Petrobras sobe 2% com petróleo e recomendação elevada; Bradesco cai 2% e Klabin avança 1% após balanços

Confira os destaques da B3 nesta quinta-feira (1)

Lara Rizério

Publicidade

Bradesco  (BBDC3, R$ 38,81, -1,32%;BBDC4, R$ 40,00, -1,84%) 

O Bradesco chegou a cair 3% no início do pregão, mas amenizou as perdas. O banco reportou lucro líquido recorrente de R$ 4,862 bilhões no quarto trimestre de 2017, cifra 10,9% maior que no mesmo intervalo do ano anterior, de R$ 4,385 bilhões. Em relação ao resultado dos três meses anteriores, de R$ 4,810 bilhões, o montante foi 1,1% superior. Apesar da alta do lucro, o resultado foi menor do que o esperado por analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam na média um lucro recorrente de R$ 4,96 bilhões. 

O aumento do lucro líquido recorrente no período foi possível, conforme explica o Bradesco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, por conta, do maior resultado com margem financeira, o desempenho de seguros, previdência e capitalização e receita de prestação de serviços. A outra ponta, explica a instituição, o banco foi impactado por maiores despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, e ainda gastos administrativos.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

No exercício de 2017, o lucro líquido recorrente do Bradesco totalizou R$ 19,024 bilhões, aumento de 11,1% em relação aos R$ 17,121 bilhões do exercício de 2016. Do total, R$ 13,490 bilhões, ou 70,9%, foram originados das atividades financeiras, e R$ 5,534 bilhões de operações de seguros, previdência e capitalização, representando 29,1%.

A carteira de crédito do Bradesco somou R$ 492,931 bilhões ao final de dezembro, aumento de 1,2% em relação a setembro, de R$ 486,864 bilhões. Em um ano, quando os empréstimos somaram R$ 514,990 bilhões, foi uma queda de 4,3%. A baixa no ano, segundo o banco, foi motivada ainda pela pessoa jurídica. Os empréstimos para esse público totalizaram R$ 317,462 bilhões no quarto trimestre, com queda de 7,4% em um ano. Em relação ao terceiro trimestre, porém, foi vista leve alta de 0,9%. Já a carteira de pessoa física alcançou R$ 175,469 bilhões, com elevações de 2,0% e 1,9%, respectivamente.

O Bradesco encerrou dezembro com R$ 1,298 trilhão em ativos totais, cifra 0,4% maior em um ano, de R$ 1,294 trilhão. Em relação a setembro, quando o montante ficou em R$ 1,312 trilhão, teve queda de 1,0%.

O patrimônio líquido do banco alcançou R$ 110,457 bilhões de outubro a dezembro, expansão de 10% em 12 meses, quando era R$ 100,442 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, quando totalizou R$ 110,301 bilhões, houve um pequeno aumento de 0,1%.

O retorno sobre o patrimônio líquido do Bradesco (ROE, na sigla em inglês) ficou estável em 18,1% ao final de dezembro ante setembro. Em um ano, porém, cresceu 0,5 ponto porcentual.

Considerando eventos extraordinários, o lucro líquido do Bradesco somou R$ 3,793 bilhões no quarto trimestre, aumento de 31,51% em relação ao terceiro trimestre, de R$ 2,884 bilhões. A diferença entre o lucro contábil e o recorrente foi de mais de R$ 1 bilhão no período e é explicada por R$ 600 milhões em amortização de ágio, R$ 278 milhões em impairment de ativos não-financeiros e R$ 191 milhões na linha “outros”. No ano, o lucro contábil do Bradesco somou R$ 14,659 bilhões, redução de 2,81% ante o resultado de 2016, de R$ 15,084 bilhões.

O Bradesco divulgou, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, as projeções de desempenho para 2018 que, se confirmadas, sinalizam um ano melhor em termos de oferta de crédito. O banco espera que sua carteira cresça de 3% a 7% neste exercício na comparação com 2017. No ano passado, a carteira de crédito do Bradesco encolheu 4,3%, em linha com o seu guidance para o período, que projetava retração de até 5%.

