Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira em que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a manhã mais tensa da véspera com a Coreia do Norte voltando a conturbar os mercados, a quarta-feira se inicia em alta para os principais índices mundiais, enquanto o mercado fica de olho numa bateria de indicadores dos EUA. Já no Brasil, a agenda cheia no Congresso segue sendo foco: no final da noite de ontem, a CMO aprovou a alteração da meta fiscal, que será votada nesta tarde pelo Congresso. Confira os destaques desta quarta-feira (30):

1. Bolsas mundiais
Após o sentimento de aversão ao risco dominar os mercados na manhã da última terça-feira, após a Coreia do Norte lançar míssil que sobrevoou o território do Japão e renovar as tensões geopolíticas na Ásia, o dia é de maior tranquilidade para os principais índices mundiais, na expectativa pelos dados econômicos nos Estados Unidos.

Do lado das commodities, o dia foi de queda para o minério de ferro, enquanto a gasolina sobe ao maior nível em dois anos com a paralisação das refinarias americanas após a tempestade tropical Harvey. Na contramão do movimento, o petróleo registra a terceira sessão seguida de baixa com os investidores à espera dos estoques semanais da commodity apresentados pelo Departamento de Energia, que devem ser observados com especial atenção pelo mercado em meio aos efeitos da tempestade tropical. 

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 Às 8h01, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,41%

*FTSE (Reino Unido) +0,30%

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*DAX (Alemanha) +0,44% 

*Hang Seng (Hong Kong) +1,19% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,07% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,74% (fechado)

*Petróleo WTI -0,60%, a US$ 46,16 o barril

*Petróleo brent -0,48%, a US$ 51,75 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,24%, a 556 iuanes

 * Minério de ferro negociado em Qingdao 62% -0,37%, a US$ 76,08 a tonelada

2. Agenda econômica

Os Estados Unidos irão divulgar a segunda prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, às 9h30 (horário de Brasília). A expectativa compilada pela Bloomberg é que a maior economia do mundo cresça 2,7% no período, ficando levemente acima dos 2,6% do resultado anterior. Também será revelado o ADP de agosto, com a expectativa de criação de 185 mil vagas no setor privado: o indicador será divulgado às 9h15. Destaque ainda para os estoques de petróleo semanais apresentados pelo Departamento de Energia, que devem ser observados com especial atenção pelo mercado em meio aos efeitos da tempestade tropical Harvey.

No Brasil, o Banco Central divulgará o resultado primário de julho às 10h30, com expectativa de um déficit de R$ 17 bilhões, e, às 12h30, revelará o fluxo cambial semanal. Destaque para o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) referente ao mês de agosto, que avançou 0,10% frente julho, abaixo da expectativa compilada pela Bloomberg de +0,07%. No final do dia, atenção para a sondagem industrial PMI e o PMI de serviços na China, que será publicada às 22h00.

3. Agenda política
Após intensas discussões, o projeto de lei que altera as metas fiscais deste ano e do próximo, ambas para um deficit de até R$ 159 bilhões, foi aprovado na CMO (Comissão Mista de Orçamento) na noite da última terça-feira (29). Com o aval, o projeto será levado à votação na sessão do Congresso Nacional destinada à apreciação de vetos presidenciais, marcada para 13h00. Além disso, às 9hh0, será iniciada na Câmara dos Deputados a votação final que cria a TLP (Taxa de Longo Prazo), instrumento que balizará os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a partir de 2018.

Ainda falando sobre a agenda econômica, o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, afirmou na noite da véspera que se “houver acordo” editará nesta quarta-feira uma MP (Medida Provisória) ampliando o prazo de adesão do Refis, que vence em 31 de agosto. Maia não soube precisar a nova data de adesão ao programa e disse que ela pode ser estendida até o fim de setembro ou o fim de outubro: “a única coisa que precisa fazer é prorrogar o prazo do final de agosto até final de outubro ou final de setembro, acho que é final de setembro”, afirmou.

4. Delação do Funaro

Segue a expectativa em Brasília para a apresentação da segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, que pode ocorrer nos próximos dias. A expectativa aumenta em meio à notícia de que o procurador-geral da República enviou a delação de Lúcio Funaro ao STF para homologação. Segundo informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, pessoas próximas ao delator garantem que sua proposta de delação premiada implicará praticamente todos os aliados de Temer no PMDB e apontará o presidente como beneficiário de desvios da Caixa e de dinheiro escondido no exterior.

Falando sobre Temer, o presidente se encontra com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, em Lisboa, para tratar as relação entre os dois países. Logo após o encontro, Temer segue para a China, onde participará da 9ª Cúpula do Brics e e apresentará o pacote de concessões e privatizações de aeroportos, portos, rodovias e linhas de transmissão, lançado na semana passada pelo governo, que inclui a venda de parte da Eletrobras.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, o governo terá “boas notícias” para o Brasil sobre os investimentos brasileiros que Temer apresentará às autoridades e aos empresários chineses: “em todas as áreas, incluindo o setor econômico, haverá resultados frutíferos que injetarão novo ímpeto à parceria estratégica entre o Brasil e a China. Tenho certeza de que a visita será um sucesso e teremos boas notícias para o Brasil”, disse Wang Yi. 

5. Noticiário corporativo

De acordo com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a estatal só venderá a sua fatia na Braskem após a revisão do acordo de acionista e que os investidores já veem a empresa como Investment Grade. Além disso, em comunicado enviado ao mercado, a empresa informou que a data da abertura de capital da BR Distribuidora ainda não está marcada. 

A Folha, por sua vez, informa que a CVM negou o pedido do BNDESPar, braço de investimento em empresas do banco de fomento, para impedir que a família Batista vote na assembleia de acionistas marcada para sexta; decisão contrariou parecer da área técnica da CVM, que concordou com as alegações do BNDESPar, de que existe um conflito de interesse no caso. Ainda sobre a J&F, a Eldorado informou que não foi firmado documento vinculante entre a controladora e APP.

No noticiário das elétricas, o ministério de minas e energia informou que há 4 grupos interessados nas usinas da Cemig. Já a S&P fez duas revisões de rating, rebaixando a BRF de BBB para BBB- e elevando a Gol de CCC para CCC+. Por fim, a Ser Educacional informou que não há negociações para compra da Uniasselvi. 

Por fim, no InfoTrade de hoje, um setup de compra com as ações de BB Seguridade (BBSE3(confira clicando aqui). 

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.