Seguradoras sobem 3% e renovam máxima histórica; siderúrgicas estendem rali e Petrobras avança com petróleo

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (12)

Rodrigo Tolotti

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Vale (VALE3, R$ 43,55, +0,58%)

As ações da Vale abriram em queda de cerca de 1% acompanhando a baixa de cerca de 2,07% no minério de ferro em Dalian,com uma má notícia sobre seus embarques de minério e também em meio ao cenário de maior aversão ao risco após o rebaixamento pela S&P. Contudo, os papéis viraram para alta com o mercado digerindo o corte de rating e a melhora do humor do mercado.

No noticiário da companhia, os embarques de minério de ferro da Vale provavelmente caíram no quarto trimestre, enquanto os dos seus dois maiores concorrentes, Rio Tinto e BHP Billiton, aumentaram, de acordo com um relatório da equipe do Bernstein liderada pelo analista Paul Gait.

Bernstein estima que o total de embarques de minério de ferro observado foi de 321,2 milhões de toneladas métricas no quarto trimestre, +3,4% em relação ao 3T e 0,7% a/a, segundo nota desta quinta-feira. A Vale embarcou 93,6 milhões, queda de 2,2% na base anual, a Rio Tinto embarcou 88,5 milhões, alta de 0.8% e a BHP embarcou 71,4 milhões, alta de 3,2% na mesma base de comparação. 

Bernstein monitora os embarques de minério de ferro em tempo real dos principais produtores mundiais, na base de navio por navio, conforme a tonelagem é carregada nos terminais mundiais de exportação de minério, de acordo com a nota

Embraer (EMBR3, R$ 20,25, -1,22%)

A Embraer segue sendo destaque no noticiário corporativo. Conforme aponta o Valor, a venda da Embraer exige decreto presidencial, aspecto tão ou mais delicado que a da Golden Share, a ação de classe especial detida pelo governo na Embraer, e também tem sido objeto das negociações entre a Boeing e o governo brasileiro.

Além disso, o acordo colocaria em risco plano para extinção da golden share, segundo informa a Coluna do Broad, do Estadão. O julgamento do tema no Tribunal de Contas da União (TCU) estaria, inclusive, já agendado para o dia 24 de janeiro. Segundo a coluna, a perspectiva, até então, era favorável. No entanto, o caso Embraer teria alterado a posição do ministro relator do caso, José Múcio Monteiro Filho. Durante a consulta sobre esse tema, no caso da Embraer, o Ministério da Fazenda já tinha sugerido a manutenção apenas dos pontos que tratam sobre segurança nacional. 

Ainda sobre Embraer, em relatório sobre perspectivas para 2018 para o setor, o Credit Suisse apontou que está bullish com o ciclo, principalmente com as OEMs (fabricante do equipamento original, na sigla em inglês) com forte crescimento de tráfego,  o que deve aumentar o backlog. No entanto, são mais cautelosos com a recuperação de jato executivo mas, que se acontecer, a Embraer deve ser a empresa melhor posicionada para se beneficiar, mantendo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de US$ 25 por ADR (American Depositary Receipts). Sobre a questão Boeing, os analistas reforçam a visão de que é um movimento defensivo, mas tem um racional estratégico por trés, principalmente em termos de sinergia e no segmento de defesa.

“No entanto, o governo deve exercer seu veto do Golden Share e nao deixar que uma aquisição completa aconteça”, apontam. Outro ponto é que mesmo com o rali do final do ano, os analistas acreditam que os fundamentos continuam forte, com o ciclo de investimento do E2 começando a ser traduzido em caixa em 2018. 

Camil (CAML3, R$ 8,05, -5,29%) 

A Camil, que fez IPO em setembro de 2018, vê seus papéis em queda forte com duas notícias. A companhia anunciou nesta quinta os resultados do terceiro trimestre de 2017, com uma alta de 7% do lucro líquido, para R$ 71,9 milhões, enquanto a receita líquida foi de R$ 1,2 bilhão, queda de 9,2% na base de comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) teve queda de 11,6%, a R$ 128,9 milhões. 