“Este guidance contém declarações prospectivas, as quais estão sujeitas a riscos e incertezas, pois foram baseadas em expectativas e premissas da Administração e em informações disponíveis no mercado até a presente data”, ressalta o Bradesco, em relatório. Para a margem financeira de juros, o banco espera queda de até 4% neste ano. Na melhor das hipóteses, segundo a instituição, ficará estável.

As receitas de prestação de serviços do Bradesco devem crescer de 4% a 8% em 2018 na comparação com o exercício que passou. Para as despesas operacionais, que incluem gastos administrativos e de pessoal, a instituição estima queda de até 2% e, no pior cenário, aumento de até 2%. Em relação à sua seguradora, que responde por quase 30% do lucro do banco, o Bradesco prevê aumento de 4% a 8% dos prêmios de seguros neste ano na comparação com 2017.

Por fim, o banco divulgou guidance para os gastos com a inadimplência. Desta vez, a instituição somou ainda sua projeção para impairment de ativos financeiros, que incluem as receitas com recuperação de créditos vencidos. Essa linha, conforme o banco, deve totalizar de R$ 16 bilhões a R$ 19 bilhões.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco do que o esperado e as provisões para perdas levaram à queda do lucro. Já o destaque positivo ficou para o crescimento do empréstimo. “Dado o forte desempenho das ações (mais de 20% em janeiro), não acreditamos que os investidores vão receber bem os resultados. O guidance, embora muito próximo das expectativas, também não conseguiu inspirar, principalmente com relação ao OPEX (esperamos um declínio na base anual)”, apontam os analistas. 

Klabin (KLBN11, R$ 18,00, +1,07%)

A Klabin tem leve alta após o balanço do quarto trimestre, com números que, segundo o Itaú BBA, foram em linha com o esperado, mas apontando um Ebitda 1% acima do esperado. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 83 milhões no quarto trimestre em 2017, revertendo o lucro de R$ 109 milhões de reais no mesmo período de 2016. 

O Ebitda ajustado saltou 31%, a R$ 855 milhões no quarto trimestre de 2017. A receita totalizou R$ 2,30 bilhões.

O Conselho de Administração também aprovou em 31 de janeiro pagamento
de dividendos de R$ 171 milhões. 

Petrobras (PETR3, R$ 21,70, +1,88%;PETR4, R$ 19,99, +1,47%)

Em um dia de alta para o petróleo de olho no acordo da Opep para a redução de oferta, as ações da Petrobras registram ganhos. O WTI sobe 0,6% e o brent tem leves ganhos de 0,74%. Além disso, a companhia teve o seu ADR (American Depositary Receipt) elevado para neutro pelo Goldman Sachs. 

No radar da companhia, o plenário do Tribunal de Contas da União negou na última quarta por unanimidade, representação que pedia medida cautelar para suspender o acordo firmado entre a Petrobrás e seus acionistas nos Estados Unidos.

A representação foi feita duas semanas atrás por parlamentares do PT. Eles pediam que o TCU sustasse o pagamento de US$ 2,95 bilhões acertado com investidores como compensação a prejuízos sofridos com a compra de ações depois das denúncias de corrupção envolvendo a estatal.

Vale (VALE3, R$ 41,88, +1,04%)

As ações da Vale sobem, em um dia em que os metais oscilam entre leves baixas e ganhos e o contrato futuro do minério de ferro tem baixa em Dalian, de 0,98%. Na Vale, o Conselho de Administração aprovou o nome de Ney Roberto Ottoni de Brito como membro.

CSN (CSNA3, R$ 11,04, +0,45%)

A CSN tem leve alta após acordar com o Banco do Brasil ”os principais termos e condições comerciais para o processo de alongamento de suas dívidas”, de acordo com comunicado. A companhia realiza processo similar com a Caixa para alongamento das dívidas. As “principais condições para o referido alongamento já foram apreciadas favoravelmente” pelo conselho diretor da Caixa. O valor total do principal da dívida da cia e suas controladas com BB e Caixa representa aproximadamente 49% da dívida consolidada da CSN, segundo a nota.

