões. Apesar disso, as ações apresentaram leves ganhos de 0,81% na última quinta-feira (15).

A venda supramencionada é a conclusão de um investimento realizado em 2011, no montante superior a US$ 10 bilhões, quando as ações estavam precificadas na faixa de US$ 170 e a companhia virara uma das maiores investidoras na tecnológica. Os motivos que fizeram com que Buffett deixasse de ser um dos maiores acionistas no papel reduzisse sua exposição para pouco mais de 2 milhões de ações são apresentados a seguir:

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  1. 1. Queda nos resultados

    Este desinvestimento pode estar relacionado com a queda que a IBM tem apresentado em seus resultados – e que tem impactado as ações da companhia na bolsa. Quando do investimento da Berkshire, no ano de 2011, a receita anual da IBM foi de quase $ 107 bilhões. Nesta altura, o guru das finanças acreditava que a CEO Ginni Rometty poderia conduzir a retomada da IBM, melhorando sua performance.

  2. Todavia, ao longo do tempo esta esperança de Buffett não se tornou realidade. O último relatório anual publicado pela IBM, que se refere ao ano de 2016, teve como receita o valor de praticamente $ 80 bilhões. Isso significa uma redução de 25,2% na receita. Já o lucro líquido, passou de $ 15,8 bilhões anuais em 2011, para $ 11,8 bilhões em 2016. Outra queda significativa e superior a 25%.

2. Competitividade 

A desconfiança de Buffett com as ações da IBM ganhou notoriedade quando, em 5 de maio de 2017, afirmou para a rede CNBC que, naquela época, já enxergava dificuldades no cenário competitivo e, por este motivo, reavaliou as ações da IBM para um valor menor.

A companhia atua em diversos setores da tecnologia, como produção e desenvolvimento de hardwares e softwares, inteligência artificial, plataformas inteligentes, computação em nuvem e segurança. Por este motivo, a IBM rivaliza com praticamente todos os gigantes empresariais que dominam a tecnologia, tais como Apple, Amazon, Google, Oracle e etc.
Contudo, enquanto seus competidores conseguem ótima performance acionária e aumentam receitas, a IBM sofre e tem decepções constantes em seus reportes de resultados.

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3. Bull market americano

As quedas nas receitas e no lucro líquido também refletiram na redução do preço das ações da IBM ao longo do ano de 2017, que caíram 8%.
Essa desvalorização contrasta com o crescimento de 29% do índice S&P 500, que agrega 500 maiores empresas dos EUA caracterizadas por sua liquidez, qualidade e tamanho de mercado.

Quando comparadas ao índice NASDAQ-100 Technology Sector, que pondera as performances acionárias das empresas do setor de tecnologia dentro do índice NASDAQ-100, o cenário fica ainda pior. O índice indica que as empresas de tecnologia subiram 35,5% no decorrer do ano passado, apesar da IBM ter perdido 8%.

Deste modo, a queda nos resultados financeiros, o cenário ultra-competitivo enfrentado pela IBM em seu setor, além da performance ruim, quando comparada aos seus pares, direcionaram Buffett a praticamente abandonar sua participação na empresa, restando apenas 6% do que foi inicialmente investido 7 anos atrás. 

As mudanças no portfólio

O desinvestimento na IBM, auxiliou a companhia de Omaha a se capitalizar para investir no setor farmacêutico, alvo recorrente de aportes pecuniários realizados por Buffett. A companhia da vez é a israelense Teva Pharmaceutical Industries, cujas ações saltaram 7% na última quinta, demonstrando que demais investidores aparentemente se animaram com a participação do mega-investidor.

Esta movimentação na IBM, ainda, ajudou a Berkshire Hathaway a aumentar em 23% sua participação na Apple, ao adicionar 31 milhões de ações da empresa de tecnologia ao seu diversificado portfólio. 

Além destas, a companhia reportou que aumentou em 32% sua participação na Monsanto e em 21% no Bank of NY Mellon, enquanto que diminui em aproximadamente 1,5% na American Airlines Inc, se desfez de 10 milhões de ações da GM (General Motors) e de 6 milhões de ações da Wells Fargo.