Comprado em Vale? Banco alerta para queda “iminente” de um dos principais drivers da mineradora

Minério de ferro está prestes a despencar de volta para os US$ 50 por tonelada, afirma Barclays

Bloomberg

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O minério de ferro está prestes a despencar de volta para os US$ 50 por tonelada, segundo o Barclays, que alerta que a commodity enfrenta uma forte queda iminente devido ao recuo da rentabilidade das siderúrgicas da China, à desaceleração do crescimento no maior importador e à oferta em níveis sem precedentes nos portos.

“Há várias surpresas pela frente no mercado”, escreveu em nota Dane Davis, analista em Nova York, prevendo uma montanha-russa nos preços e descrevendo sua previsão de forte queda a curto prazo como uma “visão forte”. Os preços ficarão em média em US$ 70 neste trimestre e em US$ 50 entre abril e junho, antes de uma recuperação no segundo semestre. O último preço do minério à vista foi de US$ 75,71 por tonelada seca, segundo a Metal Bulletin.

O minério de ferro subiu e entrou em bull market no mês passado, ajudando mineradoras como Rio Tinto e Vale, porque os limites impostos pelo governo chinês à produção de aço no inverno para reduzir a poluição teriam sustentado a demanda por minério de alta qualidade e preparado o caminho para a recuperação da demanda após a repressão. Mas Davis, do Barclays, disse que quando os limites forem cancelados, apesar de a crescente produção de aço possivelmente ajudar o consumo de minério, o impulso será superado pelo impacto da queda na rentabilidade das usinas.

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“Acreditamos que, quando a capacidade antes ociosa voltar a ser utilizada, no período de março a abril, a queda resultante da lucratividade desencadeará uma venda em massa”, disse. “Vemos três motivos para esperar preços mais baixos para o minério de ferro nos próximos meses e ao longo de 2018: a temporada de restrições de inverno em breve terminará, os estoques de minério de ferro nos portos estão em níveis recorde e a economia chinesa deverá desacelerar.”

A opinião do Barclays de que os preços cairão nos seis primeiros meses contrasta com as projeções do Bank Julius Baer & Co. e do Australia & New Zealand Banking Group, que sinalizaram expectativas de preços mais altos no primeiro semestre quando a China cancelar os limites. Entre os que esperam declínio, o Goldman Sachs afirmou em dezembro que a matéria-prima cairá para US$ 60 em três meses.

“Nossa compreensão do mercado de aço e de minério de ferro em 2017 nos leva a projetar uma queda forte e iminente”, disse Davis, descrevendo o prognóstico como “visão forte”. O fim dos limites levará as usinas a optarem pelo minério de qualidade inferior em meio à queda da rentabilidade e, sem escassez à vista, a mudança impulsionará uma redução dos preços de referência do ferro, disse ele.