Recomendações

A RD (RADL3, R$ 84,46, +0,04%) fica estável após ter a recomendação reduzida de outperform para marketperform pelo Itaú BBA, apresentando um novo preço-justo de R$ 85 para 2018, ante R$ 71,80 de 2017. “A RD continua sendo uma das histórias de longo prazo mais interessantes em nosso universo de cobertura, com um caminho de crescimento claro, mas acreditamos que o último rali não foi conduzido por qualquer mudança fundamental no case de investimento. Recomendamos, portanto, que os investidores esperem por um melhor ponto de entrada, pois não conseguimos identificar novos catalisadores que poderiam levar a RADL3 a ter uma nova pernada de alta”, apontam os analistas. 

Já a BR Distribuidora (BRDT3, R$ 21,83, +3,95%) sobe após ter a cobertura iniciada com recomendação de compra pelo BTG Pactual e preço-alvo de R$ 25%, com potencial de alta de 19% frente o último fechamento. 

Banco Pan (BPAN4, R$ 2,02, +2,02%)

O Banco Pan tem alta após o acordo de acionistas celebrado entre BTG Pactual e Caixa Participações ser prorrogado por um período adicional de 8 anos, com vencimento passando de 1 de fevereiro de 2019 para 1 de fevereiro de 2027. O BTG Pactual e CaixaPar continuarão como co-controladores da Banco PAN. As companhias reforçam compromisso de dar suporte ao Banco Pan na execução de seu plano de negócios, diz o comunicado.

Eletrobras (ELET3, R$ 20,75, +2,07%;ELET6, R$ 24,19, +2,11%)
A Eletrobras tem um dia de ganhos, de olho na venda de ativos. Ontem, o presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, disse que as distribuidoras da Eletrobras devem ser vendidas até abril. A divulgação das condições de venda depende ainda de aprovação dos acionistas, em assembleia extraordinária marcada para 8 de fevereiro, quando definirão se aprovam a venda e também se a holding assume parte das dívidas das distribuidoras de maneira a torná-las mais atrativas à iniciativa privada.

A proposta é de que a holding assuma R$ 11,24 bilhões em dívidas, além de “direitos e obrigações” junto aos Fundos Setoriais Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que podem elevar a conta para R$ 19,7 bilhões. A proposta da administração é de que a holding assuma a primeira, mas deixe os direitos e obrigações dentro das distribuidoras. Questionado sobre o tema, Ferreira Junior afirmou que a assembleia terá a decisão soberana para tomar a decisão que bem entender.

Já a Bloomberg informa que o governo conta com a venda da companhia para cumprir meta. Para se adequar à meta fiscal e ao teto do gasto, o governo precisará anunciar, nos próximos dias, três medidas que somam uma redução das despesas em R$ 20 bilhões, disse uma fonte à agência. As medidas incluem criação de reserva de R$ 12 bilhões com recursos que governo espera com a privatização da Eletrobras . Outras duas medidas somam uma redução de cerca de R$ 8 bilhões; o governo também cancelará despesas para não descumprir teto constitucional. O restante, para garantir cumprimento da meta fiscal, será contingenciado.

Por fim, o Ministério da Fazenda autorizou a liberação da contragarantia oferecida pelo BNDES em contrato de caução de ações da Eletrobras de propriedade da BNDESPar, entre a BNDESPar, o BNDES e a União, com a interveniência do Banco Itaú. A decisão foi tomada após dívida já ter sido quitada. O contrato de empréstimo externo foi firmado entre BNDES e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. A decisão está publicada no Diário Oficial.

 Duratex (DTEX3, R$ 10,48, +2,75%)

A Duratex sobe após a venda de instalações e equipamentos destinados à produção de chapas finas de fibra de madeira para a Eucatex. A transação envolve a troca da unidade localizada em Botucatu, interior de São Paulo, por uma fazenda no município de Capão Bonito, também no interior do Estado, próxima à unidade da Duratex de Itapetininga, tendo como base o valor de R$ 60 milhões.

