Carnaval chegou: o que fazer com minhas ações antes de cair na folia?

Alta volatilidade do mercado dos EUA sugere cautela por parte do investidor

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Com a queda de 0,51% às 11h34 (horário de Brasília) desta sexta-feira (9), o Ibovespa caminha para a terceira queda consecutiva guiado pela queda das commodities e mais um dia de intensa volatilidade após novo pânico no mercado norte-americano na quinta-feira (8). Com todo esse receio que paira sobre as bolsas dos EUA, muitos investidores estão receosos de “dormirem comprados” durante o Carnaval. Vale lembrar que a bolsa ficará fechada na segunda e na terça-feira, reabrindo apenas às 13h00 da quarta-feira.

Repetindo o movimento de segunda-feira (5), o Dow Jones recuou 4,15% no pregão passado, enquanto o S&P 500 fechou em queda de 3,75%, com os investidores preocupados com o ritmo de aumento de juros pelo Fed em vista da melhora da economia, com o mercado começando a precificar 4 aumentos este ano ao invés de 3. Além disso, com essas quedas bruscas, muitos fundos de investimento e robôs de alta frequência estão estopando suas posições, causando ainda mais volatilidade e assustando o mercado. Não por acaso, o VIX, conhecido como “índice do medo” e que mede a volatilidade do mercado dos EUA, chegou a disparar 170% em seu pico de estresse.

Com todo esse risco rondando o mercado, a melhor opção neste momento é ficar fora do mercado e esperar por uma melhor oportunidade de compra, ou optar por ações mais defensivas, como no caso de Totvs (TOTS3), que ofereceu compra (com lote reduzido) no pregão passado com o sinal de fundo sobre R$ 29,50. Todo esse receio tem como fundamento o comportamento do Ibovespa e dos investidores estrangeiros.

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O índice voltou para a região de 81 mil pontos, patamar que irá definir o rumo do mercado neste começo de mês, pois sua perda abrirá caminho para uma queda mais forte para o mercado e confirmará um sinal de topo no gráfico semanal (veja mais aqui). Enquanto isso, os “gringos” seguem saindo do mercado e na última terça-feira (6) venderam R$ 1,34 bilhão no mercado de ações, no mesmo dia em que índice subiu 2,48% – ou seja, aproveitaram a valorização para realizarem os lucros.

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Destaques do mercado

Na ponta negativa, destaque para as ações da Lojas Renner, que recuam forte após o resultado decepcionante no quarto trimestre, enquanto os papéis da Usiminas sobem após acordo surpreendente entre Ternium e Nippon Steel (veja mais aqui).

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LREN3 LOJAS RENNERON 33,67 -3,19 -5,13 16,90M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 10,71 -2,46 -12,93 3,33M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 33,56 -2,01 +2,25 3,15M
 IGTA3 IGUATEMI ON 39,11 -1,66 -0,71 1,14M
 RENT3 LOCALIZA ON 24,06 -1,64 +9,07 2,62M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 26,45 +3,44 +16,52 5,80M
 USIM5 USIMINAS PNA 11,71 +3,35 +28,68 53,63M
 ELET3 ELETROBRAS ON 22,31 +3,10 +15,36 15,91M
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 76,52 +0,68 -4,61 5,35M
 EMBR3 EMBRAER ON 21,70 +0,46 +8,50 2,11M
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o)

EUA em queda
Depois de iniciarem o dia em alta com o fim do “shutdown” do governo, as bolsas dos EUA viraram para queda e neste momento os contratos futuros do Dow Jones recuavam 0,30%, enquanto o S&P 500 registrava baixa de 0,10%, acompanhado a queda das commodities. O petróleo negociado em Nova York registra a sexta queda consecutiva e opera abaixo de US$ 60 ainda refletindo a produção recorde nos EUA conforme o relatório de estoques da última semana.

Seguindo os passos do Senado, a Câmara do Congresso norte-americano aprovou o projeto orçamentário proposto pelos republicanos e o governo não corre mais risco da paralisação da máquina pública. A medida tem validade até 23 de março e eleva o teto de endividamento público por um período de dois anos. O acordo, que foi aprovado por 240 votos a 186, acaba com o “shutdown” que foi iniciado na madrugada desta sexta-feira (horário de Brasília), quando expirou o prazo limite para aprovar a proposta.

O atraso no Senado se deu porque apenas um senador republicano dissidente, Rand Paul, segurou o voto para protestar contra um aumento de gastos que superou os limites impostos pela Lei de Controle do Orçamento de 2011.

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Reforma da Previdência
Com a resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em pautar a reforma da Previdência se não houver votos suficientes, o presidente Michel Temer voltou a avaliar a possibilidade de retomar a proposta em novembro, após as eleições, informa a Folha de S. Paulo. O governo recebeu, na volta do recesso parlamentar, a avaliação de que cresceu na base aliada a defesa de um adiamento da votação da reforma. 

Em conversas reservadas, deputados indecisos têm afirmado que só votam a favor da reforma caso haja uma perspectiva de vitória, dizendo que não pretendem colocar em risco suas reeleições por uma iniciativa com chance alta de perda. Para evitar uma derrota que enfraqueça ainda mais a imagem do governo, auxiliares e assessores presidenciais avaliam que um adiamento para novembro não é o melhor cenário, mas pode ser o menos ruim, destaca a Folha.  

Agenda de indicadores
A agenda de indicadores doméstica tem como destaque as vendas do varejo de dezembro, que recuaram 1,5% na comparação com novembro, enquanto o mercado esperava por uma desaceleração de 0,4%. No acumulado do ano passado, as vendas cresceram 2% e interromperam a sequência de dois anos em queda. Ainda por aqui, vale destacar que o Banco Central oferta até 9.500 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de março, das 11h30 às 11h40.

Enquanto nos EUA, em dia de agenda esvaziada, o único indicador de destaque é o de estoques de atacado de dezembro, que será revelado às 13h00. 

Eleições

A perspectiva de que Luciano Huck entre na disputa presidencial segue como destaque. Conforme aponta o jornal Valor Econômico, os elogios de FHC ao apresentador provocaram apreensão no PSDB, que teme pela desestabilização dos palanques regionais tucanos, que devem ser configurados em torno da candidatura do governador Geraldo Alckmin, que ainda não empolgou nas pesquisas. FHC foi procurado na tarde de ontem pelo dirigentes do partidos que tentam entender se o ex-presidente trabalha para viabilizar o nome do apresentador. Em meio ao fogo cruzado, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, Fernando Henrique Cardoso telefonou para Alckmin para minimizar o desconforto causado por sua posição.

Segundo o Valor, apesar de ainda não ter se decidido, a tendência é que se ausente do processo eleitoral, decisão já manifestada em novembro, quando escreveu um artigo neste sentido. Contudo, aponta a Folha, auxiliares de Michel Temer dão a candidatura de Huck ao Planalto como certa –só há dúvidas sobre o partido escolhido. Já nos bastidores do PPS, sigla que negocia com o apresentador, aposta-se em uma filiação no dia 7 de abril. A expectativa é de que Huck tome uma decisão depois do Carnaval.

Além disso, atenção sobre um possível novo revés para a candidatura de Lula. Empossado na última terça-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Fux, afirmou que a Corte poderá reavaliar a possibilidade de políticos condenados em segunda instância – os chamados “fichas sujas”, enquadrados na lei da Ficha Limpa – conseguirem disputar as eleições com base em decisões liminares (provisórias), o que impactaria a candidatura do ex-presidente.