A empresa também foi rebaixada a ’neutra’ pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 9,50.

Petrobras (PETR3, R$ 18,36, +0,77%; PETR4, R$ 17,30, +0,29%)

A Petrobras, após abrir em queda, também amenizou as perdas e virou para leve alta, com ajuda da virada dos preços do petróleo no exterior, com o brent subindo 0,87%, a US$ 69,89 o barril e o WTI em alta de 0,96%, a US$ 64,41.

No noticiário da estatal, a companhia reduziu o preço da gasolina e do diesel em 0,7%. Os novos preços nas refinarias são válidos a partir de 13 de janeiro, segundo informações no website da empresa.

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho de 2017. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente.

Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Seguradoras
Um setor que está chamando atenção do mercado são as seguradoras, com alguns papéis do setor renovando máxima histórica nesta sessão de olho no cenário de juros no Brasil. Apesar não serem ativos que realmente ganham com uma alta na Selic, estas empresas são consideradas uma espécie de “seguro” no mercado para este movimento.

No início da semana a divulgação do IPCA supreendeu o mercado ao ficar acima do esperado, abrindo o debate para que o Banco Central encerre mais cedo o ciclo de corte de juros. O índice de inflação oficial acelerou de 0,28% para 0,44% na passagem de novembro para dezembro, enquanto as estimativas apontavam para uma alta de 0,30% no mês passado.

Neste pregão, destaque para as ações da SulAmérica (SULA11, R$ 19,20, -0,52%) – que segue próxima das máxima desde outubro -, Porto Seguro (PSSA3, R$ 40,67, +2,99%), IRB (IRBR3, R$ 36,99, +2,75%) – com estas duas renovando máximas históricas -, e BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,15, +0,21%).

Siderúrgicas

Após a disparada da véspera de até 8%, as ações de siderúrgicas ficaram divididas entre perdas e ganhos, com alguns movimentos de correção após os ganhos recentes. CSN (CSNA3, R$ 10,51, -3,13%), Usiminas (USIM5, R$ 11,02, +2,04%) e Gerdau (GGBR4, R$ 14,97, 0,00%%) foram destaque. 

Na véspera, os analistas do BTG Pactual atualizaram as estimativas das empresas do setor e elevaram recomendações de CSN e Usiminas considerando o início de ano bastante promissor, apesar de todas as preocupações no final de 2017 de uma queda de preços iminente dada a queda da demanda na China, o cenário de curto prazo é animador. Assim, o dia foi de ganhos para as siderúrgicas. 

 Veja mais em: “Estamos mais otimistas no setor do que jamais estivemos em anos”, diz BTG sobre siderúrgicas

Fibria (FIBR3, R$ 50,38, +0,94%) e Suzano (SUZB3, R$ 19,27, -0,36%)
As ações de Fibria e Suzano ficaram entre perdas e ganhos, apesa deambas fecharem com ganhos expressivos na semana, respectivamente de 6,06% e 3,32%. Hoje a companhia espanhola Ence anunciou aumento de preços na Europa em US$ 20 a partir de 1 de fevereiro o que, na visão do BTG Pactual, é mais um sinal encorajador em meio ao pessimismo recente sobre os papéis. 

Marfrig (MRFG3, R$ 6,88, -2,55%)

Duas notícias agitaram o noticiário de Marfrig. A companhia precificou emissão de US$ 1 bilhão a 7,125%, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. O guidance era de 7,25%, com indicação inicial de preço em 7,5%, segundo informações de uma fonte. 

Além disso, a Marfrig decidiu reabrir unidade de Pontes e Lacerda, no Mato Grosso, no primeiro trimestre de 2018, em linha com processo de reaberturas de outras cinco plantas anunciadas em meados de 2017, segundo comunicado por e-mail. A planta tem capacidade de abate de 700 bois por dia. A companhia cita melhoria do ciclo de bovinos e do cenário do mercado doméstico.

 (Com Agência Estado)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.