Em comunicado, a Duratex informa que a linha de produção vendida à Eucatex é de 200 mil m2 por ano, e atualmente emprega 280 funcionários. “A decisão de retomar as atividades na unidade de Itapetininga, programada para abril de 2018, fez com que a operação dessas linhas, voltadas principalmente para exportação, perdesse a relevância estratégica para Duratex”, afirma a companhia em Fato Relevante.

Segundo a Duratex, a aceitação da proposta não terá efeitos relevantes em seu resultado ou em contratos já celebrados. Além disso, a empresa celebrará contrato para fornecimento de madeira às operações a serem assumidas pela Eucatex por período de até sete anos.

“Vemos isso como um evento marginalmente positivo para a Duratex, uma vez que a empresa reduz o impacto do reinício das operações da Itapetininga, melhorando seus índices de capacidade utilizada. Além disso, vemos essa decisão alinhada com o objetivo da empresa de reduzir as despesas com frete”, aponta o Bradesco BBI. O banco ainda reiterou a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), elevando o preço-alvo para R$ 14,00. 

BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,82, +2,28%)

As ações da BB Seguridade sobem após a Coluna do Broad, do Estadão, informar que  renegociação da parceria entre o Banco do Brasil e a espanhola Mapfre em seguros chegou ao fim e que deve ser revelada ao mercado em breve. Na nova configuração, serão sócios, somente nas carteiras de seguro de vida e de agro para o canal bancário, diz o jornal. Nos demais ramos, após seis anos de casamento, o banco deve manter exclusividade com a espanhola apenas em distribuição. 

Segundo o Itaú BBa, se confirmada, a notícia é positiva, sendo um dos melhores cenários sendo desenhados – mas que ainda dependerá de preços. 

Kroton (KROT3, R$ 16,30, +0,31%)

O Conselho de Administração da Kroton aprovou em assembleia de acionistas  aumento de capital no valor de R$ 1,335 milhão, com a emissão de 121.758 novas ações ordinárias a R$ 10,965 por ação. Com o aumento de capital, o capital social passa a ser de R$ 4,367 bilhões. 

Embraer (EMBR3, R$ 20,80, +0,30%)

A Boeing se disse otimista e apontou que ainda está trabalhando para encontrar a estrutura correta do negócio para satisfazer as exigências das partes interessadas na Embraer, segundo Dennis Muilenburg, presidente da Boeing, em teleconferência com analistas.

O executivo disse ver as linhas das duas companhias como “altamente complementares”, mas descreveu o aspecto político da fusão no Brasil como “complicado”. 

O governo brasileiro está dividido sobre vender a joia da coroa industrial do país e o ano de eleição presidencial pode aumentar a tensão, segundo reportagem da Bloomberg em 18 de janeiro, citando 3 pessoas com conhecimento direto do assunto.

“É uma ótima combinação estratégica”, disse Muilenburg na teleconferência para comentar os resultados da Boeing. “Sabemos que o governo do Brasil levantou algumas preocupações ou questões que respeitamos plenamente, e estamos trabalhando nos detalhes das opções em potencial”, disse. Seja qual for o resultado, Muilenburg disse que um acordo potencial da Embraer não interferiria na ênfase da Boeing no crescimento interno e em devolver dinheiro aos acionistas.

BR Pharma (BPHA3)

A BR Pharma decidiu suspender as atividades de 53 lojas no Estado da Bahia, 100 lojas no Estado do Pará e 64 lojas no Estado de Pernambuco, referentes às redes Santana e Big Ben, respectivamente, segundo fato relevante ao mercado, totalizando 217 lojas.

A companhia informa ainda que as atividades permanecerão suspensas, em princípio, até a finalização e a aprovação do plano de recuperação judicial. A suspensão das atividades de tais unidades encontra-se em linha com as estratégias para redução de despesas, estudo de novas formas de captação de recursos, aprimoramento e busca de alternativas de readequação do capital de giro, bem como com a retomada de investimentos, disse a companhia. Os contratos de locação dos pontos comerciais referentes às lojas acima indicadas permanecem vigentes, disse a empresa.

Porto Seguro (PSSA3, R$ 44,87, +1,56%)

A Porto Seguro tem leve alta após a companhia aprovar um programa de recompra de até 5 milhões de ações ordinárias em um período de um ano.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.