As três apostas da Verde Asset para o mercado brasileiro após um mês positivo

Fundo da Verde teve ganhos de 3,05% em janeiro, ante 0,58% do CDI; gestores destacam três apostas no mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – 2018 começou bem para a Verde Asset, de Luis Stuhlberger, um dos maiores gestores de fundos do mercado brasileiro. Após um 2017 ruim, em que obteve um desempenho de 5,25%, enquanto o CDI rendeu 9,95% no mesmo período, a Verde ganhou 3,05% em janeiro de 2018, ante 0,58% do CDI no mês.

Em relatório, os gestores ressaltam que a Verde Asset teve ganhos relevantes na posição de bolsa brasileira, aumentada ao longo dos últimos meses e que se beneficiou da alta do mercado, enquanto as posições em ações globais também tiveram boa performance. “Ganhos vieram ainda da posição de renda fixa, com a curva de juros real fechando de maneira expressiva ao longo do mês. As posições em juros globais tiveram pequenos ganhos, assim como a alocação em moedas”, avalia a gestora.

Na carta de janeiro, os gestores da Verde apontam que estão positivos com Brasil, mantendo apostas diversificadas.

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“Nossa ordem de preferência de risco hoje é: 1) mercado de juros, tanto real quanto nominal, na parte intermediária da curva; 2) bolsa, que mantém beta favorável, com potencial para algum alpha (superar o mercado); 3) real, que tem valuation razoável e bom fluxo”, afirmam. Contudo, eles apontam que, com o dólar a R$ 3,10, são compradores da divisa americana. 

Eles também seguem esperando volatilidade por causa da eleição, a partir do fim do segundo trimestre (ou depois da Copa do Mundo). “Está longe de estar definido!”, afirmou a Verde. 

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Visão sobre o mercado brasileiro
A Verde Asset vê o real equilibrado em termos de valuation em uma cesta de moedas. “Taticamente estamos vendidos em dólar, comprados no real. Mas é tático e não estrutural. Qualquer barulho em torno da eleição tende a passar pela moeda – nem as pessoas físicas, nem as empresas brasileiras, têm hoje qualquer hedge relevante”, afirmam os gestores.

Já sobre as bolsas e ações em geral, a Verde ressalta que o rali recente do Brasil, com exceção do período de 2 a 3 meses pós o 18 de maio, foi basicamente em linha com a alta global. 

“Com crescimento global forte, os mercados emergentes parecem ter espaço para continuar performando bem, e o Brasil vai junto. Até a última semana de janeiro, não tivemos um alpha substancial para emergentes. Mas sabemos que a retomada do crescimento econômico, com inflação sob controle e juros mais baixos, traz um ambiente muito positivo para as empresas e para o mercado de ações no Brasil”, aponta a Verde. Segundo a gestora, além de ajudar na retomada do crescimento, a redução da taxa de juros baixa o custo de dívida e surgem novas oportunidades de investimentos para as empresas.

“Além disso, devido à capacidade ociosa da economia, as empresas têm bastante espaço para elevar suas receitas sem a necessidade de aumentar suas estruturas de custo, com significativa alavancagem operacional”, reforçam.

Com o crescimento do PIB de somente 1% em 2017, o processo de recuperação e alavancagem operacional está apenas no início e deve acelerar, afirmam, apontando um porém: “o mercado já incorporou bastante disso no preço, com as ações das empresas mais beneficiadas, por exemplo nos setores de consumo discricionário ou bens de capital, apresentando altas bastante significativas nos últimos meses. Em outras palavras, os múltiplos de preço sobre lucro das ações estão em níveis muito altos, justificados pela expectativa de forte crescimento de lucro para os próximos anos”. Nesse contexto, em que os preços das ações das empresas mais impactadas pela retomada da economia já refletem um forte crescimento de lucro para os próximos anos, a Verde encontra as melhores oportunidades de investimento em outros setores, com destaque para o setor financeiro, elétrico e de shoppings.

Por fim, com relação a juros, a Verde Asset observa “algo curioso”: “pela primeira vez em muito tempo, a curva brasileira está positivamente inclinada de hoje até o longo prazo e é aqui onde vemos uma grande oportunidade. Se nada de errado acontecer, ou tivermos um resultado razoável nas eleições, essa curva tem muito espaço para fechar e somos pagos para esperar!” Por isso, a Verde afirma que gosta de estar aplicada na parte intermediária da curva de juros, tanto real quanto nominal.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.